Unpredictable Love

A Verdade

Uma semana depois...

- Você sempre recebe cestas como essas de presente? – Vero me perguntou enquanto mexia em uma cesta que Nina acabara de levar á minha sala.

- Você sabia que já pode voltar a trabalhar, não é? – Perguntei vendo-a sentada em minha cadeira com as pernas por cima da minha mesa. MINHA mesa. Vero é o cúmulo de gente folgada.

- Sei, mas é divertido ficar aqui com você e te ver se estressar até se uma bolinha de papel cair no chão. – Riu baixinho desatando o nó da cesta. Bufei. Ela estava certa, meu humor na empresa não era dos melhores. Primeiro que nenhum novo modelo chegou pronto aqui pra que desse uma olhada, o que fazia todos os carros daqui serem velhos para as minhas checagens quase diárias, afinal, a empresa era mais como um hobbie, ver os carros e lidar com eles, isso sim era meu trabalho favorito. Segundo que o lance de Camila beijando Shawn ainda era novidade em minha mente e eu me pegava martelando isso toda hora, pensando nas possibilidades de ela já estar muito envolvida com ele, o que me causava constante dor de cabeça. Terceiro, ainda tinha os sonhos, cada vez mais confusos. Estava tudo uma bagunça! – Vai me responder a pergunta?

- Sim, Vero, ganho cestas quase todos os dias, tenho muitos clientes que foram atendidos por mim quando trabalhava com o papai e ainda algumas mais recentes que quando me veem lá embaixo vendo os carros, fazem questão de que eu os indique e pronto, são meus clientes fieis. – Expliquei dando de ombros e me jogando no sofá, tomando o café que Nina me trouxe e tentando ler um relatório no notebook.

- É, mas seus compradores, não tem o nome de Alexa Ferrer. – Olhei chocada para Veronica que tinha um cartão em mãos, retirando da cesta e um bolinho na outra.

- NÃO COME. – Gritei e ela se assustou, derrubando o bolinho. – Pode estar envenenado. – Adverti, afinal, veio da Alexa, podemos esperar tudo dela.

- Só porque veio da Alexa? – Perguntou incrédula e assenti, voltando a minha tarefa. – Lauren, você recebe cestas todos os dias de vários desconhecidos, alguns só assinam o nome no cartão e aposto que você não lembra o nome de todos os seus clientes. - Apontou. – Porque tomar cuidado só com os da Alexa? – Bem, eu não tinha pensado nisso.

- Porque ela é perigosa. – Dei uma resposta rápida e a única que veio em minha mente agora. – Ela sempre manda essas coisas, tentando me reconquistar ou sei lá, faz tempo que disse que queria minha amizade, mas de uns dias pra cá a vejo com mais frequência aqui na empresa, sempre esbarrando comigo por aí. – Apontei. – Não acho que seja só pelo Brad, é estranho!

- Bem, talvez aqui tenha a sua resposta. – Vero disse concentrada no cartão. Esperei. – Querida Lau Lau, espero que possa receber esses bolinhos com o intuito de que comecemos a nos darmos melhor em nosso ambiente de trabalho, afinal, agora me verá muito mais aqui... – Leu. – Pois sou dona de 10% da empresa. Não é demais?! Meu biscoitinho acabou achando que sou melhor em cuidar do que é nosso então... Coma com carinho, Alexa. – Terminou me deixando chocada.

- Não acredito que Brad passou tudo pra o nome dela. – Vero estava com a boca aberta ainda em choque.

- Tem mais. – Do pequeno envelope, Vero retirou uma foto, virou para ler o que tinha atrás. – Em nome dos melhores tempos. – E tinha uma marca de batom. Vero se aproximou de mim com a foto. Era uma junção de quatro fotos que tirei com ela na nossa época juntas. A primeira estávamos na floresta, Alexa usava óculos e fazia bico e eu estava atrás dela, fazendo o mesmo. Na segunda estávamos em meu quarto e sorriamos para a câmera. Na terceira, ela estava abraçada comigo enquanto eu estava de olhos fechados e ela me dava um beijo na bochecha. E na última, tiramos quando fomos um dia pra uma boate juntas. – Também acho que ela não quer só sua amizade. – Refletimos. Ela era uma cobra e o idiota do Brad caiu direitinho. Maldita! Vero parecia distante, ficava muito assim ultimamente, não sabia qual o problema com ela.