Jacob (Volume 3)

Yan deixa Célia sozinha

Os dois comem calmamente o medalhão de filé mignon e risoto de funghi, tudo estava divino, Beguzar vai até a cozinha improvisada do escritório em busca do sorvete, abre a geladeira, pegando o pote de sorvete de creme, esquenta os dois bolinhos de Petit Gateou e volta sorridente, estava se sentindo bem agora e com energia e leva um susto ao constatar que Yan não está lá, ficou parada por um tempo com o prato e o pote de sorvete na mão e foi até a mesa e colocou desanimada sobre a mesa, olhou a filha dormindo no carrinho e respirou fundo e se sentou.

Yan desce na recepção do prédio, se sentia atordoado e a comida parecia querer saltar de seu estomago, abriu a porta e respirou aquele ar frio, queria voltar, mas o outro lado pedia para ir embora, estava confundindo as coisas, ela não é Célia e não tinha como substituí-la, olhou para cima, queria ver as estrelas, queria ver se Célia permanecia lá, parada e brilhando como sempre, mas o Céu está nublado, olhou para as pessoas que caminhavam apreçadas na calçada fugindo do frio e da garoa fina que caia insistentemente - " Ela disse que deve amar o marido" - Novamente uma pontada no peito o fez levar a mão a ele apertou e esfregou e respirou fundo, parecia que iria enfartar deu dois passos para sair do prédio e largou a porta que se fechou a traz dele, novamente olhou para as pessoas e olhou para traz, para o segurança do prédio que o olhava preocupado, acenou e foi embora sabendo que corria o rico de perde-la, mas precisava sair dali.

Célia come apenas o sorvete e a cada colherada enfiada na boca as lágrimas escorrem, jamais pensou que Yan viraria as costas, mas por outro lado precisava ser assim, temia por sua vida e a do filho, Jacob esta solto, só Deus sabe onde ele está sempre foi imprevisível. Pela primeira vez em três anos dominando os homens e exercendo seu poder de controle sobre eles, tinha perdido isso com Yan, não se esforçou o suficiente para mantê-lo sobre seu domínio, mas tinha que dar razão a ele, também fugiria se escutasse da boca dele que deveria apenas amar a esposa naquele momento, olhou para os pratos e percebeu que ele mal tocou na comida, deixando uma boa quantidade, voltou seu olhar para Nilufer e se sentiu sozinha, pegou o pote de sorvete que estava pela metade e levou para o congelador, voltou e guardou os pratos depois de descartar a comida e colocou tudo dentro da pequena caixa do restaurante, puxou o vinho, pôs a rolha e carregou com ela até a sua sala, pegou a bolsa da menina e sua bolsa e o casado e puxou o carrinho de Nilufer e seguram para fora do prédio passando pelo segurança da recepção que já tinha chamado um taxi assim que à viu no elevador, era a única pessoa que estava ali ainda, o restante eram funcionários da limpeza, o taxista abre a porta do carro e ajuda Célia a colocar o cestinho com Nilufer destacando-se do carrinho, as duas entraram e o motorista guardou o carrinho no porta malas e seguiram para Manhathan.

- Residencial Towers, fica na W70 th, por favor? - Célia leva com ela um dos vestidos que Pámela pegou na lavanderia, usaria no dia seguinte, sua bolsa tinha maquiagem, uma calcinha nova que costumava levar com ela, respirou fundo, mas se deixou ser levada.