Treta?

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Sem querer, ela tropeça e cai no chão, devido ao salto que usava. Ela bateu a cabeça. Fernando se aproximou, e quando estava prestes a puxá-la, Gustavo lhe deu um soco, o fazendo cair no chão.

-- Fica longe dela. ~ ele disse ofegante.

-- Aline... ~ Fernando disse depois de se recuperar do soco ~ Eu preciso de você!

Aline ainda estava desacordada, no tombo ela bateu a cabeça no asfalto. Estava sagrando. Lucas estava tentando ajudar como podia, mas ninguém passava no local para ele pedir ajuda.

-- Você precisa é criar vergonha na cara, isso sim. Vai cuidar da sua esposa cara, que saco! ~ Gustavo disse impaciente.

Ele levou um tapa de Fernando, mas devolveu com um chute no estômago. Ninguém passava pela rua e Lucas ficava cada vez mais assustado com o estado de sua mãe.

-- Pai, me ajuda! ~ Lucas gritou chorando desesperado.

As palavras fincaram como um eco na mente de Gustavo. Ele agora tinha uma família, que ele queria aumentar. O próximo passo seria apenas casar com Aline. Isso não seria fácil, mas ele queria tentar. Ele saiu de seus pensamentos ao levar uma bicuda no queixo.

-- Desgraçado! ~ ele grita passando a mão em seu queixo, que está sangrando.

Lucas estava preocupado demais com sua mãe para perceber o que estava acontecendo ao seu redor. Ele pegou o celular dela na bolsa, e ligou para a emergência. Não demorou muito e a ambulância chegou. Os paramédicos apartaram a briga, e Fernando conseguiu ir embora. Aline ainda estava desacordada, Lucas estava desesperado e Gustavo estava muito machucado. Ligaram para os tios de Lucas, e em meia hora todos estavam lá.

-- Lucas, o que aconteceu?! ~ Júlio pergunta curioso e preocupado.

-- Minha mãe foi correr de salto e caiu. Bateu a cabeça no asfalto e abriu. E o meu pai foi brigar com o homem que fez minha mãe correr, porque ele queria levar ela.

-- Teve treta?! Como foi?! ~ Isabelle pergunta.

Isabella lança um olhar de reprovação, mas não diz nada. Lucas narra tudo o que aconteceu e todos ficam à espera de noticias.

-- Vocês são parentes de Aline Duarte? ~ um médico pergunta ao se aproximar deles.

-- Sim. ~ Júlio responde preocupado.

-- A paciente levou alguns pontos na cabeça devido à queda. Sorte a dela que o cabelo esconde. ~ todos soltaram um riso baixo, menos Lucas ~ Ela terá de tomar alguns remédios e se tudo der certo terá alta amanhã. Ela fica hoje para observação.

Todos suspiraram e abriram um sorriso.

-- E o paciente Gustavo Rodrigues, doutor? ~ Isabella pergunta.

-- Ele fez os curativos necessários e apenas terá de cuidar direito dos machucados e voltar daqui alguns dias para vermos a situação. Algo mais?

-- Só, obrigada doutor.

Após o doutor sair, Isabelle pergunta:

-- Onde fica a lanchonete mais próxima?

-- Caramba, tu ta pensando em comer? ~ Isabella pergunta.

-- Não fofa, tô pensando no meu sobrinho que deve estar com fome até agora. Aliás, minha fome é um problema meu!

-- Depois reclama que está gorda...

-- Chega! ~ Júlio diz ~ Vocês não vão brigar aqui, agora, e muito menos na frente do Lucas. Pensem na Aline. Ela odiaria ver vocês brigando na frente do filho dela. Parem de se provocar, já ficou chato!

Lucas encara as tias, e assente concordando com Júlio.

-- Tô com fome. ~ O pequeno reclama.

-- Vamos comer, querido. A titia vai te pagar um lanchão. ~ Isabelle sorri e leva Lucas a uma lanchonete perto do hospital.

Júlio e Isabella ficaram sozinhos, ele tentou quebrar o gelo:

-- E aí? Tudo bem?

-- Tudo ué. Parece que a gente nem se conhece.

Ele ri baixo e responde:

-- Prazer, Júlio.

-- Prazer só na cama querido.

Júlio fica vermelho e ela ri de sua expressão envergonhada.

-- Você é virgem? ~ ela pergunta normalmente.

O silêncio prevaleceu, e Júlio ficou ainda mais vermelho.

-- Já entendi... ~ ela diz encarando o chão e rindo. 

Eles não disseram mais nada, e Gustavo apareceu. Estava com vários curativos e vermelhos pelo corpo, mas a primeira coisa que perguntou quando viu Isabella e Júlio foi:

-- Cadê a Aline e o Lucas?

-- Calma, sua família está bem. ~ Isabella responde ~ Bom, mais ou menos. A Aline vai levar alguns pontos na cabeça e tal. O Lucas foi comer com a Isabelle.

-- Eu já tive alta, quando a Aline sai? ~ Gustavo diz.

-- Amanhã. ~ Júlio responde o encarando.

-- E... Quem vai ficar com o Lucas essa noite?

-- O suposto pai dele, eu acho. ~ Isabella responde num tom irônico.

Gustavo pensa um pouco e assente. Não seria tão ruim.
Depois que Lucas chegou, Gustavo foi com ele rumo à casa de Aline. Ele sabia que os tios não deixariam Lucas no hospital, muito menos sozinho em casa.
Gustavo não sabia cozinhar muito bem, então pediu pizza e refrigerante. Viu alguns desenhos com Lucas, e os dois adormeceram juntos no sofá. No dia seguinte, ambos acordaram cedo e tomaram banho para buscar Aline no hospital.

-- Pai... Minha mãe ta bem? ~ Lucas perguntou se lembrando da cena de sua mãe desacordada e machucada.

-- Não posso te prometer, mas ela não vai estar tão ruim.

Lucas soltou uma lágrima involuntária e se ajeitou no banco de trás do carro. Chegando no hospital, Aline não estava lá. Avisaram Gustavo que Júlio e Isabella haviam buscado a paciente mais cedo e a levado para a casa de um deles. Gustavo não sabia onde Isabella morava, então foi para a casa de Júlio. Aline estava com parte da cabeça envolvida numa faixa e pontos que não eram visíveis. Estavam os quatro (Aline, Júlio, Isabella e Isabelle) na sala jogando videogame.

-- Mãe! ~  Lucas gritou e correu para abraça-la.

Todos sorriram ao ver o abraço. Era lindo o carinho de mãe e filho que aqueles dois possuíam. Depois de conversar, Lucas foi ao banheiro.

-- Agora... Quero saber da Juliana. ~ Aline diz. ~ Provavelmente o Fernando foi procura-la e acabou se confundindo.

-- Nossa tu é muuuito parecida com a Juliana né. ~ Isabelle diz irônica.

Aline solta um riso e continua:

-- Vou ver ela no hotel ainda hoje.

-- Mano, tu acabou de sair do hospital. Se recupera, vai amanhã. Tu saiu do hospital hoje dona Aline. Vai ficar em casa e repousar. Sem dor de cabeça. ~ Isabelle diz fazendo bico no final.

-- Ok mãe. ~ Aline responde rindo ~ Se fosse pra ir no encontro de casais tão desejado tu arrastava minha cara no asfalto se eu dissesse que não ia né.

-- São casos diferentes. ~ Isabelle diz se lembrando de Edson.

Edson é seu namorado. Chiclete que gruda em sapato tem uma certa inveja desses dois.

Depois De Me EsquecerOnde histórias criam vida. Descubra agora