Capítulo Cinco

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Continuação..
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- O que... está fazendo aqui? - ela deixou escapar, ficando ruborizada pela maneira como ele â olhava. - Aconteceu alguma coisa com Marge e as meninas? - perguntou, inquieta.

- Não, elas estão bem. - Mai andou pela sala e colocou a bolsa e o casaco sobre uma cadeira. Os olhos procuraram os dele comi curiosidade. Nervosa, passou a mão pelos cabelos escuros e ondulados. Ele parecia prestes a explodir.

- Por que está aqui? - perguntou ela quando o silêncio começou a ficar opressivo.

Os olhos dele passearam, com relutante apreciação, pelo corpo delgado, que vestia um jeans apertado com flores bordadas e um top cor-de-rosa combinando. Will também usava jeans, e uma camisa de cambraia desabotoada na gola. Ele sempre se vestia casualmente nos churrascos.

- Foi ao cinema com Grange? - perguntou.

- Fui. - O rosto dele ficou tenso.

- Não gosto de vê-la saindo com ele. Ela ergueu as sobrancelhas.

- Já tenho quase vinte e dois anos, Will!

- Jacobsville tem muitos rapazes solteiros.

- Eu sei. Grange é um deles.

- Maite!!!!

Ela respirou fundo. Era difícil não capitular para Will, pois agira assim durante toda a adolescência. Mas este era um teste para sua recém-descoberta independência. Apesar das razões dele para não querer que ela saísse com Grange, não podia permitir que controlasse seu futuro. Mesmo porque, ele não faria parte dele.

- Não vou casar com ele, Will. - disse ela calmamente. - Só estamos saindo.

O rosto dele pareceu ficar ainda mais tenso.

- Ele é parte de um lamentável episódio em meu passado - disse ele, sério. - É desleal de sua parte tomar partido dele contra mim. Lembre-se que lhe ofereci um lar quando mais precisava.

Os olhos dela se estreitaram.

- Você me ofereceu um lar? Não, Will, você decidiu que Marge me ofereceria um lar - disse ela, abalada.

- É a mesma coisa - afirmou ele.

- Não é não - replicou ela. - Você não ajuda a ninguém. Toma as atitudes, mas os outros têm que fazer o trabalho por você.

- Não foi o que aconteceu, sabe disso - falou bruscamente. -Tinha apenas catorze anos. Não-seria apropriado que morasse comigo, ainda mais com o meu estilo de vida.

Ela queria argumentar, mas não pôde.

- Acho que tem razão quanto a isso.

Ele não respondeu, mas continuou observando-a.

Mai foi até o sofá florido e se sentou em um dos braços.

- Sou muito grata pelo que sua família fez por mim - falou gentilmente. - Mas ninguém pode dizer que também não fiz minha parte. Cuidei da casa e das meninas, ajudei a organizar as despesas. Não fiquei apenas sentada, aproveitando-me da
situação.

- Eu nunca disse isso - respondeu ele.

- Mas está insinuando - retrucou ela. - Não lembro de ter saído com qualquer rapaz daqui...!

- Claro que não. Estava ocupada me perseguindo!

Ela empalideceu. Então, lentamente, seu rosto foi ficando vermelho de raiva. Ela se ergueu, os olhos demonstrando ódio.

Avassalador -AdaptaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora