Austin

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- Fome?

Olho para Angie sentada no sofá brincando com seu cachorro, Ken. Sempre é apenas nós três.

Pai e mãe estão fora há anos, trabalhando em locais distantes demais. Eles ligam uma vez a cada semana, esse é o número máximo de ligações pessoais que cada cidadão pode fazer.

- Tem o que? - Angie pergunta.

- Macarrão com queijo.

Não é como se eu soubesse fazer muitas outras coisas, macarrão com queijo é o cardápio de segunda a sexta, nos fins de semana é lanche. Mas tem algo fofo nela ainda perguntar.

Angie chegou ao mundo cinco minutos depois de mim, e isso me fez ser o irmão mais velho, mas na maior parte do tempo é ela quem cuida de mim. Exceto na cozinha, ou ela já teria explodido a casa.

- Deve estar bom. - Ela ri ainda amassando o pobre cachorro em seus braços.

- Vamos logo, temos que trabalhar.

Durante a manhã nós frequentamos a faculdade de Cinema e Produção Audiovisual, e a tarde trabalhamos para a Domain. Muitos jovens sonham com esse trabalho.

Nós somos parte da criação de videos e documentários exibidos pelo governo na única rede de televisão existente. Tudo que as pessoas querem ver elas encontram nele, programas saudáveis, educativos.

- Você não acha que há algo estranho no sistema de produção?

Uma parte de mim congela. Algo estranho pode soar muito como algo errado, e você não diz que o governo está errado, porque obviamente ele não está.

- Não. - Digo para não incentivá-la a falar mais. - Vem para não nos atrasarmos.

Exatamente quarenta minutos depois nós estamos a caminho. Impactados pela mesma paisagem diária durante o trajeto, muros cinzas, telões com mensagens (muitas feitas por nós), guardas, pessoas indo para seus empregos, a maioria delas parte do Refugo.

Angie e eu nascemos na Escol, isso porque nossos país tem uma empresa, empresários são parte da Escol. Então nós precisaríamos seguir um rumo dentro da mesma classe.

Normalmente, cinema seria considerado uma arte, e artistas são parte do Refugo, mas escolher trabalhar para o governo foi nossa garantia. Porque funcionários diretos do Domain são elite.

Dez minutos depois estamos encostando nossos pulsos no leitor da entrada do prédio do Domain. Um pequeno código inserido tão rapidamente quanto uma injeção na sua primeira semana de vida, a garantia de que você existe.

- Precisamos de um vídeo de dois a três minutos sobre a eficácia da segurança do Domain, todas as nossas ações e incluindo um depoimento do nosso governador. - Mark , nosso superior, diz para Angie e eu assim que entramos na sala. - Pega!

Minha irmã pega no ar o cartão que Mark joga para ela.

- O que precisam está ai, selecionem as melhores imagens, editem o discurso e me enviem no máximo até o fim do dua porque precisa ir ao ar pela manhã.

- Claro. - Garanto.

Mark vira as costas e Angie e eu ficamos sozinhos na sala equipada com os computadores da mais alta tecnologia, telas espalhadas, projetores. Como eu disse antes, muitos invejariam esse emprego.

- Mais um dia vendo como o Domain é seguro, eficaz, maravilhoso. - Angie joga a bolsa na cadeira e insere o cartão em um dos computadores. - Tão divertido!

Olho para ela intrigado, Angie sempre solta esses comentários, mas hoje ela parece um pouco mais disposta a ir contra o Domain.

- Pare. - Peço a ela.

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