Capítulo 24

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Agatha...

Quando  abri os meus olhos, todo o meu corpo doía, estava em um hospital, e o quarto estava vazio, exceto por um ser dormindo sentado em uma poltrona muito desconfortável, o João Lucas estava dormindo tão calmamente que nem se parecia com um traficante perigoso, mas eu conhecia o verdadeiro, na verdade eles conheciam o JL, mas eu conhecia o João Lucas e uma das provas disso é o meu pequeno, que é o pai escrito, não tem nada meu, mesmo com cinco meses o meu pequeno é um verdadeiro príncipe, dorme a noite toda e não é muito chorão.

-Agatha?

O João Lucas estava em pé do meu lado, ele estava mais magro, e tinha olheiras fundas.

-João Lucas! Como me achou aqui?

-A Nana ligou para o seu pai pedindo ajuda, e agradeça a ela, se eu não estivesse ali provavelmente você estaria morta.

-Não se ache tanto, eu sei me defender muito bem.

-Não entedi!

-Quando eu tinha de 14 para quinze anos minha mãe e minha avó me mandaram para a Espanha, onde eu conheci dois meninos da minha idade, Júnior e Amora, eles eram filhos de traficantes aqui do Brasil, e nós acabamos virando muito amigos, um dia a Amora me encontrou toda machucada porque um grupo de meninas me espancaram, a partir daquele dia ela me treinou como a mãe dela tinha feito com ela, e depois de seis meses eu já atirava com perfeição, ela até me deu uma pistola, mas a minha mãe achou melhor eu voltar e nós perdemos o contato, nunca mais soube deles.

-Nossa! Nunca imaginei isso de você, pra mim você sempre foi a menina que prefere fugir .

-E você o que prefere mentir

Falei quase em um sussurro, mas sei que ele ouviu.

-Você entendeu tudo errado Agatha

-Eu encontrei com a Bárbara e ela me disse de uma tal de Vanessa, porque você não me disse que tinha uma mulher?

-Porque eu não tinha Agatha, a Vanessa me traiu, ela se juntou à um inimigo meu e do seu pai.

-Mas e a menina? A Anna?

-Ela matou a minha filha, minha pequena só tinha dois meses, por isso eu me apeguei tanto à Alice, a Anna era a minha cara, um dia eu cheguei em casa furioso por ter acabado de descobrir a traição da Vanessa, iria matar ela e cuidar da minha filha sozinho, quando eu entrei em casa tudo estava revirado, encontrei a Vanessa descendo as escadas e disse "Eu vou te matar sua vadia mentirosa, você é uma vagabunda", ela sorriu com deboche e mostrou as mãos que estavam cheias de sangue, na hora a primeira coisa que me veio a mente foi a Anna, ela tinha esquartejado a minha filha, eu fiquei sem reação, eu simplesmente paralisei, quem me ajudou foi o seu pai, a desgraçada da Vanessa fugiu e eu nunca mais a encontrei.

Ele terminou de falar chorando e eu estava chorando rios, nunca iria imaginar que ele teria sofrido tanto.

-Me desculpa João.

-Não precisa meu anjo, você me deu o meu maior presente, ou melhor os dois, a Alice e o Lucas, estou doido para conhecê-lo.

-Eu estou morrendo de saudades dos meus filhotes, o Lucas deve está deixando a Maitê louca, ele ainda mama no peito.

-Não se preocupa, enquanto você estava anestesiada a médica tirou um pouco do seu leite para o Miguel levar.

-Que ótimo, quando eu vou poder ir embora?

-A noite, e por falar nisso, quero você e os meninos comigo em São Paulo.

Ele falou assim na lata, não sei se posso deixar o raio de vida agora...

De Princesa À PatroaOnde histórias criam vida. Descubra agora