Capítulo 9

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"Alguns acontecimentos em nossa vida não tem explicação, fazem parte de um pequeno grupo chamado: milagre!"

Dr° Humberto entrou no consultório já com os resultados de meus exames em mãos. Ele me cumprimentou com bom dia, sentou se e ficou olhando os resultados um por um. Então olhou para mim e baixou a cabeça. Eu fiquei nervosa e pedi para ele falar logo o meu diagnóstico.

Após dois anos de casados, eu e Heitor decidimos que estava na hora de sermos pais, só que alguma coisa estava errada, pois passamos um ano tentando sem sucesso. Tanto eu quanto ele ficamos desanimados uma amiga me indicou Dr° Humberto Maya, que era especialista em casos deste gênero. Ele passou uma bateria de exames para pesquisar o que estava havendo que me impedia de ser mãe. Agora estávamos naquela sala, prontos para saber qual o problema.
-Dr° Humberto me diga logo o que eu tenho! Por favor, não faça este suspense. - disse eu já aflita
-Alice eu gosto de ser bem sincero com meus pacientes, o que tenho a lhe dizer é que pelos seus exames a sua probabilidade de engravidar é pouquíssima, talvez nenhuma. Você tem a doença chamada endometriose, cerca de 30% das mulheres que tem este problema, tem chances altas de serem estéreis. Não estou dizendo que seja seu caso, porque só posso afirmar isso, se após um período de tratamento não tivermos êxito.

Ainda estava perplexa com tudo aquilo, sem falar que Heitor não sabia que eu estava ali ou fazendo exames. Ao menos aquilo não era de todo ruim, tinha uma possibilidade, se o tratamento desse certo. Marquei com o médico o início do tratamento, mas precisava falar com Heitor, porém eu decidi só contar quando tivesse uma resposta positiva. Passei seis meses em tratamento, tomando medicações e nada de diferente aconteceu. Todas as tentativas de ter um filho foram um fracasso, e por fim Dr° Humberto me disse que não havia esperanças para mim, só mesmo um milagre em meu caso.

Eu estava arrasada, como daria aquela terrível notícia para meu marido? Como? Quando cheguei em casa eu fui até meu quarto, dobrei meus joelhos diante da cama e pus o rosto sobre ela. Eu queria falar com Deus e não saia nada além de soluços e lágrimas. Meu coração estava partido, não sabia o que fazer. Depois de um tempo chorando consegui pronunciar umas frases:
- Deus, o médico disse que não há esperanças para mim, e que no meu caso só um milagre. Eu quero ser um milagre, mas faça em mim a tua vontade.
Cinco meses se passaram e eu ainda calada, ninguém sabia do meu problema além de mim, o médico e Deus. Não tive coragem de falar nada para o Heitor, estava confiante de que Deus faria alguma coisa para me ajudar. Numa manhã de sábado acordei muito mal, nem conswguia levantar da cama, tonta, enjuada, e com dor de cabeça. Heitor imediatamente quis me levar ao médico. Ao chegarmos à urgência, para o meu espanto o médico de plantão era Dr° Humberto. Ele me atendeu mas não tocou no assunto do meu problema, passou alguns exames e pediu que aguardasse nos os resultados para que ele indicasse a medicação. Algumas horas depois Dr° Humberto nos chamou à sala dele é com os olhos cheios de lágrimas, disse:
- Alice, o milagre aconteceu!

"Parece que nós lembramos de Deus apenas quando a situação fica difícil, mas ele o tempo todo se lembra de nós. Enquanto damos as costas para ele a fim de trilharmos nossos próprios caminhos, Ele fica a nossa espera de braços abertos.
Ele sabe que vamos voltar machucados, então Ele fica lá nos esperando voltar para nos amparar, e é neste momento que os milagres acontecem!"

AcordarWhere stories live. Discover now