There's no place like home

61 5 13
                                    

Já tinha passado um mês desde que eu voltei para os Winchester. A minha barriga já tinha crescido mais um bocado e os sintomas estavam a manifestar-se cada vez mais. Já sabíamos que ia ser um rapaz, Robert Singer Winchester, em memória do meu pai. O Dean estava muito mais fofo e atencioso, mas nos últimos dias tinha estado sempre no quarto com o laptop. Eu não o queria irritar, portanto não disse nada, mas já estava a ficar chato e eu estava preocupada com ele.
Fui até ao quarto dele e bati à porta.
-Quem é?-ele perguntou.
-Sou eu, Dean.
-Entra.
Abri a porta e lá estava ele outra vez agarrado ao laptop. Parecia que não fazia mais nada.
-O que é que se passa, baby? Pareces preocupada...
-Sim, Dean. E estou preocupada.
-Com quê?-ele perguntou apressadamente, fechando logo a tampa do laptop. Mesmo que estivesse sempre fechado no quarto continuava sempre super atencioso e preocupado.
-Contigo, Dean.
-Comigo? Porquê? Fiz alguma coisa de errado, baby?
-Dean, estás sempre fechado no quarto com o laptop. O que é que se passa contigo? Eu é que estou grávida, e tu ainda descansas e esforças-te menos que eu.-disse, e ele deu uma risada. Nestas últimas semanas, estávamos constantemente a ser perseguidos por demónios, bastante mais do que o normal. O que é o inferno quereria connosco?-Foi por causa daqueles demónios em Jericho?
-Não, Piper. Nada disso.
-Então é o quê, Dean? Não saio daqui sem me contares a verdade, e tu sabes como eu sou.
-Pois sei. Bem, não me deixas outra opção...
-Para?
-Eu estou sempre aqui metido porque queria fazer-te uma surpresa, mas visto que já estás assim tão curiosa...
-Uma surpresa?-perguntei, confusa. O que é que ele estava a tramar agora?
-Sim. Eu ando a procurar casas no sítio onde tu queres e encontrei uma que eu sei que tu vais adorar, porque faz muito o teu género. Eu já estou a tratar de tudo para quando o nosso Bobby vier.
Eu queria falar, mas era como se as palavras não me saíssem da boca, portanto só fiz um sorriso enorme e deixei que ele me beijasse.
-Eu amo-te, Dean.-consegui dizer, finalmente.
-Eu também, baby. Na próxima semana vais ver a nova casa, e até já nos podemos mudar, se quiseres.
-Mudar agora é melhor não... Íamos dormir num colchão com um armário novo enrolado em papel bolha poeirento. Se bem que eu adoro rebentar papel bolha, é viciante. Mas estou curiosa para ver a casa.
-Vais gostar, prometo. Até já tem o quarto do Bobby, e não é pequeno.
-Ooooh, isso é bom. Espaço para o nosso filho correr.
-Então espera até veres o resto.
-Estou a gostar.
Alguém bateu à porta. Devia ser o Sam, acho que o Cas e a Charlie já se tinham ido embora.
-Quem é?-perguntei.
-É o Sam.-ele disse, entrando de notebook na mão.
-Senta-te, Sammy. Então, o que é?
-Temos mais um caso. Adivinhem só...
-Demónios, certo?
-Neste não tenho a certeza. Mas pode ser...
-O que é que eles querem connosco?! Já estou a ficar farta.
-Pois, também não sei. É uma mulher, Betty Kennedy.
-A Betty Kennedy? A que parece a rainha de Inglaterra? Aquela que dá aqueles bailes em casa dela e que tem
aquela herança toda em jóias? A que aparece nas revistas?
-Essa mesmo. Também deves saber que em cada baile que ela dá morre alguém.
-Sim. Também sei disso. E então, qual é o plano?
-Ela vai dar um baile esta noite em honra da prima, que fez 60 anos de casada. Nós vamos.
-Como é que vamos entrar no baile em honra à KENDRA KENNEDY?
-Oh, é aberto ao público. Tu sabes, quanto mais gente, mais audiência.
-Lá isso é verdade. Rapazes, vocês não têm fome?
-Por acaso... Eu vou buscar o almoço.-disse o Dean.
-Ok, obrigada.
-Trago sumo de maçã, o teu preferido.
-Awww, obrigada, baby.
Quando ele se foi embora, comecei a sentir-me muito zonza, completamente maldisposta. Corri para a casa de banho e deitei o pequeno almoço todo fora. Depois de me limpar e lavar os dentes, voltei para o meu quarto e havia um vestido rosa em cima da cama. Devia ser o vestido para o baile, mas como é que ele tinha vindo ali parar?

 Devia ser o vestido para o baile, mas como é que ele tinha vindo ali parar?

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Por acaso até gostei bastante dele. Quando voltei para a sala, já estava lá o Dean.
-Então, gostaste?-ele perguntou. Ah, já estava tudo explicado.
-Sim, adorei.
-Ainda bem. Acho que ficas linda de rosa.
Depois do almoço, fomos todos para o carro, para chegarmos ao palácio da Betty no meio das montanhas a tempo.
Tínhamos a música alta e eu e o Dean estávamos a cantar e a dançar, enquanto o Sam implorava dentro da sua cabeça para sair dali.
-Carry on my wayward son...
-For there'll be peace when you are done...
-Lay your weary head to rest...
-DON'T YOU CRY NO MORE!-acabámos, em uníssono.
-Pois, daqui a pouco sou eu que vou chorar, com vocês os dois a cantar isso. Dá para parar?-protestou o Sam, do banco de trás.
-Sam, é um clássico.
-Piper, é horrível.
-Fala por ti.
Voltámos a pôr a música, e continuámos sempre a cantar até chegarmos à pequena casinha de madeira, bastante acolhedora, no meio das montanhas.
-Ok, agora, vocês já sabem. Entramos normalmente e depois esgueiramo-nos para as outras divisões, para ver se há alguma coisa de estranho.
-Tá, ok. Mas não podem mesmo dar por nós. Nem pelo Sam, que é embaraçoso ir sem par.-brincou o Dean.
-Dean! Cala-te lá com isso! Eu também fui ao baile de finalistas sem par, e olha que me diverti mais do que os outros.-ralhei, defendendo o Sam. O Sam sorriu e o Dean ficou sem saber o que dizer.-Vá, vamos preparar-nos que já é tarde.

Go Little SingerOnde histórias criam vida. Descubra agora