4. quebra-cabeças

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— quer ir ao mercado agora?- ele pergunta ao entrar no quarto.

— quero...preciso checar a lista.

— eu faço isso..troca de roupa.- ele passa por mim pegando suas chaves na cômoda e me rouba um cheiro no pescoço antes de sair.

— pensei que gostasse de mim com as suas roupas.- cutuquei.

Ele para na porta do quarto e olha pra mim rindo.

— adoro..mas na rua é melhor você não ficar tão sexy assim, alguém pode sentir inveja.

— de mim?- rio incrédula.

— não, de mim..porque vou estar com uma mulher que consegue ficar linda ate de samba canção.- ele ri e sai do quarto.

Sorrio com o elogio e vou para o closet me trocar, vesti um jeans rasgado e uma blusa de frio.
Calcei as botas que ele me deu de novo e prendi o cabelo com um rabo de cavalo, não quis passar maquiagem e desci para a sala.
Lucas estava no telefone e fez um sinal com a cabeça para que eu fosse ligar o carro, ele atira as chaves pra mim e volta a falar no telefone.
Fico parada tentando descobrir com quem ele falava, mas após quase cinco minutos em pé e não ter ouvido nenhum nome, desisto e vou para fora.
Destravei o carro e na vontade, me sentei no banco do motorista.
Alisei o couro do volante com as pontas dos dedos e soltei um suspiro alto maravilhada.
Fechei os olhos me imaginando com o vento no rosto enquanto dirigia a 100km por hora, e de repente Lucas aparece na janela ao meu lado me assustando.

— esta se divertindo aí?

— ah Lucas! Que susto caramba!- ponho a mão no coração.

— desculpa.. oque estava fazendo?

— nada..só estava tentando me lembrar como era dirigir.- bufo frustrada e passo para o banco do passageiro.

Lucas entrou no carro e me olhou com pena.

— se quiser posso te ensinar de novo. Vai ser um prazer.

— obrigada..

— tudo bem, nós vemos um dia em que eu não estiver muito cheio de trabalho.- ele pisca pra mim e da partida no carro.

Fomos direto a um Wallmart que ficava a poucas quadras da nossa casa, Lucas estacionou numa área fácil de achar e assim que nós saímos do carro sou surpreendida por mais uma lembrança.


Flash back.

Estávamos entrando no estacionamento do wallmart e Lucas não parava de falar no telefone.
Ele não estava com as duas mãos fora do volante, mas o ponto no ouvido dando acesso as suas chamadas tirava sua atenção da mesma maneira que o smartphone.

— Lucas cuidado com o ca...- tento avisar.

Tarde demais, ele bateu.

— droga!- ele exclama.

— eu disse pra você desligar a porcaria do telefone! - reclamo antes dele sair do carro.

Ele desce e ao ver o dono do carro que foi atingido, sinto os pelos da nuca eriçarem.

Puta que pariu..- sibilei.

Saí do carro logo em seguida para evitar que eles começassem uma briga.
Bruno olhou pra mim e seus olhos se estreitaram ao ver que eu estava no carro também.

Talvez eu te AmeOnde histórias criam vida. Descubra agora