Capitulo 5 - Minha Morte

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Os corpos nus das crianças ali se debatiam em cima da fogueira, com grandes cordas amarradas no pescoço, sendo pendidas em um dos galhos secos da árvore.
Pude ver em seus olhos que choravam em silêncio.
Não aguentei, e puxei o canto dos lábios em um sorriso, nunca havia pensado em matar nenhuma criança, ou sequer escolhe-las a dedo, procurando saber quais eram as mais impuras.
Infelizmente tive de admitir, que aquele tal homem, tinha jeito.
E mesmo de longe, notei que a fogueira havia sido construída com todo o cuidado, e na insanidade do momento, sem perceber, alimentei o fogo, com as madeiras velhas que estavam jogadas ali perto, mas daí, lembrei-me do álcool, e fiz rastros com ele, atraindo as chamas e esquecendo de minha própria vida, me prendendo no círculo de calor que agora rodeava a escola.
Na minha opinião, nunca imaginei que uma pessoa como EU, seria tão burra, o suficiente para cometer um suicídio completamente acidental, mas como aconteceu, não tenho mas nada a dizer.
Por fim, minha mente havia começado a criar ilusões, a fumaça estava me fazendo sufocar aos poucos, até que decidi sentar no chão, ali mesmo, e esperar o que tinha de acontecer, daí vi uma silhueta negra se formar diante das sombras das árvores, a criatura sorria deixando escapar sangue dos próprios lábios, enquanto seus olhos completamente negros me davam uma  sensação de medo, que eu nunca havia sentido antes.

Meus olhos começaram a pesar, e se fecharam sem permissão, e tudo o que vi, foi o escuro, e o nada, ainda sentindo a presença maligna do ser que me observava. Morrer, nada foi mas que dormir, sentindo os pulmões explodirem dentro do peito, numa tentativa inútil de respirar.

______

Não fiquei consciente por um tempo, até que vi luzes coloridas iluminarem meus olhos, me fazendo abri-los.
Eu estava em um quarto branco, deitada numa maca, havia um pano branco sobre mim, mas eu podia ver através dele.
Levantei, pondo as mãos na cabeça, pensei que tudo não havia passado de um sonho, ou pesadelo, Já que dificilmente eu tinha, e não podia distinguir o real, do irreal.
Pois bem, me levantei, sentindo uma sensação de leveza, sentei na maca, e olhei para os lados, vendo que havia muitos cadáveres deitados ali.
Caminhei por entre eles, e puxei o pano de cada um, sem olhar para trás.
Dez corpos nus, cinco meninas e cinco homens, no mesmo momento lembrei de todo o acontecido, e assim, descobri, ao olhar para trás,  que eu estava morta.

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