Seven

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NARRADO POR SELENA GOMEZ

Seu corpo quentinho se abraça ao meu e eu me acalmo em sua cama infantil. Imensamente feliz.

Completa.

É assim que me sinto.

Ao menos, me remete a vez que eu, ela e Justin fomos uma família.

Enrolo seus cabelos loiros e olhos seu rostinho tão parecido com o do seu pai, lembro de minha mãe dizer que as mulheres da minha família tinham uma genética fraca, os filhos sempre se pareciam com os pais, e é verdade.

Ela parece me analizar, me sinto nervosa, quero que ela goste de mim e me queira assim como eu a quero.

— Onde você esteve esse tempo todo, mamãe? — ela pergunta de volta à nosso distanciamento.

— Procurando por você — não minto e isso deixa a garota desconfiada — mas agora que eu achei, eu prometo nunca mais deixar você.

— Promete de dedinho?

— Prometo de coração

Seus olhinhos se apertam e ela sorri, ao menos a risada ela puxou de mim.

— E por que você e o papai não são casados? Eu prometo me comportar.

Rio de sua última frase mas sua pergunta me deixa inquieta. Como explicar o que eu fiz e o que Justin fez?

— Eu fiz algumas coisas que deixou seu pai triste e ele fez algumas coisas que me magoou. Não podemos ficar juntos.

— Claro que podem — a garotinha insiste — É para isso que existe perdão. Se você pedir ao papai e ele pedir para você, vocês podem esquecer isso, não é?

— Meu amor, mesmo que a gente se perdoe, isso não quer dizer que podemos voltar a ser um casal.

— Eu não entendo — ela nega com a cabeça — você não ama mais ele?

Sua pergunta me faz ir muito além desse quarto.

Me trás de volta ao Snapchat, as mensagens, os encontros na minha escola, as visitas a casa dos seus pais, nosso apartamento, nossas viagens e tudo o que vivemos juntos.

Seria mentira dizer que ainda não existia mais uma faísca de amor. Que fizesse com que eu imaginasse nos dois juntos novamente, porém, lembranças da dor que tive naquela sala pós parto, no nosso apartamento, chorando no piso do quartinho da nossa bebê, da ruína e da dor, fazem com que um balde de água de gelada apaguem essa faísca.

— Aqui está — Justin diz entrando no quarto segurando o termômetro.

Salva.

— Grace, levante o braço — o homem pede e a menina obedece, permitindo que seu pai coloque o objeto entre sua axila.

— Eu tenho irmãos? — a loira me pergunta atenta.

— Não, por que?

— Não sei, eu queria muito um irmãozinho — Grace sorri e eu a olho sem palavras — Papai, por que você e a mamãe não fazem um irmãozinho para mim? Eu não fico com ciúmes, juro.

Que situação.

— Lembra do que o papai falou? Para fazer um bebê, as pessoas têm que se casar, serem um casal...

— Mas se vocês me tiveram, vocês são casados — a loira fala desconfiada.

— Não somos mais, Grace — Justin responde nervoso.

— Eu acho que vocês tão mentindo pra mim — a mais nova se chateia — Acho que inventaram isso por que tão com pena de mim! Minha mãe morreu papai, é isso?

GRACE - {2ª temporada de Internet}Onde histórias criam vida. Descubra agora