CAPÍTULO VI

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— Eu não acredito que ele disse isso! — falou Carol quando Amanda lhe contou o que aconteceu.

— O Breno acredita que estou fazendo ciúmes e que cedo ou tarde voltarei para ele ou ficarei sem meu filho — explicou Amanda tão contrariada quanto na ocasião em que o ex-marido lhe dera a notícia.

— Coitado! Tenho dó de homens que usam desse tipo baixo de artifício para ter uma mulher. É mesmo um idiota aquele sujeito. — A moça parecia tão chateada quanto Amanda estava. — Quando ele souber que essa relação pode engrenar-se e se transformar em um belo casamento, terá uma surpresa. — Carol falou vingativa.

— O quê? — perguntou Amanda com uma sobrancelha erguida. Em seguida após um discreto sorriso ela preferiu ignorar a funcionária. Seria melhor assim. — Eu não sei se devo fazerisso — desabafou Amanda. — E caso um de nós se apaixone durante essa farsa, como ficará? — perguntou-se indecisa.

— Eu penso que você deve correr esse risco. — "Sua assistente parecia mais louca a cada dia", pensou Amanda olhando para o belo rosto da moça. E não adianta ficar me olhando com essa cara — falou Carol percebendo que Amanda a criticava com os olhos.

— Não estou pronta para me entregar a um homem. Embora meu corpo reclame, minha razão me pede mais tempo.

— Amanda. Nenhuma pessoa tem o direito de parar com a sua vida por conta de uma relação que não deu certo. Você não merece, sua vida está parada há meses — insistia Carol.

— Não tenho tido tempo para pensar em minha vida sentimental. — Ela reclamou com medo de pensar a respeito.

— É claro que não tem. Você colocou essa desculpa em sua mente e irá levar isso até as últimas consequências — ralhou Carol.

— Você está sendo cruel comigo — reclamou Amanda.

— Um amigo nunca é cruel se a intenção dele é tirar o amigo do poço. — Aquelas palavras não combinavam com a garota que Amanda conhecia. — Algumas vezes precisamos jogar terra em cima da cabeça de alguém, não para soterrá-la, como muitos podem pensar, mas sim para ajudar essa pessoa a fazer uma rampa ou um morro para que consiga sair do buraco onde se encontra. — Amanda percebeu o carinho na fala de sua amiga. Carol olhava ternamente para ela.

— Você acha que estou em um buraco? — perguntou Amanda mexida com aquela revelação.

  — Você não está em um buraco amiga, mas tem iniciado um há um bom tempo. — Amanda sabia que Carol lhe seria sincera, por isso fez a pergunta que ela sabia responder.

— Anteontem me senti estranha quando ele me tocou. Mesmo sabendo que era uma representação, eu fiquei balançada. Você sabe que não fico com um homem há tempos. — Ela desabafou absorvendo tudo o que ouvira.

— Então aproveite o que puder e tire uma casquinha, assim você acaba com essa abstinência e volta a ver essa relação apenas como um jogo temporário — disse Carol com suavidade, pois já havia sido dura o bastante. — Acredite Amanda! Com essa sua fragilidade física, só ira atrapalhar essa novelinha. Se você sanar essa fome do seu corpo, sua razão trabalhará melhor e talvez não crie ilusões onde não há — aconselhou mais uma vez sua confidente e colega de trabalho.

— Não posso fazer isso com o Antônio, Carol! Ele é um grande amigo e o adoro dessa forma — frisou ela. — Sempre amara Antônio como um amigo, mas também estava ciente que sua carência a tornaria presa fácil para um homem, principalmente sendo amoroso e bom como ele.

— Existem muitos amigos que já tiveram um envolvimento e que hoje se dão super bem. Vocês não são a exceção se fizerem uma tentativa. Além disso, caso não dê certo podem continuar amigos tranquilamente — esclareceu a garota decidida a convencer Amanda.

CASAMENTO POR APARÊNCIAS - Livro I da Série Aparências.Onde histórias criam vida. Descubra agora