Impossível Luar

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Impossível Luar

Desci até o velho porão

Onde uma vez no passado

Guardei um cansado coração

Muitas lembranças, antigo fardo

Poucas mudanças pude notar

Continuava sozinho a sonhar

Batendo por algo distante

Com olhos pouco brilhantes

Apega-se a detalhes mínimos

Cria situações impossíveis

Não admite que não existe

Uma razão para continuar

Sob suas mãos, feridas abertas

Sangrando de maneira intensa

Aguardando apenas a morte certa

Que esqueceu de passar aqui

Talvez toda essa dor o purifique

E algum dia lhe indique

O caminho correto a seguir

Ou ensine-o como desistir

De buscar luz na escuridão

Amor onde só há compaixão

Sorrisos nas lágrimas derramadas

Vida na terra ressecada

Desisto de tentar acordar

Porque cego o apaixonado está

E não adianta mais procurar

Só me resta deixa-lo a pensar

Enquanto subo as escadas

Ouço apenas o soluçar

Daquele que perdeu-se por amar

A luz impossível do luar

Que toda noite infelizmente

Rompe a janela da esperança

Que o ilumina e mantem acesa

A chama da paixão derradeira 

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