Capítulo 53

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Três semanas se passaram desde então. Lauren vivia mandando presentes e fazendo surpresas para Camila. Já havia mandado cartões, flores, um dia mandou um boneco todo feito de balas e confeitos de chocolate. Sabia que ela ia gostar, pois sempre tivera uma queda por doces. Não mandava jóias nem presentes caros, Camila não ligava para esse tipo de coisa. Certa vez contratou um avião daqueles que carregam uma faixa, escrito: "Camila, eu te amo!" E mandou passar em frente ao apartamento dela e com a ajuda de Dinah, que a chamou para mostrar outra coisa, a empresaria acabou vendo o avião. Ficou furiosa com aquilo, mas depois que foi para seu quarto achou graça e sorriu pensando em Lauren. Eram surpresas atrás de surpresas e cada dia ficava mais difícil resistir.

Lauren saía de casa para trabalhar quando sua mãe ligou perguntando por ela.

- Pra você sumir desse jeito só pode estar aprontando.
- Não mãe, pode ficar tranquila, estou bem. Tenho algumas novidades para contar.

Enquanto dirigia, colocou o celular no viva voz e contou as últimas notícias para a mãe. Quando Clara soube que Camila havia se mudado para o Rio ficou muito contente.

- Vou reconquistá-la mãe. Essa é a palavra que está na minha cabeça dia e noite.
- Espero que saiba o que fazer. – Clara avisou.

A obra continuava firme e forte, agora com mais pedreiros para adiantar o serviço. Camila estava empolgada com essa função. Havia recrutado alguns alunos na faculdade e ficou de conversar com eles depois que o estúdio ficasse pronto. Encomendou os equipamentos, tudo novo e de qualidade, com tecnologia de ponta. Estava saindo do local quando um homem pediu licença parando-a próxima ao elevador.

- Senhora Camila?
- Sou eu.
- Meu nome é Bernardo Martins, gostaria de saber com que direito a senhora retomou a obra desse estúdio? – perguntou com empáfia.

Camila hesitou um pouco e depois respondeu com delicadeza.

- Com autorização do meu advogado que conseguiu retirar esse embargo que não faz sentido.
- Ah não faz sentido? A senhora acha que meu escritório que tem nome e renome em todo o país vai se sujeitar a conviver com músicos fuleiros transitando para lá e para cá no mesmo prédio?
- Senhor Bernardo, primeiramente, os músicos que frequentam o meu estúdio não são fuleiros, e é bem provável que o senhor tenha alguma música deles em seu carro. Segundo, o prédio é livre e eu sou dona do imóvel, nada me proíbe de fazer dele o que eu quiser. Estou me certificando de que nenhum barulho possa incomodar não só o senhor como aos outros profissionais que trabalham aqui.
- A senhora não sabe com quem está lidando. – a ameaçou.
- Sei sim, pois meu advogado já me preveniu sobre você. Agora se me der licença, tenho mais o que fazer.
- Nós vamos brigar na justiça e se a senhora acha que pode contra mim, está redondamente enganada. Além de ficar sem o estúdio, pode até ficar sem o seu imóvel, vai entrar ruim e sair pior ainda, pois posso acabar com sua vida.

Bernardo falou tão convicto de si que assustou Camila, mas ela procurou não deixar transparecer. Entrou no elevador e assim que a porta se fechou desabou em lágrimas. Não sabia o que fazer e pra onde ir naquele momento, então procurou o escritório de Lauren. Ligou para Tyler, mas ele estava na receita federal resolvendo assuntos de clientes, mas pediu que ela fosse ao escritório e esperasse por ele. Assim que botou os pés lá dentro, Selena se apressou em falar com a promotora.

- Lauren, senhorita Camila está aqui na sala de espera, aguarda o Tyler.
- Mande entrar agora.

Quando a empresaria entrou Lauren notou que seus olhos estavam vermelhos.

- O que foi? – perguntou preocupada.
- Eu... acabei de me encontrar com o tal cara que embargou a obra.
- Bernardo.
- Isso... ele... falou que vai levar o caso para a justiça, que não vai deixar que músicos fuleiros frequentem o prédio e que eu vou... – se segurava para não cair em lágrimas. - ...Vou perder o imóvel... e... ai meu Deus, por que ele está fazendo isso? – abaixou a cabeça e chorou.
- Calma querida. – Lauren quis abraçá-la, mas teve receio, então somente alisou seus cabelos. – Ele não pode fazer nada disso, o que disse a ele?
- Disse que sou dona do imóvel e que meu trabalho é com músicos de qualidade, mas isso não interessa, nenhum músico pode ser tratado assim. O prédio é livre e é claro que antes de fazer um estúdio, Justin se certificou de que não teria problemas, o anterior era lá. Ele pode me fazer perder o estúdio? – Camila perguntou preocupada.
- Claro que não meu anjo. Ele a ameaçou, aquele filho da mãe! Se ele quer brigar nós vamos brigar, mas eu vou evitar que façamos isso na justiça. Eu mesma vou falar com ele e quero ver aquele imbecil me ameaçar.
- Eu não soube mais o que dizer... eu... fiquei... nossa, nunca pensei que aconteceria de novo... me senti um nada.
- Você falou bem e se defendeu como pode. Estou orgulhosa que tenha enfrentado aquele idiota, a maioria não faz isso por medo dele. Você não teve. – continuava alisando os cabelos dela.

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