Já nos encontrávamos no local. Eu, Amber e Niall caminhávamos sobre ramos espalhados pela floresta. Esta era densa e escura. Apesar de ser dia a altura dos árvores tapavam a entrada de luz por entre os ramos, apenas alguns raios de luz chegavam à superfície.
Senti que estávamos a chegar perto assim que começo ouvir vozes e sentir o cheiro de sangue humano. Um grupo de vampiros, no qual ainda não conhecia, estão a investigar o local e os corpos.
Olho para os corpos e são os mesmo que vi no meu sonho. Não sei como foi possível. O sangue espalhado pelo o chão negro com ramos chama-me à atenção. Os meus batimentos cardíacos aumentam e a minha respiração por sua vez é irregular e sinto os meus dentes a crescerem.
-As vítimas são mulher com idades compreendidas dos 20 ano aos 30 anos. Os corpos apresentam ferimentos de vampiro e quase não apresentam sangue no corpo, ou seja, quem fez isso não deixou quase uma gosta restante no corpo das vítimas. Por isso alguém de nós está por detrás destas mortes.- o homem aparentemente mais velho fala para o grupo todo. Todos olhavam a atentos para as suas palavras menos eu.
Ele continua a dizer qualquer coisa, mas a minha capacidade de atenção estava focada em outra coisa: o sangue. Dou alguns passos atrás afastando-me assim do grupo e dos corpos e encosto-me à árvore velha para tentar acalmar.
Oiço passos a vir da minha direção e olho para o mesmo. Amber encontrava-se à minha frente com uma mão nas minhas costas.
-Estás bem, Effy?-pergunta preocupada
-Não, Amber. Eu tenho de sair daqui.-assim que digo isto os meus dentes se soltaram e os meus olhos mudaram para algo mais sombrio. Corro para fora da floresta com a velocidade máxima que eu podia.
Paro em frente do bar.
Os músculos do meu corpo ficam fracos e é necessário encostar-me a uma parede.
Olho à minha volta e vejo uma rapariga por volta dos 30 anos sentada na paragem de autocarros. Aproximo-me dele muito devagar por duas razoes: pelo meu fraco estado e para não afugentar a pessoa. Fazia algum tempo que não me alimentava, se bem me lembro a ultima vez foi ontem à noite.
Mal chego perto dela, esta olha para mim e eu olho nos seus olhos.
-Não vais fugir nem gritar. Vai fazer tudo o que eu disser.-digo hipnotizando-a.
Ela move a cabeça confirmando.
Levo-a para um local mais escondido. Ela está imóvel quase como uma estátua.
Pego levemente no seu pulso e fico a olhar para o mesmo. A ultima fez e a primeira fez que bebi sangue humano quente vindo directamente do corpo foi naquele dia que passei a transição, desde desse dia que não voltei a tocar neste tipo de sangue. É uma loucura eu sei, mas eu estou muito desesperada por alimento depois de ter visto a cena sangrenta na floresta.
Lembro que uma das regras dos vampiros desta cidade era não atacar os moradores (excluindo as situações de transição) ou turistas destes e que temos de colocar a paz nesta.
Ignoro esta regra e prossigo com o meu objetivo não querendo saber das consequências dos meus atos.
Os meus lábios passam levemente na sua pela e os meus tentes crescem e espetem na sua pele. O líquido vermelho escuro e quente entre na minha boca e passa na minha garganta. A sensação era boa e então puxo mais pelo sangue. A rapariga perde as força e escorrega pela parede. Já eu continuo a sugar o sangue de si. Paro por algum tempo ou por muito que eu nem me apercebi, pois o sol já se ponha.
Olho para a jovem e esta respirava muito de devagar. Aproximo dela bastante devagar lembro-me de uma coisa: se ela morrer não poderá viver de novo, mas se eu lhe dar do meu sangue e ela morrer e transformar-se ela poderá viver de novo por muitos anos. Fico por meros segundos a decidir que opção escolher.
Olho para o meu pulso despido e aproximo os meus lábios deste. Abro ligeiramente a minha boca e sinto a transformar-me em vampiro. Mordo o meu pulso e começo a sentir o meu sangue quente nos meus lábios. Rapidamente tiro a boca e aproximo o meu pulso nos lábios da rapariga e faço com que ela beba o meu sangue.
Espero alguns minutos e observo ela melhorando ao piscar bastante os olhos e começando a respirar mais normalmente.
Fico impressionada quando me apercebo que o meu sangue melhorou o seu estado.
Vejo que é tarde, levanto-me e afasto-me do local onde a rapariga se encontrava deixando-a sozinha.
A rua estava negra apenas o luar iluminava esta. Ando calmamente a caminho para a mansão. Sei como está a minha figura: olheiras nos meus olhos e sangue meu e da jovem nos meus lábios e queixo, porém não me preocupo em limpar.
Os meus olhos dirigem-se para o outro lado da rua onde um grupo de rapazes a conversarem se aproximem de mim cada vez que dão mais passos. Eles não notaram da minha presença e aproveito para fugir em alta velocidade.
Paro assim que fico em frente do protão enorme da mansão e mal esta abre eu caminho pelo jardim até entrar na enorme casa. Assim que entro no corredor olho para o meu lado esquerdo onde se localizava a sala e observo Niall, Amber e Ruby neste. Ruby sentada num sofá e os irmãos gémeos em pé em frente da bruxa estão a conversar.
Fecho a porta grande e este faz um estrondo chamando à atenção dos três. Eles olham para mim com cara de preocupados e zangados ao mesmo tempo e dirigo-me até eles.
-Effy, o que te aconteceu?-Amber pergunta e pega no meu queixo levemente observando o sangue.-Estás maluca?! Sabes o que acontece quando um vampiro bebe sangue humano vindo logo do corpo?! Eles ficam descontrolados e viciados!
-Desculpa, eu não aguentei.
O sentimento de culpa cai sobre mim.
-Eu nem quero saber o que aconteceu com a tua vítima.-ela diz se afastando de mim e começando a subir as escadas em direcção aos quartos e ainda assim ainda consegui ouvir-la dizendo: Vai tomar banho, ninguém quer ver a tua figura ensanguentada.
Eu sei que ela está muito chateada porque não cumpri uma das regras postas aos vampiros nesta cidade, mas eu sei que ela compreende que foi um caso de urgência. Honestamente, Amber assustou-me um bocadinho com aquela conversa do vicio. eu não me quero tornar numa viciada descontrolada, já basta ser este monstro não quero transformar-me num monstro viciado e descontrolado por sangue.
Assim que oiço isto olho para Ruby e Niall vejo o rapaz loiro a aproximar de mim e pegar gentilmente na minha mão. Sinto os seus dedos mornos a rodearem os meus e ele diz:
-Vai ficar tudo bem, não vais ficar descontrolada e viciada. Eu não vou deixar que isso aconteça.
As suas palavras acalmam-me e assento levemente a cabeça confirmando. Afasto-me dele e subo as escadas sem dizer nada em direção ao meu quarto.
Apesar de ser já de noite ainda havia alguns vampiros espalhados pela mansão e este olhavam pelos cantos dos olhos devido à minha figura.
Tento ignorar estes olhares e entro no meu quarto. Vou directamente para a casa de banho e assim que olho-me ao espelho vejo a minha figura suja com o meu sangue e da rapariga no qual me alimentei. Fecho os olhos e respiro fundo e ligo a torneira da banheira deixando a água escorrer e encher esta.
Há um ano atrás não imaginava que a minha vida podia ser assim. Eu desconhecia o mundo obscuro e apenas conhecia o meu mundo, no qual este era quase perfeito para mim. Eu tinha amigos, família e trabalho e era feliz. A minha vida era normal. Agora tudo é diferente.
Poucos minutos passaram e a banheira já estava suficientemente cheia para mim.
Retiro todas as minhas roupas do meu corpo, atiro-as para o cesto da roupa suja e entro na banheira creme.
A água morna percorre o meu corpo todo relaxando os músculos do meu magro corpo. Na minhas mãos formo uma concha e mergulho as minhas mãos na agua enchendo-a e logo de seguindo levo-a à minha cara lavando a minha boca e queixo. Observo as as gotas de sangue e agua a escorrerem pela pele da minha mão.
Deixo cair levemente a minha cabeça para trás encostando este na banheira, observo o teto branco e fecho os meus olhos relaxando um pouco.
Quem me dera que eu estar neste momento na minha antiga cama a ouvir musica e ler um bom livro como uma rapariga normal enquanto a minha mãe faz o jantar e o meu pai acaba o seu trabalho em casa como a maioria das vezes fazia.
