Capítulo 66

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Durante a semana procuraram a imobiliária e tentaram fazer um acordo entre o valor do aluguel do apartamento de Camila com a prestação de um novo para comprar. Conversaram e negociaram com o próprio corretor. Dinah visitou vários apartamentos acompanhada, hora de Camila e Lauren e hora de Drew. Até que viu um do qual se agradou e resolveu que compraria aquele.

- Achei muito bom, não é grande. Dá pra mim e pra Sarah numa boa e tem uma área ótima.
- Eu gostei dele também, parece bem confortável e eu achei grande viu. – Camila falou.
- Comparado ao de Lauren.
- Ah DJ, Lauren é exagerada, o apartamento dela não é grande, é enorme. Outro dia me perdi e entrei no quarto de hóspede querendo entrar no nosso quarto. – riu.
- Eu adoro a Lauren, acho ela uma pessoa incrível! Nunca vi ninguém como ela. Cheia de idéias, agitada, animada, inteligente, engraçada e claro, apaixonada por você. Por isso me simpatizei com ela desde que a conheci em Salvador.
- Você entrou na minha vida pra me reaproximar dela e isso eu não vou esquecer nunca. – sorriu segurando a mão de Dinah. – Assim que assinarmos os papéis da sua escritura vamos comemorar viu.
- Claro! Sairemos todas! E o Drew, ele tem me ajudado muito.
- Juro que se ele não fosse gay eu torceria por vocês. Se não reparou ainda, vocês dois combinam muito.
- Eu o adoro, é um excelente amigo.
- Verdade, Drew é outra pessoa que faz toda a diferença em minha vida.
- Falando em fazer diferença e a sua mãe?
- Chega amanhã. – Camila suspirou. – Junto com ela vem Clara pra dar apoio moral.
- Lauren vai pedir sua mão pra sua mãe, que lindo! – ironizou.
- Deixa de ser debochada. – jogou uma caneta na secretária. – Anda, vamos trabalhar que eu ainda tenho que passar no escritório de Lauren. Conversei com Drew, ele disse que fica com alguns equipamentos do estúdio lá do meu apartamento. Depois ele vai lá pra pegar, já fica avisada.
- Ok.



Lauren estava em sua sala quando Niall entrou para tirar umas dúvidas no processo. Estava muito sorridente e ela quis saber o motivo.

- Eu pedi Pari em namoro e ela aceitou.
- Que maravilha! Estou tão feliz por isso ter acontecido.
- Eu fui até na casa dela fazer isso.
- É? Então me conta, porque eu to prestes a fazer o mesmo com a mãe de Camila e quero saber como é. – sorriu.
Niall ficou meio sem jeito, mas levou numa boa. Parisa entrou na sala também e os dois contaram como aconteceu. Lauren disse que estava nervosa porque nunca tinha feito aquilo com ninguém.
- A sua sogra é brava? – Parisa perguntou.
- Comigo ela sempre foi simpática, mas antes de saber que eu era a namorada da filha dela. Sei por Camila, que ela não aprova relacionamento gay, por isso meu nervoso. Não sei até que ponto ela pode influenciar na nossa história.
- Não acho que Camila seja o tipo de pessoa que se deixa influenciar por opiniões nessa escala. É a vida dela que ta em jogo, pelo pouco que você fala dela, acho que vai enfrentar a família se for o caso.
- Espero que não precise enfrentar nada.

Neste instante Camila bate na porta e entra na sala.

- Estou atrapalhando?
- Não amor, entra. Estávamos falando de você.
- Espero que bem. – se aproximou dela e a beijou. – Boa tarde gente. – cumprimentou Niall e Parisa.
- Claro que falava bem, disse a eles que amanhã vou pedir sua mão em casamento pra sua mãe.
- Ai, nem fale. – fez uma cara preocupada. – Estou rezando pra que dê tudo certo, mas se não der, paciência. Não posso abrir mão da minha felicidade por questões contrárias. – sentou na perna de Lauren que a abraçou.
- Viu? Eu disse a ela que você não mudaria sua opinião caso sua mãe não concordasse. – Parisa falou.
- Tenho um palpite de que ela não vai aceitar sorrindo, mas vai tentar compreender.
- Deus a ouça. – Lauren falou.
- Bom, vamos então Pari que ainda tenho de passar no cartório para reconhecer firma de um cliente. – Niall falou se levantando. - Preciso comprar um carro, porque de moto não ta dando, chego meio amarrotado nos lugares. – riu. – Vi um carro outro dia, mas o cara me enrolou, disse que estava novo, só que ele já tinha levado água até a altura do volante numa das chuvas que alagou o Rio.
- Que sacana! – Lauren falou. – Esse povo não tem vergonha na cara né? Deve achar a gente com cara de idiota.
- Eu vi porque levei num amigo meu que tem oficina. Comprar carro usado tem disso, mas a grana ainda ta curta pra comprar um zero e eu acho que se perde muito dinheiro também, porque desvaloriza rápido.
- Estamos vendendo um carro que ta novo, mas não é zero. – Camila falou.
- Ah é mesmo! Eu dei um carro a Camila faz um tempo, ela usou pouco na verdade. Depois ele ficou guardado, está novinho mesmo. Comprei zero na época. Se interessar é só me falar que trago pra você ver.
- Ué, eu acho que me interesso. Qual carro que é e por quanto estão vendendo?
- É um air cross, completinho...

Lauren explicou sobre o carro e pesquisaram na internet sobre o valor de tabela dele. Niall se interessou e marcaram dele ver o veículo depois. As duas saíram do escritório e passaram em um supermercado pra abastecer a casa.

- Amor, para de comprar porcarias! – Lauren repreendeu a empresaria.
- É que Sofia gosta.
- Mas ela precisa comer coisas saudáveis também, está acostumando mal.
- Ela se alimenta bem Lauren e vez ou outra é bom comer algo diferente.
- Pela quantidade que tem no carrinho isso não vai ser pra vez ou outra. – olhava para as caixas de biscoito e pacotes de chocolate.
- Vai me dizer que não gosta de coisinhas gostosas?
- Ah eu adoro! Como uma coisinha gostosa sempre. – falou chegando por trás dela.

Camila beliscou a coxa dela.

- Ai!
- Para de assanhamento que estamos no mercado.

Lauren achou graça. De lá foram para casa e arrumaram tudo para receber as visitas.

- Tirei o resto da semana de folga, amanhã eu pego minha mãe cedo na rodoviária e trago pra cá.
- Eu também estarei aqui cedo, não consegui tirar o dia todo porque também combinei com Niall de levar o carro pra ele ver.
- Não tem problema.
- Mamãe chega daqui a pouco, vou buscá-la também.
- Eu fico pra fazer o jantar.
- Você faz aquele macarrão que eu gosto? – Lauren pediu toda dengosa.
- Claro, que mais você quer? – enlaçou o pescoço dela.
- Posso escolher?
- Pode. – sorriu.
- Então eu quero... – olhou para cima. – Um beijo, uma mordida e ouvir que você me ama.
- Achei que ia pedir algo de comer.
- Não, eu só quero colo.

Camila beijou seus lábios e depois os mordeu.

- Eu amo você. – esfregou a ponta do seu nariz no dela. – Amo muito! Você é toda minha vida, é a parte boa dela desde que a conheci. E não vai me perder, prometo isso.
- Tenho medo que sua família pressione, afinal eles são parte de você também. – falava preocupada.
- Entenda uma coisa. Eles são parte de mim, mas não são o meu melhor. Eles têm toda a minha atenção e amor, mas só você me tem por inteiro. E ninguém vai mudar isso.

As palavras de Camila acalmaram Lauren e o beijo que ela lhe deu deixou seu coração mais tranquilo.

- Vou buscar minha mãe e já volto.

Quando as duas chegaram o apartamento tinha um cheirinho de comida pronta.

- Hum, cheguei na hora boa! – Clara falou.

Camila saiu da cozinha usando um avental.

- Ei, como vai? Seja bem-vinda. E sim, o jantar está pronto, só estava aguardando vocês.
- Olha que bonitinha mãe, de avental e tudo fazendo comida pra sogra e pra esposa. – Lauren riu.
- Você anda com pensamentos tão machistas! – Camila a olhou estreitando os olhos. – Vou pegar você com um pau de macarrão.
- Ai. – Lauren brincou. – É brincadeira, está linda desse jeito. – beijou a testa dela.
- Obrigada. – piscou para ela. - Vamos comer então.

Clara conversou com elas sobre a vinda de Sinuhe e disse que estaria junto logo que sentassem pra conversar. Caso tudo saísse errado Camila voltaria para o seu antigo apartamento que ainda não estava alugado e ficaria lá com a mãe.

- Ficarei também somente uns dias e depois converso com ela a sós e ela volta pra Jaú. Não posso viver de fachada com ela só porque está aqui. – Camila falou.
- Vai dar tudo certo, mãe sempre entende. Quando soube que Lauren era gay tomei um susto, mas aos poucos fui aceitando e compreendendo a situação dela. Nunca concordei com a vida boêmia que levava, mas depois que ela a conheceu vi que o sentimento que tinha por você era tão puro quanto um casal de homem e mulher sente.
- Se aprendermos a respeitar as pessoas, a convivência vai melhorar. O problema é que tem gente que não aceita ser contrariado. – Lauren falou.
- Meu pai por exemplo. – Camila comentou triste. – Nunca mais o vi desde que contei a eles. E Zayn vai pelo mesmo caminho, é lógico, tem que seguir os passos do pai. Ainda bem que Perrie não pensa assim e ela pode ajudar a mudar a opinião dele.

Depois do jantar elas foram deitar, acordariam cedo no dia seguinte. Camila não conseguia dormir, virava de um lado para outro na cama.

- Amor, está sem sono? – Lauren a puxou abraçando-a.
- Não, mas minha ansiedade não me deixa dormir.
- Calma querida, vamos tirar de letra tudo isso.

Lauren levou a mão até a sua nuca e massageou de leve, acariciou seus cabelos e ficou dando beijinhos na região do pescoço. Sentiu que seu corpo foi relaxando até que dormiu.



Logo pela manhã Camila se despediu de Lauren e Clara e foi buscar a mãe; preferiu ir no carro de Lauren, já que era maior e poderia trazer as malas confortavelmente. Na rodoviária, Sofia quando a viu correu para seus braços.

- Tia!
- Ei lindinha! Que saudade! – deu um abraço apertado. – Como você cresceu!
- Ela cresce tão rápido que noto a diferença toda a semana. – Sinuhe veio falando e trazendo as malas.
- Oi mãe! Fizeram boa viagem? Sinto muito por não poder ir buscá-las.
- Que isso minha filha. O ônibus é ótimo e viemos confortavelmente.
- Graças a Deus que chegaram bem. Vamos, devem estar com fome.
- Eu to! – Sofia logo se pronunciou.
- Pois eu comprei um monte de coisas gostosas pra gente comer. E já fiz um roteiro dos lugares onde vamos passear. – foram andando para o carro.
- Tia eu posso voar de asa delta?

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