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Capítulo 10

"Por dentro de um sorriso pode haver pranto. Por dentro de um sorriso pode haver uma história bonita!"

No sítio de meus avós, no interior, havia uma árvore que me chamava bastante atenção, um Salgueiro. Me lembro quando criança,me esconder debaixo das suas folhas que tocavam o chão. E o vento que passava por ela sempre era agradavel e frio. Bem perto dela corria um rio de águas tranquilas onde dava pra ver o próprio reflexo como fosse um espelho. Quando me procuravam já sabiam meu paradeiro. Depois que cresci descobri que não era apenas eu quem tinha fascínio pelo Salgueiro. Muitos povos antigos atribuíam aquela árvore vários significados. Uns a consideram sagrada e a associam a pureza. No Oriente é símbolo da imortalidade e ressurreição. No cristianismo conta-se uma história de que Jesus foi chicoteado com varas de mimbres que é o salgueiro, antes de ser crucificado e que a árvore ficou tão triste que deixou declinar seus ramos transfigurando-se no Salgueiro -Chorão.
Também descobri que na antiguidade os ramos do Salgueiro eram ofertados as pessoas que sofriam com a dor de um amor não correspondido, pois ao que parece, as folhas minimizavam a aflição dos desiludidos. Tudo isso tinha algum fundamento, pois essas árvores são da família de plantas Salicáceas, as quais são ricas em componentes benéficos para o homem. A Salicina se transforma em àcido salicílico no organismo, o que diminui a sensação de agonia, logo servia como a aspirina da dor de cotovelo.
Eu sinto saudade do tempo de criança,dos meus avós,do sítio, mas principalmente daquele Salgueiro. Quando meus avós morreram,os filhos preferiram vender o sítio e o novo proprietário achava o Salgueiro uma árvore obscura. Ele tinha medo dela e mandou derrubar. Chorei tanto quando soube.
Hoje eu passeava pelo parqie natural o de costumava levar a Mel e vi ao longe uma árvore igualzinha ao meu Salgueiro. Me aproximei e de fato era um deles. Juro que me emocionei de tal maneira que me agarrei com o tronco dela em um profundo abraço. Todas as lembranças passaram em minha mente como um filme e eu não queria mais sair dali. Me acho parecida com a história que dkzem dessas árvores. Sobre seus ramos terem chicoteado o filho de Deus. Vejo-me como uma árvore que foi igual a todas as outras e que um dia, um desastre a fez perder a graça,e então desfaleceu e deixou seus ramos descaírem. Uma árvore tão bela qie mesmo tendo em si tanta coisa boa, e significando tanto para tantos,ainda existem pessoas que sempre terão medo dela.