Ice cream truck

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-Bom dia, baby.-o Dean sussurrou, com um sorriso na cara, dando-me um selinho.
-Bom dia, Dean. Temos algum caso?
-Caso, Piper? Tu estás grávida, não vais caçar, nem te podes esforçar muito. Aliás, vou buscar a tarte.-ele disse, caminhando até à cozinha. Segui-o e puxei uma cadeira para me sentar, cortando uma fatia de tarte para mim.
-Dean, eu estou grávida, e grávida não é o mesmo que inválida. Não podes prender-me no Bunker durante meses!
-Eu só quero que o nosso filho cresça saudável.-ele disse, com uma fatia de tarte na mão.
-E vai. Eu vou fazer de tudo para esta criança nascer.
-Já pensaste num nome?
-Bem, eu não sei... Se for menina seria Mary, como a vossa mãe.
-Ou Karen, como a tua. Bem, se for rapaz chama-se Bobby. Esse já está decidido.
-Sim, gosto de Bobby. Bobby Winchester...
-Mas, quando ele, ou ela, não sei, nascer, eu quero dar-lhe uma vida normal. Mudamo-nos para o sítio que tu quiseres na América, eu arranjo um emprego, tu sabes. A vida de caçador não é a melhor.
-Eu sei que não. Às vezes, eu olho para trás e penso que não mudaria nada na minha vida, mesmo que não seja a vida que eu quero para os meus filhos, porque eu sei que lhes posso dar melhor do que isto.
-Pois, exato. Pelo menos concordamos com isso, não é? Sem discussões...
-Falas como se discutíssemos assim tanto!-disse, entre gargalhadas, selando os nossos lábios num beijo. De repente, o Sam apareceu na cozinha, a segurar numa chávena de café.
-Bom dia, Sammy!-disse o Dean, bastante alegre. Desde que eu lhe contei a verdade ontem, parecia que ele estava muito mais feliz.
-Olá Dean. Olá Piper.
-Oi Sammy. Viste se temos algum caso?
-O que é que eu disse sobre casos, Pie?!-ralhou o Dean. Revirei os olhos e continuei a encarar o Sam, à espera de uma resposta.
-Não, desculpa, não vi.
Suspirei. Era sempre chato quando não tínhamos trabalho para o dia.
-Vamos fazer outra coisa, então!-disse o Dean, muito feliz.-Podíamos ir ao parque, ou ficar aqui em casa a ver séries...
-Eu escolheria passear no parque... E tu, Sam?
-Vamos, claro!
Uma hora depois, estávamos num parque, sentados num banco de jardim a conversar. De repente, passou um senhor com um carrinho de sorvete e nem foi preciso dizer nada, o Dean percebeu logo.
-Qual é que vocês querem?-ele perguntou.
-Para mim pode ser de chocolate, por favor.-disse o Sam.
-Para mim pode ser o de Oreo, ok baby?
-Claro!
Enquanto ele foi até ao carrinho, eu comentei com o Sam:
-Ele está tão feliz... É bom vê-lo assim.
-É mesmo. O meu irmão gosta muito de ti. Ele não parava de pensar em ti e falar de ti quando tu te foste embora. Ele passou duas semanas trancado no quarto a chorar por ti.
-E a Courtney?
-Ele estava com tantas saudades que às tantas já te tentava procurar noutras miúdas.
-Bem, de mim aquela Courtney não tinha nada. Mas ele teve mais alguma namorada?
-Não.
Suspirei de alívio ao ouvir aquilo. Não me agradava nada a imagem de ver o Dean com outras miúdas.
-Então aqui está! Este é para ti, Sammy, e este para ti, linda.
-Obrigada, baby.
-De nada. Não há nada que eu não faça para ver um sorriso na tua cara.
-Awwww, que fofo...
Estava uma criança pequena, um rapaz, a brincar com uma bola, e estava mesmo feliz. O Dean virou-se para mim e disse:
-Achas que o nosso vai ser assim?
-Espero que sim.

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