Lucifer - Final

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POV Chuck/Deus

Cruzei meus braços diante meu filho mais rebelde enquanto um filme de lembranças passava em minha mente, desde o dia em que eu havia o feito com o raio mais brilhoso do Sol, da Estrela mais luminosa e da essência do amanhecer. Dos seus primeiros passos, da primeira vez em que eu o ouvi me chamar de "papai". Da noite em que suas asas começaram a nascer, de ver seus cuidados com seus irmãos mais novos, sua relação entre tapas e beijos com Miguel, tudo aquilo passou como um flash na minha cabeça enquanto eu fitava aqueles olhos que mais pareciam dois cubos de gelo.

Ele suspirou fundo e deu os ombros como se nada estivesse acontecendo.

- Então tá né, vai ficar me encarando ai para sempre? - ele perguntou em um tom debochado e irônico. Fechei os olhos buscando a calma que eu havia acumulado e voltei a olha-lo. - Por que você sabe, daqui a pouco você vai ter que pegar seu trenzinho da alegria e cair fora de novo não é?

- Eu não vou a lugar nenhum. - respondi e ele sorriu.

- Até parece. É só dá na sua telha para você sumir de novo e você vai. Você nunca se importou de verdade com nenhum de nós, e agora quer fazer a linha de "papai preocupado". Ah, por favor... - ele falou olhando para o lado e eu revirei meus olhos.

- Olha para mim quando eu estiver falando com você Lucifer. - ordenei firmemente e ele me olhou com desdém, franzino a boca.

- Hum...

Eu havia percebido desde que o avistei pela primeira vez que a sua casca estava ferida, cortes, arranhões, perfurações e um forte cheiro de sangue vinha dele. Eu não poderia lidar com ele naquele estado, não sou cruel em bater numa criança ferida. Estalei meus dedos e uma luz foi emanada dele, curando os ferimentos de sua casca. Ele começou a se olhar rapidamente e voltou a ter atenção em mim, claramente mais irritado.

- Podemos conversar agora? - indaguei calmamente e ele rolou a linha em sua bochecha.

O silêncio naquele momento era sepulcral, a não ser pelo barulho do nariz congestionado de Castiel e pelos gemidos de desconforto de Gabriel. Nem as respirações dos outros eram ouvidas.

- Primeiramente responda uma pergunta simples. - ele disse. - Onde você estava?

Aquela pergunta não era só ele que fazia, eram todos eles. Mas infelizmente eu não iria explicar tudo naquele lugar e naquele momento.

- É uma... longa história. - voltei a cruzar os braços. - Como você se sente? Curei você.

- Ai eu não te pedi nada! - ele quase que rosnou para mim.

- Filho, seja razoável!

- Um curativo cósmico no meu joelho e já acha que está tudo bem entre nós? - ele indagou em mais um tom de deboche. - Já é hora de jogar bola no quintal?

Suas palavras vinham carregadas de pura ironia, e eu respirei fundo.

- Que se dane... - ele cuspiu aquelas palavras e foram o estopim para sua mal criação.

- Olha bem como você fala comigo menino, você querendo ou não eu ainda sou seu pai e eu não vou tolerar que você fale desse jeito comigo! - minha voz saiu como um trovão dentro de um pote de vidro, não o suficiente para fazer a Capela tremer de novo mas foi quase. - Lucifer, eu estou tentando, numa boa, conversar com você...

- Acha que é assim? Você me joga de lado e agora quer ser meu pai? Você ERA meu pai! Era! Pretérito imperfeito do indicativo!

- Eu fiz o que tinha que fazer! Para criar o mundo eu tinha que aprisionar a sua tia, e quando a marca te corrompeu, eu vi que você era uma ameaça e fiz o mesmo com você. - respondi calmamente e ele negou com a cabeça.

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⏰ Última atualização: Jun 28, 2017 ⏰

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