Dentinhos

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Quinze dias depois...

Estava deitada em minha cama, completamente absorta em pensamentos enquanto encarava aquela linda mulher á minha frente, que dormia não como um bebê, porque ela estava pra lá de desajeitada com a boca aberta, os cabelos na frente do rosto e os braços caídos de todo jeito no colchão, além das pernas separadas, isso acontecia quando ela se desgrudava de mim, mas mesmo assim perfeita. Camila podia parecer um anjinho quando se agarrava á mim e colocava sua coxa por cima da minha cintura, grudando nossos corpos, mas quando em alguns momentos me levantava para ir ao banheiro e voltava, lá estava ela, dormindo de todo jeito na cama.

- Hm... Por que está me olhando desse jeito? – Ela resmungou quando nem percebi que havia acordado. Ficara tanto tempo a observando dormir que nem me dei conta de que os pensamentos haviam me tirado toda a concentração.

- Primeiro porque você é linda. – Falei galante e pude ouvir sua linda gargalhada ecoar pelo quarto. – E também porque estava com a mente longe, muitas coisas pra pensar... - Declarei querendo chegar a algum lugar. Camila pareceu entender que o assunto era sério e se espreguiçou, ficando sentada na cama em posição de índio.

- Tudo bem, pode falar. – Ela disse prendendo os cabelos em um coque, deixando que alguns fios soltos caíssem por seu rosto. Linda!

- Amor, eu quero voltar a trabalhar. – Falei firme esperando algum sinal dela. Camila suspirou e fechou os olhos.

- Tudo bem! – Disse me fazendo ficar surpresa.

- Sério? Sério mesmo que você concorda, Camz? - Perguntei incrédula.

- Sim. – Ela disse simplesmente e sorri no mesmo instante, a puxando para meu colo, não se preocupando com minha ereção presente, e a abraçando apertado. – Você gosta de ficar aqui, sei que é importante pra você ficar ao lado de Lua e sei que pediu dois meses de férias ao seu pai pra ficar comigo durante o nono mês de gestação e um mês depois que nossa filha nascesse. Isso já aconteceu, agora você sente a necessidade de se mexer. Ficar em casa te entedia. – Ela explicou compreensivamente e meu sorriso só alargou mais.

- Você é a melhor pessoa do mundo! – Exclamei em êxtase por ela me compreender. – Te prometo que não vou chegar muito tarde e ficarei algum tempo com a Lu também pra que possa ter um descanso. – Ela assentiu em concordância e beijei seu nariz. Foi meio desajeitado, pois acho que Camila pensou que lhe beijaria nos lábios, assim beijei suas narinas e ela o começo do meu queixo, nós rimos. Camila segurou meu queixo e depositou um selinho demorado em meus lábios, nós sorrimos durante o ato. Estava animada agora que podia voltar a trabalhar, pois foi uma coisa decidida por ambas e mesmo que ás vezes odiasse ter que administrar aquela empresa, ficaria perto dos meus tão amados carros. Levantei-me da cama com Camila ainda em meu colo e ela soltou um grito fino por não esperar pelo movimento, lhe coloquei no chão e lhe de mais um selinho, vendo-a confusa. – Preciso me arrumar. Trabalhar! – Expliquei feliz. Nunca havia ficado tão radiante por trabalhar, mas é bem aquele sentimento de quando você tem aulas e quer ter férias, daí quando chega às férias você se sente inútil e não tem nada pra fazer e você quer aulas. Aposto que quando os stress do trabalho voltassem eu ficaria com saudades dos dois meses calmos que tive com a minha família. Fui até o banheiro e Camila me seguiu, escovamos nossos dentes juntas e lavamos nossos rostos, assim que saímos do banheiro, franzi o cenho. – Está escutando isso?

- Acho que nossas hóspedes acordaram. – Camila disse negando com a cabeça, então destrancarmos a porta do quarto e saímos para ver do que se tratava. Passara a trancar a porta enquanto abrigava Mani e Dinah em nossa casa, pois vai saber o que aquela loira maliciosa podia arquitetar, seria melhor para nossa saúde e para o meu pau também, principalmente pra ele. Dinah e Normani estavam em nossa casa desde o que acontecera no nosso antigo apartamento. Minha amiga havia voltado ao normal, ser a mesma encrenqueira e irritante comigo como sempre fazia, mas sabia que ela me lançava sorrisinhos agradecidos quando ligava para delegacia para saber mais sobre o caso dela e de Tom, é claro que depois de chorar em meus braços ela não iria ficar admitindo seu amor por mim a todo o momento, mas me contentava com isso.

Unpredictable LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora