Passei delicadamente o algodão molhado sobre os cortes, me preparando para a longa história que estava por vir, para socar meus ouvidos.
- Pela manhã, fui para a escola e depois que cheguei em casa, a noite, vi um bilhete em cima da mesa da cozinha, nele dizia que minha irmã viria Até aqui, com mais outras amigas. Todas tinham a mesma idade, e mesmo com 8 anos elas gostavam muito de sair. Mas, eu senti que algo muito errado estava acontecendo... Minha mãe tinha viajado a trabalho então estávamos sozinhas, e no bilhete dizia que era para mim ir buscar elas as 23h30 porque sentiam medo de voltar.
E Eu tinha prometido que protegeria elas... De qualquer coisa mas.. - Seus olhos começaram a ficar vermelhos, com as lágrimas que ameaçavam rolar, enquanto sua voz trêmula e rouca, contava receosa. - Eu não consegui. Eram 21h20 quando decidi ir busca-las, pensei que talvez fosse perigoso Até mesmo para mim, na hora em que ela escolhera. Então, assim fiz, eu vim, com medo da rua deserta, era cedo mas não tinha ninguém, nem os carros passavam.
Pois bem, cheguei na escola, e tudo estava em silêncio, não havia ninguém, corri pelos corredores, já começando a ficar assustada, passei batendo e olhando em todas as portas, menos na última.
Fiquei de frente com ela, vi que estava enferrujada, e tinha muita cerveja derramada passando por baixo da brecha. Pude ouvir risadas e gemidos, não pude acreditar na hora.. Não consegui me mexer, tentei achar uma solução para todo aquele gemido mas então.. Eu abri.
Emilly, minha irmã caçula, estava rodeada de homens, com as roupas rasgadas, enquanto era penetrada, e assistida pelas amigas.Parou de falar, e ergueu o rosto em minha direção, vendo minha boca entreaberta.
- Mas espera... Ela tinha 8 anos? - Perguntei fascinada.
- Tinha..
- Mas o porque de você estar assim? O que aconteceu depois? - Apoiei o rosto sobre as mãos, tentando parecer entretida.
- Depois que ela me viu ali, arregalou os olhos, parecendo não esperar. E bom, eu corri, sai dali chorando feito uma criança, uma criança pura e inocente. Mas só que não olhei para frente, e acabei esbarrando com um homem alto de roupas pretas e luvas, ele tinha uma máscara de coelho presa no rosto, o que me fez pensar ser um dos homens que estavam na sala junto com Emilly.
Não liguei para ele, e então continuei correndo, no momento, ele não se moveu, somente continuou andando.
Depois que sai, fiquei sentada numa pedra, tentando assimilar o que havia visto.
Até que comecei a ouvir gritos, muitos gritos.
Meu coração quase saiu pela boca, e eu dei a volta na escola tentando olhar pela janela.
Havia manchas de sangue no vidro, e um corpo caíu no chão, do segundo andar, e pude ver que era um Homem que estava nú.
Na mesma hora pensei em Emilly, no que poderia ter acontecido, e corri novamente para dentro, indo diretamente Até a última sala do corredor.
Não havia mas ninguém ali dentro, e o chão tinha rastros sujos, de uma lama negra, deixando um cheiro pútrido no lugar.
A roupa de Emilly estava rasgada, e jogada ao chão, assim como muitas outras.
Me virei para ir embora, para procurar todos, mas daí vi algo que não poderia passar.
Com sangue ainda fresco, estava escrito na parede.Você será um exemplo de que a inocência um dia te salvará
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Psicopatiando ao lado da Morte
ParanormalEu estou nos braços da morte, sentindo propriamente o medo que nunca havia sentido. Fugindo do inferno que tenta me engolir, para queimar em suas chamas de fogo eterno. Tento me esconder, mas faço apenas com que tudo se perca, em meio a escuridão...