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- É... Oi pai. Essa é minha namorada - Ela ergue as sobrancelhas pra mim.

- É na casa dela que está dormindo esses dias? - ele sentiu minha falta?

- Sim - digo. - Mas... Ela mora com o irmão mais velho, e ele tem problemas com jogo e acabou perdendo a casa, ela pode ficar com a gente por uns dez dias? - falo tudo muito rápido para não perder a coragem, aperto a  mão dela que estou segurando.

- Pode, pode - ele diz distraído. - Tenho uma reunião importante agora, só vim trocar de roupa - ele pega um terno que estava em cima de uma cadeira. - Se comportem - ele sai e bate a porta.

- Viu - digo deitando do seu lado. - Uma típica conversa pai e filho.

- Ah, Tae, tenho certeza que ele gosta de você.

- Claro, claro, ele só não sabe se expressar, certo? - ela me encara irritada. Suspiro. - Desculpa, quer comer alguma coisa?

- Vai cozinhar? - ela pergunta sorrindo.

- Você não acha mesmo que eu sei cozinhar, acha? - ela ri.

- Quer que eu faça alguma coisa? - ela pergunta.

- Você é hóspede, vou pedir uma pizza.

Ficamos conversando sobre a vida até a pizza chegar.

Quando chega eu vou na cozinha pegar uma faca e planejo uma coisa um pouco clichê com um arame.

Corto a pizza e depois me ajoelho.

- Meu amor, dividindo essa pizza comigo aqui em casa gostaria de saber: quer namorar comigo?

- Mas é claro, meu amor - ela fala e rimos.

Amarro o arame no seu dedo e ela me beija.

Conversamos por um tempo e ficamos rindo de besteira. Ela dorme no quarto de hóspedes e eu no meu.

No dia seguinte, ela leva as coisas lá pra casa.

Nós começamos a ficar bem próximos, e no quinto dia já consigo convencê-la a dormir comigo.

- Eu estou preocupada - ela diz deitada no meu braço.

- Com o que? - me viro encarando-a.

- Esse negócio de fugir. Me sinto covarde.

- Não, você é corajosa, quantas pessoas desistem de fugir porque tem medo. E eu vou estar com você - passo a mão em sua bochecha.

- E eu com você - ela diz.

Beijo sua testa e vamos dormir.

Faltando dois dias para meu aniversário falo com meu pai:

- Eu quero dez mil.

Ela se engasga com o suco do meu lado.

- O quê? - Meu pai pergunta.

- De aniversário, quero dez mil.

- É que dia mesmo? - por que achei que ele fosse lembrar?

- Em dois dias - ela diz.

- OK, amanhã coloco na sua conta.

Depois que ele sai da cozinha pergunto:

- Por quanto vendeu a casa?

- Cento e cinquenta mil. Mas tenho mais cinco na minha conta.

- Eu tenho vinte, mais os dez, trinta.  Da pra alugar uma casa até estabilizar tudo.

- Já vi uma casa numa cidade próxima, o aluguel é dez mil por ano e uma amiga minha que mora lá disse que arranjou um emprego pra mim. E disse que vai ver se acha um pra você.

- Quão próxima? - pergunto.

- Uns cem quilômetros.

- Planejou tudo? - pergunto impressionado.

- Claro.

- Você é incrível - beijo ela.

...

No dia seguinte o idiota vai lá na escola, vejo ela falando com ele.

- Vim atrapalhar - puxo ela pela cintura e a beijo.

- Então é isso? Está com ele agora? Com esse idiota filhinho de papai? Prefere mesmo esse vagabundo mimado do que eu?

21st Century Girls - kth (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora