CASAMENTO POR APARÊNCIAS - Livro I da Série Aparências.

CAPÍTULO V

– Alô! Antônio – disse Amanda após a ligação ser transferida.

– Amanda que surpresa, você me ligando! – Ele falou feliz por ouvir a sua voz adocicada.

– Espero não estar incomodando. Precisava falar com você – disse ainda indecisa se fizera certo em ligar para ele.

– Estou com tempo livre agora pela manhã. Aconteceu alguma coisa? – perguntou preocupado. Conhecendo-a como conhecia, Antônio sabia que ela não ligaria apenas para dizer olá, havia algo em seu tom de voz que o deixou preocupado.

– Ontem eu e o Breno almoçamos juntos. – Aquela informação o deixara em alerta. Amanda iria dizer que não continuariam com o plano e que voltaria com o marido. Ele não estava preparado para ouvir tais palavras, mas iria recebê-la da melhor forma possível.

– É mesmo? – Ele respondeu com a entonação de pergunta e a voz fraca.

– Ele me ameaçou novamente. Disse que aguardará alguns dias e caso eu não mude de ideia e voltemos a viver juntos encaminhará o pedido de guarda do Lucas ao juiz. – Amanda falou com a voz tão triste no final da frase que Antônio sentiu vergonha por pensar que Amanda havia se rendido ao ex-marido.

– Você disse alguma coisa que o incentivou a tomar a decisão assim sem mais nem menos? Já esperávamos que ele pudesse se valer dessa chantagem, mas ele fez muito rápido, não!? – Antônio quis saber.

– Eu disse que iríamos nos casar em breve. – Antônio ao ouvir essa informação sentiu uma alegria imensa tomar conta do seu corpo. – Pude perceber ontem que terei de enfrentá-lo porque não pretendo ceder as suas chantagens de forma alguma. – Ela continuou falando e deixando Antônio orgulhoso da mulher que escolhera para ser sua esposa. – Espero poder contar com você nessa fase difícil. – Amanda gostaria de poder dizer a ele também que sentia muitas saudades do conforto que ele lhe passava em momentos como aquele, mas preferiu ficar calada, seria melhor assim. Não precisava de mais problemas e dúvidas na vida deles.

– Não tenha dúvidas disso. Não deixarei você sozinha nessa. – era o máximo que podia dizer, já que não estava próximo dela para confortá-la mais.

– Isso era tudo o que eu precisava ouvir. Espero não estar exigindo muito de você – desculpou-se.

– Você sabe que pode contar comigo. – Antônio falou e Amanda começava a ficar mais tranquila. Ela sabia que isso só aconteceria quando falasse com Antônio, por isso o ligou cedo.

– Nós ganharemos essa luta, pode acreditar. – Seu entusiasmo a compadeceu. – Diga-me uma coisa Amanda. Você me ligou apenas para falar do pai do Lucas. Não sentiu saudades de mim? – A pergunta de Antônio lhe pegou de surpresa, mas como era seu melhor e querido amigo ela resolveu entrar na onda dele e deixar aquele problema de lado pelo menos um instante.

– Você não imagina o quanto me fez falta – falou e lembrou-se do quanto desejou o abraço do amigo.

– Que bom porque eu senti sua falta também. – Ele confessou. – Tanto que só não vou embora agora porque tenho um trabalho muito importante – disse. – “Será bom ficar um pouco ausente também, assim talvez você sinta minha falta a ponto de perceber que não vive sem mim”, ele desejou em pensamento e rindo em seguida de sua tola imaginação fértil.               

– É difícil não sentir sua falta, sabia? – Amanda confessou feliz por ele não poder ver seu rosto pegando fogo de tão vermelho.

– É a amiga quem diz isso ou a mulher? – Ele questionou curioso pela resposta, porém sem demonstrar estar muito interessado no que ela diria. Enquanto ambos fingiam brincar de gato e rato podiam desanuviar suas mentes latejantes.