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Não a vi ,no dia seguinte, na aula, e, no teatro, ela não falou comigo. Estamos nisso a um mês.

Na verdade, não me importo, ela não foi a primeira a ir embora e não será a última.

Faltam quinze dias pra eu ficar maior de idade e então finalmente poderei sair de casa.

Quando a aula acaba vejo-a saindo da escola, ela vai em direção ao cara do outro dia que não lembro o nome e ele a beija.

Não consigo evitar ficar irritado, um mês atrás ela disse que não queria nada com ele e agora estão se agarrando na frente da escola.

- Pelo visto um mês é tempo suficiente para mudar de ideia sobre de quem a gente gosta - digo provocando-a.

- Você não se enxerga garoto? - o cara pergunta. - Vai cuidar da sua vida.

- Estou falando com ela - encaro-a e ela desvia o olhar triste. Triste?

- Saia daqui antes que eu te mande para o hospital - ele diz.

- Não me importo em brigar - falo.

- Por favor, Tae - Ela diz com os olhos marejados.

Reviro os olhos e vou embora.

Espero eles saírem e sigo-os distante. Eles não parecem próximos.

Continuo seguindo-os mas sinto alguém me puxar e me empurrar contra parede.

- O que está fazendo aqui, riquinho? - um cara pergunta, ele está com mais outros dois.

- Não é da sua conta - empurro-o para passar mas ele me empurra para a parede novamente.

- Essa área é nossa, não pode vir aqui sem a nossa permissão - ele diz.

- A rua não é sua, idiota - digo.

Ele respira fundo.

- Vá embora antes que se arrependa, garoto. Não é porque é riquinho que vamos deixar passar.

- Parem de me chamar de garoto, vocês não são tão mas velhos que eu, e de riquinho também. E eu não vou embora. Ta achando ruim? Me obrigue - meu pai não manda em mim não é ele que vai mandar.

- Acabem com esse estúpido - ele diz e os outros dois vem para cima de mim.

No começo consigo desviar e bater um pouco, mas levo uma surra muito grande, minha boca está sangrando e minha costela está doendo, é difícil levantar.

Eles vão embora e fico um tempo no chão, sem coragem de encarar a dor para levantar.

Minha casa fica a duas quadras daqui, mas a dela é menos de uma, a escolha é óbvia, me apoio na parede para levantar e vou cambaleando até lá.

Demoro um bom tempo para chegar, toco a buzina e ninguém atende, ela deve estar trabalhando, sento no batente da porta com dificuldade, e, como ela está demorando, acabo dormindo.

21st Century Girls - kth (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora