Capítulo Sete

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Marge manteve-se calada no café da manhã do dia seguinte. Dawn e Brandi também olhavam para Mai de modo estranho e foram à igreja com as amigas. Como Marge não se sentia bem, ficou em casa comi Mai. Algo estava acontecendo e ela não sabia o que poderia ser.

- Devo pedir desculpas por alguma coisa? - perguntou ela a Marge enquanto preparavam o almoço.

Marge deu um leve suspiro.

- Não, claro que não - negou gentilmente. - O problema é Will, que quer que tudo aconteça do seu jeito e deixa todos infelizes quando não consegue.

- Se quiser que eu pare de sair com Grange, basta dizer - afirmou Tellie. - Não farei isso por Will, mas por você.

Marge sorriu, gentil. Então se aproximou e segurou as mãos de Mai.

- Não precisa se sacrificar. Deixe Will se acalmar.

- Talvez Grange traga lembranças terríveis - murmurou ela. - Will parecia triste quando falou sobre isso. Ele devia... amá-la de verdade.

- Ele tinha vinte e um anos - lembrou Marge. - Acho que o amor é mais intenso nessa idade. Ela foi o primeiro amor de Will Ela era mais velha do que ele, e eu não gostava disso, mas ele não me ouvia. Ficou contra mim, contra papai, contra todo mundo. Fugiu para se casar e disse que nunca voltaria. Mas então eles brigaram. Jamais saberemos exatamente o motivo, mas ele se culpou pela morte dela. E então quando descobriu a verdade... nunca mais foi o mesmo.

- É lamentável que tudo tenha acontecido dessa maneira - disse ela, compreendendo o que ele devia ler sentido. Era o mesmo sentimento que ela tinha em relação a Will. Não o perderia para a morte, mas para lima legião de mulheres.

Marge virou-se para Mai.

- Eu acabaria contando sobre ela, mesmo que Grange não aparecesse - disse calmamente. - Se, que ficaria sentida ao descobrir como Will se sente em relação às mulheres, mas pelo menos entenderia por que ele não permite que se aproxime dele. É impossível lutar com um fantasma, Mai. Nenhuma mulher será capaz de fazê-lo esquecer. E continua amando-o enquanto ele venera um fantasma, só irá destruí-la.

- Agora entendo isso - disse Mai séria. Olhava pela janela, mas não via nada. - Como sabemos pouco sobre as pessoas.

- Podemos viver com alguém por anos e não conhecê-lo - concordou Marge. - Só não quero que desperdice sua vida com meu irmão. Merece ser feliz.

Mai estremeceu, mas não deixou que Marge percebesse.

- Um dia vou me casar e ter seis filhos.

- Claro que sim - concordou Marge, sorrindo gentilmente. - E irá mimá-los da mesma maneira que fez com as meninas.

- As meninas não pareciam muito animadas hoje. - comentou Tellie.

Marge fez uma careta.

- Will as fez ficar na cozinha preparando canapé - explicou Marge. - Nem mesmo dançaram.

- Mas por quê?

- Ele acha que não têm idade suficiente para se envolver com rapazes - disse Marge, pesarosa.

- Mas que absurdo! Elas já têm dezesseis e dezessete anos. Não são criancinhas!

- Todas vocês são crianças na opinião de Will.

Seu rosto ficou rubro.

- Talvez Brandi e Dawn queiram me ajudar a enviar um telegrama cantado bem maldoso.

- Will bateria no cantor e seríamos processadas - avisou Marge, num tom jovial. - Não se importe com isso, querida. Sei que as coisas parecem ruins agora, mas vão melhorar. Precisamos pensar no futuro.

Avassalador -AdaptaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora