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-- Isso é uma brincadeira ? Vamos diga que é uma brincadeira e me deixe voltar ao que eu estava a fazer .

-- Não! Isso não é uma brincadeira nem um trote de bêbados ou de arruaceiros , muito menos uma pulha de algum amigo que você não possui .

        Inevitavelmente fiz uma pausa para imaginar o quanto aquela conversa estava se tornando a cada momento mais estranha e isso ao mesmo passo que eu podia ouvir do outro lado da linha um ruído de deglutição sobrevindo de um sussurro de satisfação mas que em seguida fora interrompido pela iniciativa do suposto deus que outra vez continuou sublimando : 

-- Esta vendo ? Já é a terceira vez .

-- Não sei do que está falando . -- Fingi ....

-- Não me testa .

-- Hum ! -- Resmunguei .

-- Já falamos sobre essas interjeições .

        E sem levar em conta mais aquela repreensão.

-- Se você é realmente Deus , então porque não vem até aqui ? Não é você que pode estar em todas as partes ?

-- Está me testando outra vez ? ou está querendo mágica ? 

-- Não só estou tentando simplificar as coisas .

-- Quero que saiba que eu não vou até ninguém , são vocês que devem vir até a mim , a não ser que você esteja disposto a morrer ?

-- Essa foi boa .

-- Sim ! mas ainda simples .

-- Como assim..? 

-- Falo de que quando alguém morre vocês logo dizem que foi eu quem levei .

-- Ha ha ha !

-- Engraçado .

-- Também achei ! Agora vai vir ou está a esperar que eu lhe dê uma ajudinha na conclusão do VI capitulo do seu livro ?

-- Isso é uma loucura . -- Balbuciei 

        Todavia sem dar importância a aquela minha insípida observação prosseguiu :

-- No entanto acho que não deveria matar o prefeito Hoover heartlees ou se preferi prefeito 2H (two eight) como você mesmo o chamou carinhosamente , acho ele um personagem fascinante e que ele deveria fazer parte do bando dos homens do diabo , mas você já havia pensado nisso ? não é mesmo ? 

-- Merda ! -- Foi afastando o telefone do ouvido que resmunguei mais aquela interjeição .

-- Eu ouvi isso ! 

        E sem me dar tempo para justificar , ele continuou :

-- Ah ! E aquela sua ideia de fazer a naja de chifres que jorra sangue e veneno pelas suas garras residir dentro do torço do prefeito 2H foi genial , ainda mais quando você resolveu incrementar o descrevendo como apático crônico por natureza , portanto quando a serpente arranca seu coração no deserto e o devora ele naquele momento sem o mesmo passa a sentir todas as sensações que jamais tivera, passando a lembrar da esposa morta e do filho bastardo . Espere ... espere ... Essa é a parte que eu mais gosto ...; E começa a gritar por um Deus que ele próprio nunca pensou haver existido , porém essa foi mais genial ainda .. Falo de que quando a naja volta a se alojar novamente dentro de seu personagem e aquelas sensações inexplicavelmente outra vez desaparecem , daí você finaliza com categoria obsequiando de que a cada ecdise a serpente sai novamente de dentro de seu torço o devolvendo todas aquelas sensações e o prefeito 2H chora seu sangue e o seu veneno .

-- Merda ! -- Dessa vez foi com um susto que outra vez vociferei aquela interjeição .

-- Cuidado com essas interjeições .

Deus a camareira e o escritorOnde histórias criam vida. Descubra agora