*Capítulo 09*

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Era aquele dia, parecia ser mais real do que a própria realidade. Tinha em mãos umas sacolas e elas estavam cheia de guloseimas, chocolate, salgadinho, pipoca de microondas, lanches congelados e o nosso filme preferido "Golpe duplo" tudo para ser a noite perfeita, peguei a chave do seu apartamento (Natasha era mais velha que eu, ela tinha 23 enquanto eu tinha 16, 7 anos de diferença mas o amor era incondicional), e já que ela morava sozinha tinha a chave reserva dela. Abri a porta, tudo aparentava estar normal, menos por uma bolsa de cor vinho em cima da mesa, mas achei que era dela. Deixei a sacola em cima da mesa. Tudo estava no maior silêncio, menos por um gemido.COMO ASSIM UM GEMIDO?
Fui ao encontro da porta do seu quarto, abri devagar e lá estava ela com outra garota. Minha loira...(quer dizer ela não era mais minha e nunca mais seria), em cima de uma ruiva que estava na cara que era falsa. Algumas lágrimas escorreram do meu rosto e ela se virou e me disse
-Lih meu amor!

Acordei num pulo com o despertador, não acredito estar sonhando com isso de novo. Achei que tinha passado. Olhei no relógio 5:50. Fui tomar um banho mas resolvi não enrolar hoje. O dia estava cinza e pelos movimentos das árvores deduzi que estava ventando muito, coloquei um moletom preto por cima da minha regata azul simples, uma calça jeans e meu All Star de sempre. Prendi meu cabelo num coque e peguei meu óculos. Meu celular tocou era Jessie:

~Bom dia meu chuchu!!!
-Bom dia Jessie- ela sentiu o desânimo em minhas palavras
~O que aconteceu? Você ta bem?
-To sim, foi aquele sonho de novo
~Putz, sinto muito. De coração mesmo!
-Relaxa uma hora para- uma lágrima escorreu pelo meu rosto
~Então, esqueci de avisar mais hoje por ser quinta vou pra casa da minha mãe. Mas antes tenho uma consulta, por isso não vou pra escola. Aproveita e se aproxima da Júlia menina
-Afê, me deixa sozinha mesmo
~Você está em boas mãos. Preciso desligar. Beijos e fica bem
-Beijos!!!

Peguei minha mochila e meu fone e desci para a cozinha. Hoje minha mãe trabalha o dia inteiro literalmente, mas deixou o café pronto. Peguei um pão de queijo tomei um gole de café e sai para pegar o ônibus. Entrei e me sentei no lugar de sempre. Dessa vez quando chegou no ponto da Júlia ela sentou ao meu lado
-Bom dia!
-Bom dia, Júlia!

Jogamos conversa fora até chegar na escola:
-Eu preciso passar na biblioteca antes de bater o sinal, até mais- Como Jessie não ia vir hoje, resolvi ir junto
-Posso ir também?- Ela me respondeu com um sorriso
-Claro!
Faz muito tempo que não entro na biblioteca da escola, já que minha Tia Paula tinha me dados uma grande quantia de livros.
-Saudades desse lugar- Aqueles livros me fascinavam, amava aquele cheiro de papel.
-Eu sempre estou aqui, meu canto favorito.- Eu sorri para Júlia, que retribuiu
-Só vou devolver esse livro a gente já vai

E lá vai ela falar com a bibliotecária, entregou o livro e saímos dali em silêncio a caminho da sala

A Garota da BibliotecaOnde histórias criam vida. Descubra agora