Do lado de fora, o vento soprava grandes flocos de neve contra as janelas da delegacia. A cortina branca e sem vida que ficava atrás da escrivaninha de Namjoon rodopiava fazendo um barulho estranho, dançando ao som da melodia que o sopro da ventania produzia.— Entre.
Como Namjoon pediu, Kyungsoo entrou, deixando a porta entreaberta. Uma fresta de luz se derramou ali dentro e Kyungsoo esperou seus olhos se ajustarem ao tom mais escuro do lado de dentro. Lentamente, o rosto de Namjoon tomou forma, os olhos se transformando em buracos negros que o observavam, julgando, calculando, avaliando.
— Algo novo? - pediu Namjoon, enquanto lia alguns relatórios de ocorrências que haviam acontecido na última semana. Pela quantidade de arquivos, parecia que o número de problemas da província havia triplicado desde a última vez que Namjoon tinha analisado todos eles. Kyungsoo pigarreou.
— Na verdade, Jin está fazendo uma espécie de necrópsia. Não sei exatamente, são coisas periciais. Segundo ele, os lábios de Hyungwon estavam esbranquiçado, enquanto o de Sehun ficou em tom roxeado. Há uma suspeita de alguma coisa, só nos resta esperar.
— Onde ele está fazendo isso?
— Na casa de Jinyoung. Tem algo como uma sala específica para isso lá, Jinyoung é uma pessoa estranha - respondeu Kyungsoo. Namjoon continuou lendo parcialmente os relatórios.
— Devemos ir lá?
— Daqui a algumas horas, talvez. Ou depois que a nevasca parar.
— E quanto a investigação?
— Bom, no meu caso, para manter a mente ocupada e não ficar pensando em coisas desnecessárias, tentei me lembrar do formato da casa de Hoseok, pelo menos a parte que eu tinha visto, e avaliei as possíveis rotas de fuga por lá.
Namjoon concordou, ainda com os olhos nos relatórios e Kyungsoo sentou na cadeira de frente a Namjoon, antes de continuar:
— As janelas eram pequenas demais para alguém adulto passar. Por isso, a porta da frente e a porta dos fundos eram os únicos meios de entrada ou saída, e cada uma ficava de um lado oposto da outra. Então, com certeza, quem quer que tenha deixado o bilhete ali, não foi ninguém que estava naquela sala, isso é óbvio. O que nos leva a crer que foi alguém que estava na rua. No entanto, ninguém notou nada estranho naquele horário, nem encontraram algo suspeito durante as buscas imediatas. Isso me faz pensar que, embora a imagem do assassino se assemelhe a imagem de um palhaço, não necessariamente ele se veste como um, ou... até mesmo seja um.
Namjoon tirou os olhos dos papeis e encarou Kyungsoo imediatamente.
— Está dizendo que os crimes são cometidos por mais de uma pessoa?
— É algo que se deva considerar, não? Ele consegue capturar mais de uma vítima, homens e fortes... não creio que faça isso sozinho. Aliás, com certeza alguém veria uma criatura com roupas espalhafatosas dando sopa ou entregando bilhetes enigmáticos por aí, não acha?
Namjoon tamborilou os dedos sobre a mesa, mordendo o lábio inferior com uma expressão pensativa no rosto.
— Sendo assim, mesmo o bilhete não sendo entregue por alguém que estava presente naquela sala, não podemos descartar que alguém de lá possa ser o culpado - disse Namjoon, com os olhos arregalados.
— Exato. O bilhete pode ser apenas um tipo de distração para livrar o verdadeiro culpado da suspeita.
— Isso é algo que devemos levar em consideração. Principalmente se analisarmos o conteúdo dos bilhetes entregues anteriormente. O remetente dessas pequenas cartas é alguém que gosta de brincar.
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Duke Of Blood • Jikook
Fanfiction- Eu não acredito no homem. Eu odeio toda maldita raça humana, inclusive eu. Por isso, não foi tão sombrio e assustador quanto parece. Era divertido... matar alguém é uma experiência engraçada tanto quanto um palhaço empunhando um bastão ensanguenta...