- E tu contaste-lhe tudo? - perguntou a minha prima Eleanor enquanto eu bebia o meu café matinal. Eu sou completamente viciada em café com leite. Há coisinha melhor?
-Achas que contei tudo? Omiti umas partes, melhorei outras... Era muita coisa para ela assimilar. É tão pequenina. Quando ela for maior eu penso em contar.
- E já lhe disseste que ela tem de ir de novo para a instituição?
Sim, a minha bebê tem de ir para a instituição... E já amanha. Hoje vou dar-lhe o melhor dia de sempre. Vamos fazer tudo que ela quiser. Tenho de a recompensar de alguma maneira. Não quero de maneira nenhuma que ela pense que eu não gosto dela.
- Ainda não. Não tive coragem pá.
- Olá prima, olá... mana
- Olá fofa -disse a El dando-lhe um abraço
- Bom dia minha pequenina -disse-lhe eu com o meu melhor sorriso. -que vamos fazer hoje?
- Podemos ir ter com os teus amigos prima?
- Queres ir ter com eles é?
- Sim eles são divertidos.
A El sorriu e pegou no telemóvel para falar com o Louis, suponho eu, enquanto eu estava a preparar o pequeno almoço para a Sara com a sua ajuda.
- Que me dizem a irmos todos almoçar com os rapazes e com as namoradas deles e depois irmos a um parque perto? Está bom tempo e tu podes brincar no baloiço Sara! -sugeriu a El, sabendo que a Sara adora andar de baloiço
- Shimmm! Vá lá, podemos ir? -falou para mim com um beicinho que eu não posso resistir.
Acabei por dizer um "claro que sim Sara" e ela deu um pequeno grito de felicidade e agradeceu. Rapidamente foi para o seu quarto ver a roupa que queria levar. Fazemos sempre assim, ela escolhe a roupa e eu vejo se ela pode ir assim ou não. Normalmente concordamos sempre pois ela tem um ótimo gosto para isso. Quando for grande deseja ser estilista. Até já desenha a roupa para as barbies.
-Tu ama-la mesmo não é? -acenei com a cabeça, amo a Sara mais que tudo na vida- notasse na maneira como falas com ela. Vais ser uma ótima mãe priminha.
- Isso se alguém me quiser. O ultimo traiu-me com mais 3, lembraste?
.
-Oláááá -disse a Sara a entrar pela casa do Louis a dentro, vou já mandar vir com ela.
-Olá Sarinha. -disse o Harry com um sorriso acompanhado de 2 covinhas
-Harry, preciso de falar contigo -disse ela puxando-o para um sitio qualquer
Sempre junta da Eleanor, cumprimentei os rapazes e conheci as namoradas deles. São bonitas, mas é muita maquilhagem, cara Perrie. A tua cara não é um livro de colorir por isso calma aí com o lápis e assim. Ficavas linda na mesma sem ela.
Foi um almoço divertido, dos adoram a Sara, o que me deixa mais descontraída. As raparigas foram arrumar a cozinha e eu pedi para ir deitar um bocado a Sara pois ela queria ter 100% de energia no parque.
Era por volta das 2pm e estávamos na sala de jogos. Os rapazes estavam a jogar um jogo de carros, mas não dão uma pra' caixa.
- Ahaha, a Manu está quase a ter um AVC só por vós ver jogar tão mal. -comentou a El. Ok estou assim com tão má cara?
- O quê? A menina acha que joga melhor que nós? -disse o Louis
- Sem sombra de dúvida. Ela é a melhor! -gabou-me a El
- Anda mostrar os teus dotes! -disse o Louis desafiando-me
Levantei-me e sentei-me no chão ao lado do Louis. Peguei no comando joguei contra ele. Ficaram todos pasmados a olhar para mim; ganhei e, com toda a naturalidade do mundo, pousei o comando e sentei-me de novo no sofá.
-Onde aprendeste a fazer aquilo?
- Em lado nenhum. -é que eles nem pensem que lhes vou dizer. Não vou mesmo.
- Porquê que não dizes? Tens demasiados segredos. -disse o Harry
- Não são segredos, simplesmente não me orgulho disso e prefiro não contar ok? Façam o favor de respeitar isso.
E a conversa fica por aqui gente. Entretanto eles continuaram a jogar e as raparigas e eu a ver televisão.
- Olá. Já nanei tudo. Já podemos ir ao parque. - disse a Sara chegando à sala de jogos.
.
O parque era um ótimo sitio. Uma relva muito verde com muitas árvores e consequentemente, uma grande sombra. O que é bom, pois sabe bem com um sol destes. Caminhando um pouco vimos um parque para as crianças e a Sara logo correu para lá pegando na mão de Louis, seu companheiro de brincadeiras desde o primeiro dia. Chamei-a à atenção pois eles dirigiram-se para a parte dedicada aos maiores de 6 anos, mas mesmo assim a Sara fez questão de ir para la. Perto do parque havia uma fonte. Ai da Sara que se lembre em ir para dentro dela. Havia também um café com uma esplanada bastante acolhedora
Todos se dirigiram para a esplanada, aproveitando para conversar, beber e comer embora tenhamos comigo à pouco.
Eu sentei-me um banco cinzento perto dos baloiços a ver a minha menina a brincar
- Anda brincar connosco!!! -disse o Louis fazendo beicinho
- Já estás cansado de a aturar? -perguntei muito baixo ao Louis. Este riu-se e disse que apenas lhe doía os braços de a empurrar.
Empurrei a Sara no baloiço amarelo, a sua cor preferida. Ela ria-se com vontade dando-me a mim também vontade de me rir.
- Agora também me vais ter de empurrar -disse eu para a Sara sentando-me no baloiço azul
Ouvi um pequeno riso e senti uma pequena força nas minhas costas. Ri-me pois ouvia-a fazer um certo esforço para me empurrar. Ouvi de novo o risinho dela e senti umas mãos mais fortes a empurrar-me. Ok, obviamente que não é a Sara mas não quero saber. Deixei-me levar e balancei muito alto. Reparei que alguém se sentou no baloiço do lado, mas não reparei quem era pois estava de olhos fechados a sentir o vento na cara. Desprendi os meus cabelos lisos e deixei-os soltos, assim está bem. Veio-me à memória pequenas cenas de mim com os meus 12 anos em Portugal, o lugar onde passei a maior parte da minha vida. Adorava andar de baloiço lá no quintal de minha casa e do parque la perto. Como tudo o que é bom dura pouco, as memórias já não estavam a agradar por isso, lentamente, deixei de balançar com os pés. Já parada, olhei para quem se tiveram sentado ao meu lado. Era o Harry. Uma pequenina, quase invisível lágrima caiu pelo meu rosto.
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Another chance to live (Pausa)
FanfictionManuela ou Manu, como ela gosta de ser chamada, esteve numa instituição desde os seus 14 anos. Agora com os seus 18 anos e no 12º ano, pode sair e viver a vida. Vamos lá ver o que lhe vai acontecer