Miguel

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POV Chuck/Deus

Eu entendo a vergonha do meu filho, ele é o filho mais velho e apanhar na frente dos seus irmãos mais novos, especialmente na frente de Lúcifer, seria o fim do mundo para ele, mas eu não poderia voltar atrás, se eu fizesse isso estaria fazendo vista grossa pro que aqueles meninos fizeram.

-Estou esperando Miguel. -Falei e pude ver que meu garotinho começou a ficar inquieto.

-Papai para com isso...-Ele pediu e eu sorri, a tempos eu não ouvia essa palavra "Papai", era só senhor, pai, Deus...

-Filho eu sei que está com vergonha, mas a vergonha faz parte da punição.

Mesmo estando em uma casca humana, a vergonha e a dor era a mesma pra eles.

-Mas...mas..-Ele gaguejou, eu era extremamente paciente com eles.

-Mas oque Miguel? -Perguntei e ele deu um goto a seco.

-O senhor...vai abaixar a minha roupa...

-Se você tem consciência disso é por que sabe que merece. -Eu tinha que ser duro com ele, ele tinha muitos privilégios por ser o filho mais velho. E por minha culpa, todos eles se tornaram crianças mimadas.

-Pai não pode fazer isso na frente dele! -Ele elevou a voz pra mim, me levantei lentamente da minha cadeira e caminhei até me aproximar dele.

-Eu posso e vou Miguel! -Ele se encolheu me olhando. -Não tente medir forças comigo criança, pois você vai perder.

Ele abaixou a vista e eu tive pena, muita pena. Nossa, por que ser pai nessa horas é tão difícil?

-Não precisa ser assim. -Lúcifer falou e eu admito que me surpreendi um pouco, mesmo brigando entre si como inimigos, eles sempre foram unidos, mas que os outros irmãos, claro que Lúcifer não perderia oportunidade de defender Miguel de mim.

-Quieto Lúcifer. Sabiam que brigar era errado. -Eu o olhei e por pura petulância, ele me encarou. -Criança minha apanha para aprender a se comportar!

-Olhe para nós! Não somos crianças coisa nenhuma! -Ele falou e eu quis rir, muito, a pouco tempo atrás ele e Miguel queriam se matar, mas agora que estavam na mira da minha mão queriam defender um ao outro.

Olhei para cada um deles, cada um daqueles rostinhos e depois voltei a olhar o meu filho rebelde.

-Eu não vejo diferença alguma. -Respondi voltando a me sentar na minha cadeira. -Venha Miguel.

Ordenei e ele fez algo que muitos ali não esperavam, se levantou e andou em minha direção lentamente. Me senti aliviado por ele não querer fugir do castigo, pois isso sempre acaba piorando tudo.

-Aqui Miguel. -Dei leves tapinhas na minha perna.

Como um bom filho que ele era, se debruçou sobre meu colo como um garotinho de 4 anos, completamente derrotado e envergonhado.

-É isso que acontece com seu irmão quando você briga com ele! -Falei para Lúcifer que logo fechou a cara fazendo ouvido de mercador.

Achei melhor não demorar muito, e mesmo sobre as calças eu comecei.

PLAFT***

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Ele segurou em minhas pernas, realmente ele estava se segurando o máximo possível para que de sua boca não saísse nenhum som. Ele não se entregaria ao choro tão fácil e não tem sentido umas boas palmadas sem lágrimas.

PLAFT***

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O quase ArmagedomOnde histórias criam vida. Descubra agora