-Sabe exatamente o que vai dizer? – Tae perguntou quando eu já estava quase saindo.
-Sei – eu respondi rapidamente – Já repassamos a minha fala várias vezes – olhei para ele.
-Tem certeza que não quer que eu te dê uma carona? – Tae me olhou.
-Eu vou no meu carro! – eu dei um selinho rápido nele e quando eu ia saindo ele me puxou para um beijo.
-Te amo! – Tae olhou nos meus olhos.
-Eu também te amo – eu olhei nos olhos dele.
Saí de casa, entrei no carro e fui direto para a delegacia. Após chegar, eu passei pela recepção e fui encaminhada para a sala do delegado, que me recebeu muito gentilmente e pediu para que eu sentasse.
-Prazer, Detetive Oliver – ele estendeu a mão na minha direção.
-Prazer, (s/n) – eu apertei a sua mão e sentei – Bom... – eu demorei um pouco de falar – Eu vim prestar um queixa... Agressão doméstica e possível fuga.
-Agressão doméstica e possível fuga? – Oliver perguntou curioso.
-Eu namoro há três anos, com um rapaz chamado Renan... – eu estava um pouco nervosa, mas fiz meu máximo para não transparecer isso – Ele me agredia constantemente, eu tenho essas marcas no braço – eu estiquei a manga da blusa e mostrei as marcas – Ele é ciumento, e é possessivo, eu preciso de ajuda!
-Onde seu namorado está? – Oliver me encarou.
-Acho que ele fugiu – eu olhei para Oliver tentando transparecer medo e fragilidade.
-Fugiu? – Oliver se inclinou sobre a mesa.
-Ontem a noite, Renan estava impossível, ele estava com muito ciúmes e me agrediu fisicamente – eu olhei para as minhas marcas no braço – Eu disse que viria a delegacia, e eu estava disposta a acabar com tudo aquilo, eu saí de casa e quando estava perto da delegacia resolvi voltar para casa, eu estava com medo, com medo do Renan – eu falei com os olhos marejados – Quando cheguei em casa, ele tinha ido embora, tinha levado algumas das suas roupas, a mala, o cartão de crédito e dinheiro – eu falei chorando – Eu estou com medo!
-Calma... – Oliver falou olhando para mim – Quer um copo d'água?
-Não, está tudo bem – eu enxuguei as lágrimas que escorriam do meu rosto – Eu só quero que vocês encontrem aquele homem, e o façam pagar com tudo que fez comigo.
-Você quer registrar um queixa de desaparecimento? – Oliver me olhou.
-Se isso for conveniente, quero, eu quero prestar uma queixa – eu olhei para Oliver tentando me acalmar.
-Prestar uma queixa sobre desaparecimento é uma coisa séria – Oliver falou e se ajeitou na cadeira – Requer depoimentos!
-Eu farei o que for possível para ter a minha vida de volta – eu passei a mão no olho.
-Posso lhe fazer uma pergunta? – Oliver me olhou – Não vai ser prescrita na queixa e você não é obrigada a me responder.
-Pode, pode perguntar – eu olhei para ele.
-Por que Renan teve um ataque de ciúmes, pelo que eu entendi, esse foi o motivo da briga... – Oliver estava falando e eu o interrompi.
-Isso realmente importa? – eu rebati – O fato não é o motivo da briga, o fato é a fuga dele.
-Tudo bem... – Oliver jogou o corpo para trás e logo sentou direito – Posso lhe fazer outra pergunta?
-Se realmente for sobre o fato dele me agredir, ou fugir, pode – eu continuei olhando para ele.
-O quanto perigoso você acha que ele é? – Oliver me olhou e após se curvar sobre a mesa.
-Eu não sei... – eu falei com preocupação – Por isso eu tenho medo, não sei do que é capaz.
-Vocês moravam juntos? – Oliver me encarou.
-Sim – eu respondi rapidamente.
-E pretende continuar morando lá? – Oliver perguntou
-Irei passar uns dias na casa de um amigo – eu respondi normalmente.
Assinei uns papéis, repeti toda a história e escrevi uns formulários e fichas. Quando saí da delegacia, entrei no carro, peguei o celular e mandei uma mensagem para o Tae.
-Prestei depoimento – eu mandei a mensagem.
-Seguiu o plano? – Tae perguntou quase que imediatamente.
-Lógico! A gente se fala mais em casa – eu mandei a mensagem e liguei o carro.
-Tudo bem – Tae respondeu, eu bloqueei o celular, botei na bolsa e fui para a casa do Tae.
Continua...
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Como será o amanhã? (Imagine Taehyung)
RomansaUm relacionamento abusivo pode deixar marcas, e você diz isso por experiência própria. Tudo eram cinzas, até ele aparecer. Mas nada é perfeito... E agora, você é cúmplice de um assassinato, então, como será o amanhã?