Chapter 2

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Já aconteceu de alguma vez você querer muito que algum evento ou algo muito esperado chegasse logo, mas parece que o tempo trava a ponto de parecer uma eternidade? E o contrário, você já sentiu? Quando você não quer que algo chegue e o tempo simplesmente voa, contrariando a sua vontade?

Talvez sua resposta seja não, mas ultimamente tudo que vem acontecendo não satisfaz aos meus desejos, como por exemplo agora, onde tenho que sair com um estranho, ou melhor com Jack, e ir até um pequeno caminhão com mais alguns soldados sentados no banco traseiro e deixar toda a minha família chorando. Momento que, de fato, eu nunca quis que chegasse, mas ele, infelizmente, chegou, e mais rápido do que eu esperava.

- Louis? - Um garoto de voz grossa e familiar pronunciou meu nome. - Você não faz ideia do quão aliviado estou em te ver.

- Liam? - Fui abraçado por ele antes mesmo de entrar ao veículo. - Minha mãe havia comentado que iríamos juntos no vagão.

- Eu só não sabia se era verdade. - Liam sentou novamente ao banco amplo lotado de pessoas desconhecidas por mim.

Havia uma alternância entre jovens e idosos dentro do Peugeot Type 1525, todos com um capacete feitos com várias camadas de kevlar em sua cabeça e agarrados a mochila que eles certamente trouxeram de casa, havia muitas diversidades entre as características físicas das pessoas que nesse veiculo estavam, uns mais baixos, outros mais altos, alguns loiros e outros morenos, entretanto as nossas feições eram semelhantes, todos nós estávamos deprimidos e alguns até choramingavam disfarçados. 

- Eu não entendo. - Um senhor de barba levemente branca e com um óculos de grau sussurrou baixo mas foi possível ouvir o que ele acabara de dizer.

- Desculpa, senhor? - Seu par de olhos com a pupila visivelmente dilatadas focaram-se aos meus.

- Eu simplesmente não entendo o porquê de algumas pessoas verem mais valor em conquistar territórios do que em estarem reunidos com sua família. - Os olhos do idoso passaram a ficar inundado de lágrimas.

- Eu realmente lhe compreendo. - Finalmente me deparei com alguém que gozasse de uma opinião semelhante à minha. - Desculpa, mas como se chamas?

- Robin Twist. - Um pequeno sorriso gentil surgiu em sua face. - E você?

- Louis. Louis William Tomlinson. - Retribui-o com um sorriso entristecido.

- Meu enteado é tenente do exército. Faz um bom tempo que não o vejo devido à essa bagunça recente, mas finalmente vou poder vê-lo. Por mais que ele não seja meu filho de sangue, eu realmente o amo. - O senhor Twist desabafou.

É exatamente isso que acontece quando você é forçado a ir para uma guerra, você acaba por se abrir com alguém que nunca viu na vida, é como se o único apoio que você tivesse é através de quem irá lutar, através de quem passa pela mesma situação que você, um momento de pânico e dor.

- Fico feliz que irá poder ver ele novamente, mesmo que seja por uma causa horrível, é sempre bom quando você pode abraçar alguém num momento tão doloroso. - Robin balançava sua cabeça positivamente conforme as palavras iam saindo dos meus lábios.

- És um garoto esperto, estou certo? - O senhor Twist tirou seu óculos embaçado e olhou no fundo dos meus olhos. - Você me lembra o Harry quando menor, sempre tão inteligente. Acho que poderão se dar bem.

- Harry? Seu enteado? - Robin confirmou através do seu polegar levantando. - Assim espero, senhor.

Ultimamente, por mais que haja estranhos ao seu redor fazer amizade ou se dar bem com eles é como ter mais uma pessoa para ajudar a si mesmo, eu não tenho ninguém agora a não ser meus vizinhos distantes também sentados nesse banco, e é por isso que quanto mais amizades concebemos, se é que podemos chamar assim, melhor é para a própria pessoa.

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