Capítulo 9

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- Que se passa Manu?

- Amanhã a Sara vai para um sitio e eu só a vou poder ver, quanto muito aos fins de semana.

- Qual sitio? -esperou que eu respondesse mais foi em vão- tu não me vais contar pois nao?

- Tenta perceber o meu ponto de vista, eu conheço-te à 4 dias. Eu não sei nada sobre ti, não sei se és de confiança ou não.

Ele olhou-me nós olhos. Aquele verde todo deixou-me perdida...

- Ela disse-me que não és mãe dela... Por isso também deixou de me chamar pai. Por um lado fiquei aliviado porque ela não era mesmo minha filha mas pelo outro acho-a tão delicada, faz-me querer protege-la. -disse olhando para a Sara que estava a ser o centro das atenções junto dos seus amigos e respetivas namoradas. Notei um sorriso delicado na cara dele... - visto que não vais estar com ela sempre, quando estiveres, posso também estar?

- Não sei... Só se ela quiser

- Notasse que precisas de desabafar mas não te vou chatear mais.

Porquê que ele não percebe? Que nervos que me dás oh cachinhos. Baixou a cabeça e deslocou-se para a esplanada. Resolvi segui-lo vendo que todos riam e conversavam entre si.

- Então Manu é diminutivo de quê?

- Manuela. -disse a Sara e eu baixei a cabeça ouvindo o meu nome horrível.

- De onde são? Tenho a certeza que não são cá de Inglaterra. -disse a Perrie com ar de curiosa

- Eu sou brasileira e a Sara é portuguesa.

- A sério? Então falas contas línguas?

Ui amigos não sabiam que a curiosidade matou o gato? Prontos isto não é importante por isso posso contar

- Falo português de Portugal e com sotaque brasileiro, falo inglês, francês e dou uns toques a espanhol.

- Por falar em dar uns toques, gostas de futebol? -perguntou o namorado da minha prima

- Gosto de ver jogar, mas ser eu a jogar nem por isso. A minha onda é mais o basket

- Sim, ela joga mesmo bem! E também é boa a jogar outros desportos, tipo volleyball, handball, rugby, tennis.... -disse a El toda orgulhosa

- Já estou a ver que és mais virada para os desportos... -disse o Zayn

- E para as artes também... Ela pinta, canta, dança um bocadinho e escreve muito bem... -desta vez foi a Sara que disse algumas das minhas capacidades

- El, Sara, eles já perceberam, chega de falar de mim

- Não gostas de falar de ti? Nós estamos bastante curiosos para saber mais sobre ti... - oh Perrie, vai chatear outra

Graças a deus pararam de falar sobre mim... Entretanto, depois do Louis contar algumas piadas e a Perrie contar coisas sobre as Little Mix, o meu telemóvel começou a tocar. Tirei-o do bolso das minhas calcas pretas e olhei para o numero marcado. Murmurei um "fuck". Não esperava nada que ele me ligasse. Afastei-me do grupo para que ninguém me ouvisse a falar com ele, os assuntos são pessoais.

- Que queres? -atendi o telefone, com muita pouca paciência

- Ui, fala-me baixo oh chavala

- Que queres? Porquê quê que me estás a ligar? Se é porque me queres fazer sexo, tens de começar a procurar outra para te satisfazer Peter

- Tu calas-te e deixas-me falar oh carago?

- Que queres? -suspirei ao mesmo tempo que passava a mão no cabelo

- Vai haver uma corrida, daqui a 2 dias. Podes ganhar quase 2 mil! Tens o carro já pago, a pista está em péssimas condições mas tu aguentaste na boa.

- Peter sabes perfeitamente bem que eu não corro desde que aquilo aconteceu.

- Foda-se, deixa de ser mimada e pensa no que podemos ganhar. -desligou a chamada e eu sentei-me um banco

Realmente é bastante dinheiro... E já não tenho a Sara, logo, não tenho ninguém que me impeça. Tirando aquela memória.

Estava numa nova pista junto do meu irmão. Ambos fazíamos uma espécie de zig-zag, pois estávamos a treinar as ultra-passagens.

- Vai com calma puto! -lembro-me de ouvir o Peter gritar

Teimoso como era o Diego, foi com ainda mais velocidade. Admito que também gosto de sentir aquela adrenalina e o sentimento de perigo, mas esta pista era nova para nós, tínhamos de ir com calma.

Ouço um som muito estranho e, automaticamente, fiquei bastante alerta. O pneu dianteiro do carro do Di tinha rebentado, fazendo com que o carro do meu irmão capotasse.

Com toda a preocupação, parei o meu carro e corri até ao dele. Com ajuda do Peter metemos de novo o carro direito.

- Não sei se ele está vivo, Manu.

- Não me digas uma coisa dessas.

Na verdade ele ainda não estava morto, mas foi perdendo muito sangue. Quando a ambulância chegou, já tinha sido tarde de mais. Na instituição, elas nunca souberam que eu tinha um irmão, logo, não expliquei a ninguém o que se passava. Excepto à Eleanor, contei-lhe tudo, como sempre faço e mais uma vez, ela ajudou-me.

Another chance to live (Pausa)Onde histórias criam vida. Descubra agora