-Você estava realmente bem? – Tae me olhou.
-Estou, estou ótima – eu sorri novamente, e um clima silencioso deixou o clima meio tenso.
-Olha... Eu devo ser o vizinho mais chato que você conhece, mas... Você tem algum curativo, acabei cortando o dedo ontem – ele me mostrou o ferimento.
-Deixar eu procurar aqui – eu saí da porta e quando eu comecei a andar, percebi que ele não havia andando nenhum passo – Pode entrar – eu sorri e ele me olhou.
-Era só para ter certeza – ele riu, fechou a porta e sentou no sofá enquanto eu subia as escadas.
Após chegar no quarto, peguei uns três curativos que eu ainda tinha. Desci as escadas e quando olhei para o Tae, ele estava segurando um dos meus porta-retratos com uma foto minha e do Renan abraçados em uma das nossas viagens à Paris, logo no começo do nosso namoro, quando tudo era diferente. Eu fiz mais barulho ao descer a escada, para Tae notar a minha presença, então, ele logo colocou a foto no lugar e se virou para mim.
-Desculpa... Eu só estava... – eu o interrompi antes que ele se enrolasse mais.
-Não tem nada não – eu sorri e andei até ele.
-Ele é seu namorado? – Tae olhou para a foto.
-É, ele é meu namorado – eu olhei para a foto também.
-Vocês estão juntos há muito tempo? – Tae me olhou.
-Três anos – eu falei pensativa, e logo o silencio tomou conta da casa, então eu resolvi falar – Aqui está os curativos – eu estendi o braço em sua direção.
-Obrigado – Tae pegou os curativos e logo percebi que ele estava olhando para a marca roxa que havia no meu braço – O que aconteceu? – ele olhou para mim e um nó se formou na minha garganta, eu não sabia o que dizer para o vizinho, eu não podia simplesmente dizer: "Meu namorado me bate".
-Sou desastrada! – eu sorri falsamente – Eu me machuco muito fácil, eu vivo caindo – eu sorri fingindo graça.
-Hum... – Tae falou como se a minha resposta na fosse convincente o bastante.
-Quer tomar um café? – eu falei mudando o rumo da conversa.
-Por que não? – ele falou normalmente e fomos para a cozinha.
Eu comecei a fazer o café, e o Tae sentou-se à mesa.
-E você? Namora? – eu falei olhando para a cafeteira.
-Não – Tae falou normalmente – Eu fui noivo há um ano atrás, mas as coisas não deram certo.
-Sei como é – eu peguei duas xícaras de café no armário e retornei até a bancada.
-Você já foi noiva? – Tae me olhou.
-Não – eu pus o café na primeira xícara – Mas tive relacionamentos que beiravam o noivado – eu botei o café na outra xícara e depois de pegar as duas xícaras eu entreguei uma ao Tae, e me sentei com a outra na mão.
Ficamos conversando por bastante tempo, mal vimos o tempo passar.
-Você mora aqui há muito tempo? – Tae tomou um gole do café.
-Moro há quatro anos aqui – eu falei pensando – Vim fazer faculdade do Jornalismo, mas tranquei a matrícula depois de um ano.
-Por que? – Tae me olhou curioso.
-Algumas coisas não deram certo, tive que parar – eu falei tentando manter normalidade – Amo jornalismo, e quero continuar, mas, tudo tem seu tempo – eu sorri depois de tomar um gole do café.
Tae e eu ficamos nos olhando por um tempo, era como se não desse para parar, era como se eu me perdesse na imensidão dos seus olhos. Foi algo profundo, e de algum modo, sei que ele se sentiu do mesmo jeito que eu. Estávamos nos olhando quando eu ouvi batidas na porta, e depois de falar com ele, fui atender a porta.
Continua...
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Como será o amanhã? (Imagine Taehyung)
RomanceUm relacionamento abusivo pode deixar marcas, e você diz isso por experiência própria. Tudo eram cinzas, até ele aparecer. Mas nada é perfeito... E agora, você é cúmplice de um assassinato, então, como será o amanhã?