Capítulo 2

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Gel...

A única mulher que eu amei em toda minha vida simplesmente desapareceu, vinte anos atrás a Branca simplesmente sumiu, fiquei por muito tempo desesperado atrás dela, mas acabei desistindo, mas o meu amor por ela nunca acabou, ainda mais depois dessa carta.

"Rogério, meu Rogério, sei que você deve está furioso e pensando porque eu fugi daquela maneira, eu não fugi por não te amar, pelo contrário, nosso amor foi tão forte que acabou me dando uma filha nossa, Agatha, quando sai daí estava grávida, fiquei com a minha mãe todo esse tempo, e ela me ajudou a criar e cuidar da Manu, mesmo com todo o nosso cuidado, dois anos atrás aconteceu uma desgraça, nossa menina estava voltando da escola quando um desalmado à violentou, deixando como rastro dor e a pequena Alice, que eu acabei rejeitando, me arrependo muito por ter rejeitado minha neta, mas agora não tem mais volta, mas eu lhe escrevo essa carta para que você ajude a nossa menina, se vocês dois estão recebendo essa carta é sinal que o câncer me venceu, eu sei também que você deve está se perguntando por que eu saí de Paraisópolis fugida se eu te amava tanto, não sei se você está preparado e nem se vai acreditar em mim, mas eu preciso que você cuide da nossa filha e para isso eu preciso que você saiba de toda a verdade, seu pai me encontrou na sua casa chorando com o teste nas mãos, quando ele viu ficou furioso e me disse que se eu não fosse embora ele nos mataria, ele até lhe ameaçou, depois de levar alguns tapas eu sai da sua casa desesperada, não consegui te achar e mais uma vez encontrei seu pai, que me deu mais tapas e socos, desesperada eu não pensei duas vezes eu fugi, pelo bem da nossa filha e do seu, me perdoa Rogério, por ter sido covarde e não ter lutado mais.
Eu escrevi uma carta como essa para a Agatha e lhe pedi para ir lhe procurar, não sei se ela vai e nem quando vai, só lhe peço que cuide delas.
Algum dia você vai saber a verdade.
Te amo, sua branquinha..."

Tem quase seis meses que eu recebi essa carta e duas coisas estão me preocupando o final dessa carta e a minha filha que ainda não apareceu, mas estou ajeitando tudo e dentro de quinze dias eu vou para Belo Horizonte atrás da minha filha e da minha neta.

-Fala Caique!

-Patrão tem uma mulher aqui com um bebê no colo querendo te ver, ela me pediu toda manhosa pra te ver, e falou que é filha de uma tal de Verônica, o que eu faço com ela?

Meu coração disparou, elas vinheram, depois de tanto tempo elas vinheram.

-Não deixa ela sair daí.

Me levantei correndo e senti o JL do meu lado, mesmo sendo um rapaz bem mais novo eu considero esse moleque como um filho e com isso ele tem o cargo de sub aqui do morro.

-Ela veio mesmo?

-Tudo indica que sim.

-Bora lá vê então.

Entrei no carro e desci pra entrada do morro, quando o Caique me apontou uma mulher tão pequena, delicada, mas com os olhos tão sofridos, eu tive vontade de chorar, ela estava assustada, segurava a filha com força nos braços, corri até elas e com um pouco de dificuldade eu as abracei, agora eu vou poder cuidar delas e não deixar nada de ruim acontecer à elas...

De Princesa À PatroaOnde histórias criam vida. Descubra agora