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- Por favor? - ela sorri.

- Tá - suspiro, volto para onde estava e ligo a câmera.

Eu não sei direito o que ela está fazendo, parece que está falando sozinha.

Depois de um tempo, ela se desespera, começa a puxar os cabelos, ela grita e se joga no chão. Paro de filmar e vou até ela.

- Você está bem?

- Ficou muito forçado? - Ela se senta e começa a arrumar o cabelo.

- Estava atuando?

Ela afirma com a cabeça.

- Se chama pânico. Fiz enquanto estava no engarrafamento vindo para cá.

- Foi muito bom - digo.

- Pode me mostrar?

Levo-a até a cabine e mostro o vídeo para ela.

- Não sei... algo está errado.

- Talvez essa máscara estilo século dezoito - aponto para seu rosto.

- Tem razão, vou tentar uma vez sem.

- Certo, mas vá logo que já são quase cinco horas.

- Quase cinco? - ela se assusta.

- Quatro e quarenta e sete.

- Ai merda. Tenho que ir, tchau, valeu, ajudou muito - ela pega as coisas e sai correndo.

Doida.

Arrumo tudo novamente e tranco o teatro. Vou na secretaria devolver as chaves, quando estou perto ouço uma conversa e, logicamente, paro para ouvir.

- Viu o garoto novo? - pergunta um garoto

- Não - Uma garota responde.

- O cara é o maior idiota. Se veste que nem um criminoso - jeans e botas? - se acha mais gente que a gente, não tem modos... é só um imbecil com pai rico - ele diz.

- Soube que ele foi detido por comprar bebida ilegalmente - diz outro garoto.

- Ele tem cara de psicopata drogado - outra garota fala e eles começam a rir.

Abro a porta com um chute e as garotas gritam, uma delas é a loira da equipe de teatro. Abaixo minha cabeça e levanto só os olhos para encará-los.

- O psicopata já trancou o teatro - jogo a chave longe, atrás deles, e vou embora batendo a porta.

Chuto alguns armários e vou para casa.

- Como foi o primeiro dia? - pergunta meu pai enquanto almoçamos.

- Me chamaram de esnobe, idiota filho de pai rico, de psicopata drogado... - digo como se fosse normal, mas estou morrendo de raiva.

- Bateu em alguém? Arrumou algum problema? - ele pergunta.

- Não, pai.

- Ótimo - ele termina de comer, coloca os pratos na pia e sobe para o quarto.

Quase quebro o prato, mas consigo me controlar, começo a tremer e chorar de raiva, pego meu celular e saio de casa.

21st Century Girls - kth (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora