O diário de uma menina indecisa.

Parte IX

~A dor que me machuca é a mesma que me ensina~.

Sabe aquela hora que você quer apenas se esconder do mundo? Colocar sua cabeça num buraco e só sair quando os seus problemas estiverem solucionados?

Era tudo que eu mais queria naquele momento. Eu so queria ser compreendida. Eu so queria poder nao esconder um sentimento tão bonito e tao puro.

— Mamãe? Euu..

— Marina, você sabe que horas são?
Sabe que a amanhã tem escola? E que precisa acordar cedo?

— Sei sim mamãe eu so estava...

— Falando com quem?

— Nao estava falando com ninguém mamãe!!!

— Haaaa. Clarooo agora você deu pra falar sozinha? Eu nao nasci ontem nao tá. MARINA TAVARES me fala agora com quem você estava falando.

— Ja disse que nao estava falando com ninguem!!!

Falo alterada .

— OK. Te dou ate amanha pra me falar. E é bom você me dar uma boa desculpa!! So espero que nao seja isso que eu estou pensando.

Minha mãe fecha a porta muito seria. Ela sabia que eu estava escondendo algo. Eu nunca fui de mentir pra ela sempre demonstrei meus sentimentos sem esconder. Mas dessa vez era diferente, dessa vez eu nao podia dizer ate chegar a hora certa. Meu deus!!

Afogo minha cabeça no travesseiro, tentando engolir o choro. Mais uma vez uma lagrima desliza pelo meu rosto e denovo eu deixo elas caírem. Nao tem coisa pior do que sentir algo querendo sair do seu interior e nao conseguir "deter" aquilo.

— Bom dia.

— Bom dia mamãe

— Se apressa se nao vai chegar atrasada na escola.

— Esta bem. Ja estou indo.

Eu odiava esconder algo da minha mãe ela sempre me ouvia, sempre me aconselhava e dessa vez eu sabia que nao podia contar nada a ela.

1. Ela nunca aceitaria eu namorando com alguém que nem ao menos ela conhece e que porventura nem mesmo eu o conhecia direito.

2. Ela tomaria meu celular e me proibiria de vez de falar com ele.

3. Eu queria ao menos ouvir a voz dele já que era impossível naquele momento vê-lo.

Cheguei ao colégio muito triste. Quase nao sorri nem conversei com ninguém e mal prestei atenção na aula.

Por mais que eu quisesse me concentrar na aula, nas atividades eu me sentia incapaz de realizar isso. Nao por que eu queria, mas pelo pensamento nas nuvens que eu sempre tive.

— Se concentra Marina. Calma vai dar tudo certo.

Falava a fim de me situar.

Passado um dia tão normal e entediante já era noite e eu como sempre à espera da ligação dele.

20:33

Carlos chamando...

— Princesa?

— Oii

Falava tímida.

— Tudo bem?

— Tudo sim e com você?

— Estou bem também. Melhor agora ouvindo a sua voz.

— Own que meigo.

— To com saudade, linda!

Carlos falava triste.

— Também estou. E muita viu?

— Nao mais que eu, claro.

— Convencido!

— Sempre!

— Ai ai...

— Queria tanto  poder te ver, princesa!

— Own,  é complicado né? E você sabe.

— Distância.

— Infelizmente.

— Carlos preciso falar uma coisa.

— Pode falar, linda.

— Minha mãe ouviu a gente se falando ontem. Quer dizer me viu acordada com o celular na mão e deduziu. Ela ficou muito brava e eu nao pude dizer a ela o por que de eu estar acordada e tenho quase certeza que ela vai me perguntar mais cedo ou mais tarde.

— Ué,  conta pra sogra. Que a gente ta se falando.

— Não é tao simples assim né. Ela nem conhece você alem dela me encher de perguntas depois. Pera aí você falou sogra?

— Falei sim. Mas pelo o que eu to vendo a sogra vai ser difícil de conquistar né?

Meu deus! Meu coração ia a mil. Por que que Carlos tinha que ser tao fofo assim? Só fazia que eu ficasse mais apaixonada.

— Princesa?

— Oooi, desculpa tava distraída aqui.

— Vai sim viu. Ela nao é tao fácil assim de lidar.

— Fiquei com medo agora.

— Calma ela nao morde nao.

Carlos ria.

— Sabe, linda eu adoro falar com você. Amo esse seu jeitinho doce.

— Owwn paaara. Quer que eu fique envergonhada é?

— Ja tá que eu sei!

— Só um pouquinho.

— E aposto que ja ta vermelha de vergonha.

— Nem vêm. Você nem ta vendo.

— Daria tudo pra estar agora do seu lado minha linda.

— Tambem queria estar com você.

— Sério?

— Claro né.

— Depois eu é que sou convencido né?

— Tenho um otimo professor.

— Olha aí.

— Pois é .