-- -- Confesso que eu próprio não concordo com todos e , que a maioria me soam compilados e ao mesmo tempo que demasiadamente "humanos" , como também desconcertam os que realmente possuem hermenêutica .
Então o suposto Deus do outro lado da linha e que a cada momento parecia aduzir-se mais complacente depois de mais uma gargalhada ressaltou :
-- Excetuando-se é claro esse aqui,,, ;
"Todo homem prudente age com base no conhecimento " .
-- Finalmente alguém com classe . -- Escarniei inevitavelmente .
-- Essa eu vou deixar passar . -- Reparou descontraído o suposto Deus .
Naquele momento pensei em deligar o telefone , mas um clarão invadiu a minha mente me fazendo lembrar que o suposto Deus havia antes salientado sobre o fato de eu pretender me tornar um escritor e isso me fez passar a imaginar que o enigmático inoportuno da madrugada tratava-se apenas de um algum amigo a querer tentar pulhar-me , no entanto outro clarão maior ainda me fez lembrar que eu não tinha amigos então perguntei :
-- Como sabe dessa minha inação por se tornar um escritor ?
-- Eu sei de tudo , eu vejo tudo ! -- Sublimou imediatamente o suposto Deus .
-- -- E a proposito . estou sabendo que você anda por aí especialmente nas suas noitadas de perfídia a usar esse meu bordão , da próxima vez poderia ser mais original ?
Mais uma vez pensei em desligar o telefone , todavia parecia que eu estava maquinalmente me envolvendo com aquilo que antes eu havia julgado ser um trote de bêbados e arruaceiros ao mesmo tempo que de alguma forma eu também sentia a necessidade de embarcar naquela loucura , naquela insensatez , pois como um adepto e assíduo navegador do universo imaginário e, eu era deveras um curioso e ao mesmo tempo um incrédulo e que podia ver nessa combinação nessa reciprocidade teratológica ( esse era o termo ) a formula perfeita para a superação de todos os limites entre nossos sonhos suspensos e entre os nossos temores , mas que da mesma forma sem querer forçar a compreensão de nenhum lírico eu os associava a um réquiem a isso que no intimo eu chamava de cabo bojador , é ... aquele cabo bojador dos poetas e dos escritores e , de o percussor para que todos os delírios e dores de qualquer que seja que aspire em vê-los impressos em papeis ganhe seu público e o mundo e , então consequentemente outra vez refutei :
-- Poetas e escritores não devem se comprometerem amiúde com a veracidade ou com a originalidade .
-- Ha ha ha !
-- -- Estou começando achar que liguei para o homem certo , como também estou começando a achar o mesmo de você .
-- O que ...? -- Resmunguei .
-- Finalmente mais alguém com classe .
-- O brigado !
-- Não por isso !
Naquele momento fizemos uma pausa , talvez por obrigação ou por pactuarmos pela primeira vez em algo .
-- E então ? -- Sugeriu o suposto Deus embargando aquele momento que mais se fazia adequado a um convite a um açulamento.
-- E então o que ?
-- Que tal continuarmos essa conversa pessoalmente ? Preciso que venha até aqui para me ajudar com algo .
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Deus a camareira e o escritor
ParanormalEssa estória conta a experiência fora do normal de um escritor excêntrico e atormentado pelas dúvidas e medos que irromperam a sua mente ainda no berço , um legado que o próprio assim dessa forma compreendia . Frustrado talvez pelo anonimato e p...