CAPÍTULO 04

42.5K 2.8K 575
                                    

CAIO

A tarde voltava de Eldorado para a fazenda me sentindo mais irritado a cada minuto, e as horas que passei no escritório atolado em trabalhos não foram o bastante para me  distrair. Meus pensamentos ficaram totalmente tomados por uma mulher linda de olhos verdes. Ela não saía da minha cabeça nem que me esforçasse. E agora, eu sentia como se Bruna estivesse sugando todo o sangue do meu corpo e acabando com as minhas energias.

E a verdade era que nada havia me preparado para isso. Essa obsessão que ela virou para mim, esse tormento em menos de um dia.

Imagino ter ela em minha cama e nos déssemos prazer que vou voltar ao normal, ser eu mesmo como sempre fui,  mas sei que só ter isso dela não adiantaria, eu sempre vou querer mais.

E os sinais estão todos aqui para que me desse conta que estava perdido. Como ela me deixou assim que fitei seus olhos, aqueles cabelos longos, daquela pele perfeita que parecia tão macia e os lábios carnudos que me perturbavam só de pensar neles. A noite que passei sem conseguir dormir, a necessidade que tive de ve-la nas primeiras horas da manhã, o desepero e o medo que ela fosse embora e escapasse das minhas mãos... E o ciúme. 
Nunca na minha vida desde que deixei de ser um moleque para tornar um homem tive necessidade de mulher alguma na minha vida. As procurava unicamente para sexo, o que gostava bastante. E nem mesmo com a Cláudia com quem tive um relacionamento sexual por três anos me deixou ligado como Bruna fez em um dia sem mesmo ter um contato físico. Cláudia como tantas outras representaram absolutamente nada para mim e nunca que dispensei um único sequer pensamento para qualquer uma delas.

Agora aos vinte nove anos de idade entra na minha vida uma princesa, com uma sensualidade delicada. Porque era isso que a Bruna parecia, uma princesa que nada tinha haver com um fazendeiro grosseiro como eu. Mesmo podendo me mostrar ser civilizado, com estudos e diplomas, ter viajado quase o mundo todo. Vestia-me geralmente como um empresário e andava em carros caros, mas tudo isso era uma capa da pessoa que eu realmente era, truculenta, um animal prestes a matar qualquer um que entrasse no meu território. Definitivamente eu não seria nada apropriado para uma mulher como aquela.

A raiva não demorou para me dominar e o reflexo foi que meti o pé no acelerador ao lembrar do que Graziela me disse: Que a mulher que me atormentava já tinha um homem em sua vida, e o fato que ela poderia realmente ama-lo mesmo sentindo-se atraída por mim me deixava com dor no corpo todo e com dificuldade para aceitar.

Respirei fundo e disse a mim mesmo que teria que voltar ser eu mesmo o quanto antes. Me negava me atormentar por uma mulher, a ser um fraco por ela. Segui para a casa da Olívia, também já fazendo a ligação para Susaninha e que também fosse me encontrar.

Passei entre as várias casas que mandei contruir na fazenda como um benefício para os meus empregados e suas famílias, e ao todo contava com cento e cinquenta casas, algumas crianças passavam correndo, as mulheres botavam as caras na janela curiosas ao ver meu carro. Na verdade nunca me importei com as fofocas que isso sempre gerava, fazia o que queria, mas agora de alguma forma o que estava fazendo me incomodou. Abri a porta do carro saindo dele sem pensar muito, segui para a porta da casa. Olívia abriu sem mesmo que eu pudesse bater. Sorriu para mim, mas sentia que algo a incomodava.

— Você mandou a Susaninha para cá. Queria que fosse só nós dois, Caio. Sabe que não gosto de dividi-lo quando estamos juntos.

Para mim também não era o que mais gostava. Mas só queria provar algo a mim mesmo.

Entrei na pequena sala, e Susana já estava ali em pé no meio dela vestida com uma minúscula saía. Olhei de uma para a outra, e no mesmo minuto me dava conta que não queria tocar em nenhuma delas.

PERIGOSA OBSESSÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora