Quase nada

460 16 0
                                    

Quase nada

Quase nada parece pouco
Mas é hiperbólica, imensurável
É a desculpa dos mais simples
Para uma dor incomparável

É o sorriso invertido
Que está presente todos os dias
No rosto dos eleitos
Que amam, mas choram, sem alegria

Guiado pelo coração 
Quase nada acerto
Procuro no escuro as respostas
Água neste deserto

Quase nada me alivia
Me consola, me embala
O sono foge pelos dedos
Letras me roubam a fala

A essa altura embargada
Pensativa, condenada
Sentenciada para sempre
Permanecer silenciada

Sob o conselho do silêncio
Cabe então escrever
Escoar de algum jeito
Tudo que sonhei ser

Guiado por algum anjo
Encontro o que ditar
Quem sabe sobre seu canto
Quem sabe o seu olhar

Se quase nada conseguir
Eternamente grato serei
Porque sei que só assim
Terei tudo que quero ter

Quase nada sei
Quase nada sinto
Quase nada andei
Quase nada abdico

Mundo dos Textos PicotadosOnde histórias criam vida. Descubra agora