Espinho na Alma
Estava escuro quando entrei
Decidi nada mudar, aceitei
Queria ficar sozinho, sem ninguém
Sem luz, minha sombra não vem
Num toda escuridão é triste
As vezes revela algo que existe
Em algum canto da mente
Solitário pensador, louco eminente
Palavras, eram apenas palavras
Mas que transmitiam a verdade
Não só desejo ou bondade
Era algo maior, além da realidade
Mas a incompreensão as guardou
E hoje ao redor o que restou
São apenas cinzas daquele fogo
Ausente, frio, distante e louco
Chega o momento final
Palavras tornam-se insuficientes
O brilho derradeiro, agora doente
Não quer falar, só descansar
Repousar enfim sozinho
Sem preocupações ou desatinos
Contemplando tudo, sem conflito
Juntando os cacos perdidos
Envolto pela névoa do dia-a-dia
Pessoas como peças de xadrez
Jogadas calculadas, outras nem tanto
Transformando pensamentos em pranto
Escrever para não tomar decisão
Alongar a jogada a exaustão
Vencer o oponente pelo cansaço
Mover ou não, eis a questão
Um espinho na alma
Sobrou só isso afinal
Carcomido pelo tempo
Dolorido, mas não mortal
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Mundo dos Textos Picotados
PoesíaUm dia acordei picotando as frases, rimando sentimentos, fazendo a vida rimar. Decidi escrever. O resultado? Publicarei aqui. Textos picotados, rimados, sonhados. Nuvens sob os pés, voar ao invés de andar. Formas sem cor, exaltando o amor ou simples...