10. interrogatório

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Lucas e eu ficamos na casa dos pais dele por mais um dia e depois voltamos para casa.
Era como se o fim de semana longe de tudo e do trabalho, tivesse nos trazido uma nova harmonia.
Estávamos mais próximos, e eu me sentia conectada a ele de um jeito novo agora.

E isso não tem nada a ver com o sexo dentro do banheiro do avião.

Nós chegamos em casa num final da tarde numa segunda, e como imaginei que ele iria retomar direto para o trabalho em casa, aproveitei um tempo antes do jantar para desfazer as malas e checar minhas mensagens.
Não havia nada de especial além de alguns recados da minha mãe, mas um número novo me chamou atenção.
Decidi checar na lista da conta telefonica para descobrir de quem era, e fiquei ainda mais intrigada quando o achei repetidas vezes num registro mais altigo do meu último celular.

Para quem eu liguei tantas vezes?
E porque?

Pensei ser talvez algum número comercial, ou ate mesmo da empresa do meu pai.
Mas o número além de ser pessoal, me parecia familiar.

Mas de quem ele é?

Fiquei com medo de perguntar ao Lucas e desencadear toda a conversa que gerou as últimas brigas de novo, então apenas deixei para lá e voltei as minhas tarefas.

Horas mais tarde Lucas encerrou suas atividades e ficou comigo vendo tv depois do jantar.
Nós conversamos sobre a viagem, nos lembramos sobre as histórias engraçadas contadas pelos pais dele e ate falamos sobre eu voltar a trabalhar.

Não na empresa, claro.

Uma semana se passou, e tudo pareceu correr bem entre nós.
Estavamos vivendo um conto de fadas, mas uma coisa ainda me incomodava.
O número mistetioso de celular.

Pensei muito a respeito, e decidi perguntar ao Lucas.
Afinal de contas, mesmo que ele não soubesse me responder, não teria nada demais em falar sobre isso.
A menos que eu descubra ser do Bruno.

Durante o café numa terça feira, puxei assunto sobre o caso.

— sabe, eu estava dando uma olhada nas contas de telefone antigas, e achei um número que eu não conheço. Você sabe de quem é?

Lucas parou com a xícara a caminho da boca e piscou me encarando.

— que mal lhe pergunte, mas...oque fazia olhando as contas de telefone antigas?- rebateu.

Engoli o café como se fosse gasolina e desviei o olhar tentando não desfocar do que realmente interessava na conversa.

— não importa, só estava checando uma coisa..Sabe de quem é?

— provavelmente devem ser ligações para a sua mãe, ela troca de número a cada seis meses. Se não for isso, deve ser de alguém da empresa. Você tinha muito contato com os funcionários.

— hm. Ta bom, obrigada.

Ele sorriu mas não parecia seguro da sua resposta, preferi não insistir no assunto e voltei a atenção para o meu café.

se te interessar, achei uma coisa que você vai gostar..- ele fala.

— oque?- ergo o olhar da xícara para ele.

Lucas mexeu num dos bolsos e depois depositou um fino anel dourado sobre a bancada à minha frente.
Olhei para o objeto e indaguei.

— essa é a minha antiga aliança, ou você comprou uma nova?

— é a mesma..achei dentro do filtro do aspirador de pó.- ele sorri.- sabia que você devia ter perdido em casa.

Encarei o anel tentando me lembrar de quando foi a última vez que o vi, e Lucas ficou me fitando esperando que dissesse alguma coisa também.
Por fim o coloquei de volta no dedo e falei.

Talvez eu te AmeOnde histórias criam vida. Descubra agora