Paçoquinha da Silva/ Pierre

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  OI AMIGOS, TUDO BOM? VOLTEI COM ATT DEPOIS DE MUUITO TEMPO. BOM, ESPERO QUE CURTAM! ,<3
- FOTO DA CAPA: LOUIS JURDAN. SO PRA ILUSTRAR O PIERRE. BEIJOS!
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- Eu sou o palhaço Paçoquinha, vim alegrar a sua vidinha! - o homem disse com voz infantil, apertando uma flor de plástico em direção ao rosto de Ana, molhando-a inteira.

- Pode parar de palhaçada? - ela disse séria, secando o rosto com a manga da blusa.

- Pedir para um palhaço parar de palhaçada, é como pedir para uma goiaba parar de goiabada HAHAHAHA - dessa vez ele apertou uma buzina.

- Mereço.

- Tudo bem, sua sem graça. Vamos, o que você quer? - o homem usou sua voz natural, que de tão grave assustou Ana.

- Uou, okay. Vejamos, quero me conte como conheceu Rita e o porquê de estar aqui hoje.

- O motivo é o mesmo de todo mundo: falta de dinheiro e de lugar melhor para ficar. Rita é uma megera, todos odeiam ela, todos querem que ela se foda. - disse áspero.

- E você a odeia também?

- Óbvio. Odeio mais que tudo. Odeio mais do que quem coloca catchup na pizza, ou quem escuta sertanejo universitário. Eu odeio tanto a Rita que eu sinto vontade de jogá-la de um tobogã de lâminas direto para uma piscina de álcool, depois apertar sua garganta até...

- Vamos com calma, Bozo. Já entendi o que você quis dizer. Mas por que exatamente você a odeia?

- Dinheiro. Ela roubou uma quantia minha uma vez. "Roubou" na verdade não é bem a palavra, ela me fez investir na companhia de arte fracassada dela e desviou o dinheiro para comprar jóias, com a desculpa de que era para "abrilhantar o show". Acabou que ela vendeu tudo um tempo depois e não me deu UM CENTAVO.

- Então o senhor tem motivos suficientes para roubar a buzina dela...digo, vingança?

- Olha, Ana. Se eu soubesse que tinha uma buzina do Chacrinha por aqui, eu teria roubado e vendido na mesma hora. Mas, sinto muito filha, não sou eu o culpado - disse se levantando - agora o palhaço Paçoquinha tem que ir alegrar a vidinha de alguma criança rica da zona sul. - saiu buzinando ironicamente.

                         *    Pierre   *

- Olá, mademoiselle, a que devo a honra de sua visita? - o homem que usava um terno preto por cima camisa social branca, cabelos elegantemente penteados para trás e tinha um ar de ator francês dos anos 60, cumprimentou Ana com um beijo na mão.

- Ah, e-eu... Só quero p-perguntar algumas coisas sobre o... você sabe, roubo da buzina. - a menina parecia nervosa e encantada com os galanteios do francês.

- Tudo bem. Sente-se, creio que não aceitas um vinho por ser horário comercial, mas não se preocupa se eu tomar uma taça, hum? - disse pegando uma taça e abrindo um vinho que parecia custar mais que tudo naquela casa.

- Claro que não. Enfim - pigarreou auditivamente tentando esconder o nervosismo - quero me conte sua história com Rita.

- Está nervosa, baby? - disse bebericando o líquido avermelhado.

- Não, não... Estou bem, obrigada. - a menina disse vermelha como um pimentão.

- Bien, não tenho muito o que contar-lhe afinal. Conheci Rita quando vim da França pra cá. Eu era jovem e estava a procura de um lugar para ficar, expressar minha arte e ser feliz. Ela tinha essa pensão mixuruca aqui, me cobrou barato por um quarto então eu me instalei por aqui.

- Já faz muito tempo?

- Ah, uns 10 anos. Mas de touten façon, a moça não gostaria de sair comigo?

- É que estou trabalhando.

- Ah, vamos lá, não vai acontecer nada que a moça não queira - ele disse se aproximando dela é sentando ao seu lado e colocando a mão em sua coxa indiscretamente.

- Não, não posso. - ela disse se levantando.

- Está me dando um toco? - ele disse forçando uma expressão chocada.

- É, tô sim. Tô dando toco, gelo, bolo, qualquer expressão que exista pra dizer que: NÃO TO AFIM. - Ana falou já irritada.

- Mas isso é um absurdo! Ninguém nunca recusou um convite de Pierre!

- Sou a primeira então, com bastante prazer!

- Você... Me paga! - Pierre avançou pra cima da moça, que segurou seu braço e, com um golpe, o derrubou no chão. - mas o que é isso?

- Krav Maga, fiz durante anos. Agora me escuta aqui, não é porque você é bonitão, charmoso, gostoso, atraente... que todas as mulheres do mundo te querem, eu sou uma das que além de não te quererem, te acham um babacão. - falou apertando o braço do homem.

- Você é a única que não quer, a única! - esbravejou Pierre.

- Que seja. Boa noite, idiota. Ou melhor, Bonne nuit, trou du cul. - Ana disse irônica e saiu do quarto em passos largos e fortes.

        

Rita MalaguetaOnde histórias criam vida. Descubra agora