Ele descobriu tudo? (Capítulo 17)

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Após algumas horas que Harris me ligou, recebi um comunicado oficial da delegacia, exigindo a minha presença para mais um depoimento oficial. Mas dessa vez, não só a minha presença foi solicitada, a do Tae também, por mais estranho que isso soe.

Entrei no carro e tentei ligar para o Tae, que simplesmente ignorou todas as minhas chamadas, assim como o Mike. Deixei uma mensagem de voz para Tae, pedindo para que ele me ligasse de volta, pois era urgente, e fui para a delegacia. Eu estava nervosa, mas nervosa do que os outros dias, Tae também foi chamado para depoimento, sendo que pela minha "versão", ele não tinha nada a ver com essa "fuga" do Renan.

Entrei na delegacia, e fui encaminhada para a sala do delegado. Bati na porta, e antes de abri-la, respirei fundo e me preparei para tudo.

-Olha só quem está aqui! – Harris jogou o corpo para trás da cadeira fazendo graça, me deixando totalmente entediada.

-Boa tarde! – eu sentei na cadeira com a cara fechada.

-Dormiu bem essa noite? – Harris me olhou.

-A gente pode falar sobre o Renan, não é para isso que eu estou aqui? – eu o encarei.

-Tudo bem... – Harris levantou as duas mãos num sinal de rendição – Vamos falar do que importa!

-Por mim tudo bem – eu cruzei as pernas.

-Andamos investigando as câmeras de segurança da ferrovia... – Harris se ajeitou na cadeira – Mas, simplesmente, um vírus entrou no sistema de monitoramento e apagou várias horas do dia em que seu namorado fugiu... – Harris fez uma pausa – O mais estranho dessa história, é que entre alguns momentos "sumidos" – ele fez o sinal de aspas com a mão – Vários momentos foram apagados, momentos que ajudariam a resolver o seu caso – Harris ficou em silêncio para que eu falasse alguma coisa.

-E o que o Renan tem a ver com a ferrovia, e o sistema de monitoramento? – eu me fingi de desentendida.

-Não se faça de idiota (s/n)... Você sabe muito bem do que eu estou falando – Harris me encarou – Descobrimos que o cartão de crédito do Renan foi usado para comprar uma passagem de trem para Nova York, mas sabe de mais uma coisa? Exatamente nesse momento em que ele comprou a passagem, as câmeras pararam de funcionar, assim como as câmeras pararam de funcionar quando os passageiros estavam pegando o trem da passagem em que Renan comprou, e quando eles desceram do trem, isso não parece estranho para você? – Harris se curvou sobre a mesa.

-Não sei... Acabou de dizer que um vírus entrou no sistema, não acredita em coincidências? – eu o encarei.

-Para ser sincero... Não, não acredito – Harris me olhou e depois abriu um notebook que estava sobre a sua mesa – Mesmo por que, coincidências não existem – Harris virou o notebook para mim, e estava passando um vídeo, era eu e o Tae bebendo num barzinho na ferrovia, minha mão gelou na hora, mas eu não podia abaixar a guarda – Sabe o que me deixou intrigado vendo esse vídeo? – Harris fechou o notebook rapidamente, me fazendo tomar um leve susto – É que eu não me lembro de você ter mencionado ter ido na ferrovia naquela noite.

-Não achei isso relevante – eu rebati tentado manter a minha posição tranquila, mas acho que falhei levemente.

-Tudo é relevante (s/n)... Você ocultou isso da história, por quê? – Harris me olhou.

-Eu não ocultei isso, eu simplesmente achei irrelevante, só isso – eu falei firmemente.

-Você disse no seu depoimento oficial que passou a noite na casa de um amigo, amigo esse que está nesse mesmo vídeo – Harris fez uma cara pensativa irônica – Por que estava lá? – ele se curvou sobre a mesa.

-Olha... Aquela foi uma noite estressante, eu realmente passei a noite na casa do Tae, ele me convidou para tomar um drink, e depois de muita insistência da parte dele, eu acabei indo, apenas isso – eu fiz uma pausa rápida – Isso não tem nada a ver com o esse caso.

-Vocês estavam lá, no exato momento em que o trem do Renan estava partindo, isso não soa estranho? – Harris perguntou desafiador.

-Acho que está vendo coisas que não existem – eu rebati.

-Ótimo... – Harris levantou repentinamente – Já tenho que respostas que precisavam, pode ir – ele me encarou.

-Como é que é? – eu olhei para ele.

-Se retire da minha sala por gentileza – ele esticou a mão em direção a porta – Manterei contato com você, tenho outro depoimento para analisar – Ouvi batidas na porta e após Harris permitir a entrada Tae abriu a porta.

-Tae!? – eu perguntei surpresa e assustada.

-(s/n)!? – Tae não pareceu muito surpreso.

-Se retire (s/n) – Harris veio até a mim, e depois de praticamente me expulsar, ele simplesmente bateu a porta na minha cara, enquanto eu e Tae trocávamos olhares nervosos.

Continua...

Como será o amanhã? (Imagine Taehyung)Onde histórias criam vida. Descubra agora