-*OK, meu Deus. O que fazemos agora? - Alicia disse a mim.
Olhei em volta, com as luzes já acesas e espiei Scarlet, parada como um poste (um poste bem bonito e elegante) no lugar onde a deixamos. Percebi que Eloisy olhava para elas preocupada e tensa, pois não podia se comunicar ou perderia a concentração na senhorita Stangard.
- *A gente TEM que fugir, Haz!
- *Calma Ali. Está tudo no devido lugar. Apague a luz, se puder. - Eu disse olhando para Scarlet. Encará-la naquela situação foi a pior coisa que eu já tinha feito. Eu acho.
As luzes se apagaram. Uni minhas mãos á de Alice e de Eloisy. Pensei com toda minha força em apenas sair dali. Num piscar de olhos estávamos do lado de fora, no meio do grande deserto, um pouco longe do distrito. Era perigoso ficar lá, mas sair não era bem o que eu tinha em mente. Coisas começaram a me rodear, pensamentos negativos e destrutivos.
"E se... Eu não conseguir salvar nossas famílias?" "E se eles vierem atrás de nós e nos prenderem, fazendo coisas piores do que nos dez anos anteriores?". Talvez meu plano fosse tolo demais para uma menina especial. Então, caminhando pela areia sem deixar escapar um suspiro, lembrei que meus poderes tinham se aflorado no meu momento de pico de raiva e inconstância. Eu não sei como fazê-los aparecer novamente, mas sei que tem muito mais para mostrar ao governo.
Eu finalmente vou chutar essa pedra, e vou usar toda minha força para isso.Andando pelo solo quente e arenoso, não percebi até que o vento me deu boas vindas: estávamos chegando ao lado sul de Trinis, o país que moro. O distrito ficava a algumas milhas de distância do país em si, então chegamos lá bem surpresas.
- Alice? Eloisy?
- O que foi? - Eloisy me olhou.Ambas estava com o olhar parado, distante e triste. Talvez, pensei, fora muito para todas nós. Muito em um só dia. Os poderes, o teste.. até as lembranças terríveis e cruéis, que tanto tentamos bloquear, voltaram a nos atormentar essa semana.
Andávamos há 2 dias pelo deserto quando chegamos no portal de Trinis. Era grande e, como tudo, majestoso. Esse lado era o rico e desenvolvido. Algogiz ficava no Norte então seria mais um empecilho chegar até lá.
A essa altura, a notícia de três meninas mutantes e perigosas fugitivas do distrito (que para os leigos, nem sequer existia) já havia chegado aos governantes e cidadãos comuns de Trinis. Uma pena.
- Entramos? Não acho que seja seguro. - Eloisy disse naquele tom cético dela.
- Não me oponho a sua opinião, Elo. Mas... Como entraremos senão pelo portal? - Alice disse em meio a tantos desvaneios. Era minha vez de cuspir algumas palavras.
- Não é o único.
- O que? - Elo percebera que eu sussurrava algo para mim mesma. Ela me olhou incrédula. - O que disse?
- Não é único! Não há só um portal para entrar em Trinis.
- Ah tá. - Ali disse incredulamente. Olhei fuzilando para ambas.
- Lembram de Carolyn? - perguntei.
- Claro. Ela sempre implicava com Ali, a fazia de boba. Era sua irmã. Mas o que tem a ver com isso?
- Antes dela partir, bem... Para fora daqui, atrás do seu amor proibido, me disse que teria de fugir. Eu não sabia como ela iria fazer, mas estava confiante. Seus olhos amêndoas ficaram fundos e se dirigiram a mim, dizendo que havia um portão secreto, para entrada e saída de mercadorias vindas do país vizinho, qual havíamos guerreado contra.
- Céus, isso é verdade? Eu não sabia dessa história, de ela ter namorado nem que... - a cortei para concluir a fala.
- Ela partiu no mesmo dia. Pegou a bolsa de pano, que parecia uma mochila, e jogou nas costas. Virou-se para mim e disse: "se um dia precisar de mim, pode procurar no portão mercantil. Ele está fechado, eu vou encontrar Jason, e mesmo que isso não aconteça, não deixarei de tentar. Então boa sorte, irmã, e esteja sempre de olhos fechados e mente aberta. Bruxa!". Ela se virou e saiu. Nunca deu as caras, e eu nunca disse sobre seu paradeiro ao papai.
- Ok! Sempre fui fã da Carolyn, e saber que ela foi uma louca me deixa mais perplexa ainda. - Elô disse em tom divertido, apesar de tudo.
- Prestem atenção! Devemos achar o portão mercantil. Ela disse que por estar bloqueado, é quase imperceptível. Uma pequena abertura no solo, ao redor dos muros de Trinis, pode levar à ele.
Carolyn foi a melhor irmã que eu não tive. Mas esse assunto ainda será abordado, creio eu.
- Paramos por um momento. Me passou pela cabeça a última palavra que ela havia dito, ironicamente: "Bruxa". Ela me chamava assim o tempo todo, mas agora fazia algum sentido. Carolyn sempre estava envolvida com pesquisas e investigações sobre o governo (ela também queria fazer justiça à mãe) antes de sumir.
Talvez bruxa não fosse o termo correto para como eu me sentia. Invisível, flutuando numa maré de dores, preocupações e aflições. Mas, acima de tudo, uma garota muito poderosa. E esperem por ver, eu ainda vou provar isso. Posso sentir cada gota de poder crescendo em mim.
Hazel Harquendaz é uma garota onipotente.
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Gente desculpa pelo capítulo curtinho. Mas pelo celular a imaginação não flui tão bem assim, né?Spoiler do dia: Srta. Stangard ainda dará as caras e será bem polêmico.
Além disso, não esqueçam de VOTAR pela continuidade dessa obra, e comentar o que estão achando.
*Comentários sobre as sugestões de poder para as meninas ainda estão sendo aceitos.

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Efeito R
Fiksi IlmiahTrês meninas diferentes encontram problemas no governo e na vida. Hazel, Alice e Eloisy estão dispostas a ir até o fim nessa jornada, da ruína à glória ou vice versa. Efeito R é uma história ficctícia, criada em jun/2017 com o objetivo de instigar...