7|You need to survive

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Anteriormente: -Chega! Cala a sua boca, você vai ficar trancada até aprender ser mais grata comigo...

  Logo quando vim morar com a minha tia, a mesma sempre me prendia por motivos banais, eu nunca fui de fazer coisas erradas, porém, meus colegas de classe inventavam e vinham fofocar pra ela, a mesma sempre acreditava, mesmo que eu chorasse até não ter mais lágrimas.

  Claro que eu nunca gostei dela, mas quando meu pai morreu eu não tive outra alternativa, eu era de menor.

   Hoje em dia eu até poderia morar sozinha, mas essa velha faria da minha vida um inferno, ela ainda tem minha guarda até eu completar 21 anos, a não ser que ela me emancipe, coisa que ela não faria nunca, pois, ela que fica com o meu salário desde que comecei a trabalhar, em troca eu posso morar com ela, sim eu já pensei em fugir, mas ela mandaria a polícia me procurar até nos buracos da parede.

  Não tinha como sair dali de jeito nenhum, tentei jogar coisas na porta que ficava a cima da minha cabeça, joguei também nas paredes pra que alguém que estivesse passando por perto desconfiasse, havia apenas uma pequena janelinha, e ninguém passava por ali mas não custava tentar. Então eu tive a ideia de ficar quieta para ela me tirar logo desse lugar que cheirava a mofo, mas naquela noite foi diferente, ela não me tirou de lá, eu passei a madrugada esperando.

   Assim que amanheceu eu ouvi passos, então me levantei rapidamente na esperança de que ela abrisse a porta, porém, pude ouvir a porta de fora ser batida. Horas se passaram e a noite já estava caindo novamente, eu estava morrendo de fome e meu estômago estava doendo, naquele porão tinha uma garrafa de água jogada no canto, não parecia tão empoeirada então era a única maneira de sobreviver. 
   Primeiramente me certifiquei de que realmente era água, bebi apenas um pouco tentando conter a sede que rasgava minha garganta, entretanto, não sabia quando seria solta então eu tinha que me previnir, já estava ficando fraca, mais uma noite se passou e nada daquela velha.

  Eu sei que uma hora ou outra alguém vai sentir minha falta ou até mesmo minha tia vai me tirar daqui, mas a pergunta é...Quando??? E se for tarde demais? E se ela tiver esquecido de mim por conta da bebida?

  Fechei meus olhos sentindo minhas lágrimas caírem lentamente e passearem pelas minhas bochechas, em minha cabeça uma dor insuportavelmente forte, ouvi algumas vozes longínquas e pensei que fosse coisa da minha cabeça, porém escutei barulho de folhas secas serem pisadas. Com o pouco de força que ainda me restava nas pernas assoprei com ar quente na janela até ficar um pouco embaçada, eu ia escrever "Socorro!" mas minhas pernas fraquejaram e deu tempo apenas de marcar a minha mão antes de ir para o chão, pedi à Deus para que aquelas digitais não saíssem tão facilmente dali. Foi então que ouvi barulhos mais perto.

-Vamos embora Jin, eu acho que ela não está aqui —Com certeza era a voz de Jackson, eu não sabia se era real ou se estava delirando, mas não custava tentar, com o pouco de força que ainda me restava tentei gritar.

-Jackson...—Não acho que tenha sido alto o suficiente, mas valeu a tentativa, senti minhas pálpebras pesarem e de repente tudo ficou escuro, porém tentei gritar mais uma vez antes apagar por completo - Jackson!

{Jackson P.O.V }

-Três dias, hyung!!! Três dias que a    (S/N) não aparece aqui —Eu dizia em um tom de voz alto e claro enquanto andava de um lado para o outro entrelaçando meus dedos em meus cabelos e puxando-os para trás.

-Você já tentou mandar mensagem ou ligar pra ela? —Seokjin ainda se mantinha calmo.

-E você acha que eu estaria preocupado desse jeito se ela tivesse me respondido ou atendido minhas ligações? —Bato com as duas mão em cima da mesa e encaro meu chefe.

-Ei Ei Jackson!! Fica calmo, nós vamos encontrar ela, você sabe aonde ela mora?

-Sim, eu sei —Respondi tentando ficar mais calmo, vi Jin se levantar pegando as chaves de seu carro, apenas segui o mesmo.

-Eu tenho uma emergência, e vou precisar sair —Ele explicava para sua secretária.

  Logo em seguida entramos no elevador e descemos para o estacionamento.

-Me indique o caminho —Ouço o barulho do carro ser destravado e entramos no mesmo.

  Jin não mantinha mais aquela pose de calmo, ele também estava preocupado, Walker sempre foi muito competente, raras vezes faltava no trabalho, e eu estava com uma angústia em meu peito, um mal pressentimento.

  Eu respirava pesadamente enquanto guiava Seokjin, chegamos na casa, tocamos a campanhia várias vezes e nem um sinal dela. Mas eu não iria desistir dessa maneira.

-Você já pensou na possibilidade dela estar na universidade? —Jin comentou.

-Se fosse apenas isso ela teria me atendido, eu já falei que tem algo, você pode me achar um idiota, eu também acho isso de mim, mas eu sei o que eu estou falando Jin, eu sei!      —Me alterei um pouco.

-Okay, mas não acho que ela esteja aqui

-Podemos entrar? Por favor Jin...—O mesmo suspirou ao ver meu desespero.

-Que você esteja ciente de que isso é invasão de domicílio e é um crime gravíssimo, torça pra que ninguém nos veja —Jin bufou.

  A casa parecia velha, rodeada por árvores, arbustos e folhas secas espalhadas pelo chão, havia um pequeno portão de ferro preto e enferrujado, estava trancado com correntes, como um detetive preparado que sou, sempre guardava um clip em meu bolso, abri o cadeado com o objeto e entrei, assim ouvindo o ranger do portão. Andamos em volta da casa e olhamos pelas janelas.

-Vamos embora, Jin...eu acho que ela não está aqui —Disse triste e ele assentiu, pode ter sido coisa da minha cabeça, mas escutei alguém sussurrando meu nome, então parei e fiquei em silêncio ouvindo.

-O que foi? Temos que sair logo daqui antes que alguém chegue —Seokjin falava apressado.

-Shhhhhh! Deixa eu escutar

-Aish! —Ele resmungou.

-Jackson! —Alguém claramente me chama, mesmo que tenha sido em voz baixa, agora eu tinha a certeza.

-Quem disse isso? —Jin pergunta um pouco assustado.

-(S/N)?? —Pergunto, porém, ninguém responde.

   Acendo a lanterna do meu celular e começo a procurar, aponto para as janelas da casa mas não há ninguém, até que vejo uma pequena janela no final da parede, rente ao chão com várias folhas quase cobrindo a mesma, noto que está embaçada e com o contorno de uma mão.

-Aqui!!! Me dá alguma coisa pra quebrar o vidro

-Não tem nada aqui e nós vamos nos meter em encrenca —Jin responde e eu o olho firme.

-PARA DE PENSAR NISSO POR UM MINUTO POR FAVOR? TEM UMA GAROTA PRESA LÁ DENTRO E TEMOS QUE TIRAR ELA DE LÁ, INDEPENDENTE SE VAMOS NOS METER EM ENCRENCA OU NÃO!        —Explodo de raiva, ele suspira e vai procurar algo para quebrar a janela.

-Encontrei um guarda-chuva na varanda —Pego o objeto e sem pensar duas vezes bato ele na janela até quebrar.

-Fica do lado de fora pra me ajudar a pegar ela —Entro com um pouco de dificuldade por ser um espaço muito pequeno, a situação era horrível, ela estava pálida, com olheiras profundas e agora cheia de cacos de vidro.

  Pego a mesma e tiro ela dali com a ajuda de Jin, levamos ela as pressas para o hospital, e fiquei feliz em saber que não era nada grave, ela apenas estava muito fraca por passar dias sem comer, os ferimentos no corpo não eram profundos, mas ela teria que ficar internada até se recuperar totalmente.

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