Maybe One Day {Park Jimin} - HIATUS

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13 de Outubro de 2009

Eu reviro meu guarda-roupa pela sétima vez, procurando algo para vestir. Por sentir a derrota em meus ombros, fecho as portas de meu armário e encosto minha testa contra as mesmas, respirando fundo e sussurrando para mim mesma: não tenho nada para vestir!

Ouço leves sons de passos acolchoados e logo vejo uma sombra parar diante da porta de meu quarto. Espio de soslaio e vejo vovó em seu roupão e pantufas, me encarando.

- Não entendo o drama que você está fazendo, querida - ela diz. - É só uma festinha no boliche do shopping. Por que tão preocupada?
- Os amigos e amigas de Jimin vão estar lá, vovó. Eu quero estar bonita.
- E desde quando você, Sirena Siyoon, se veste para impressionar os outros?
- Eu não quero impressionar ninguém...
- Pois é o que parece.

Fecho os olhos, arrumo a postura e encaro vovó.

- O que devo fazer? - pergunto.
- Seja você mesma. Vista algo confortável e quente, está frio hoje.

Ela vai embora pelo corredor, dizendo ao longe: - E arrume a bagunça que você fez antes de sair!

Eu vasculho novamente minhas roupas, achando uma calça jeans e um suéter bonito e ajeitado. Visto as peças e me olho no espelho, gostando do que vejo. Procuro meu par de botas de salto baixo e calço-as, já arrumando as outras roupas dentro de meu armário. Assim que está tudo organizado, corro até o banheiro para escovar os dentes, passar perfume e passar rímel e batom. Decido ir de tranças, uma de cada lado. 

Volto para o quarto, pego uma bolsa e uma jaqueta e meu relógio de pulso, atravesso o corredor e encontro vovó na sala, cochilando à meia luz produzida pela televisão, que passa a novela que ela vem acompanhando nos últimos tempos. Me inclino perto dela e sussurro calmamente:

- Estou indo pro shopping. Vou de metrô e volto mais tarde.
- Tome cuidado, mocinha. Não volte tão tarde assim - ela cochicha de volta.
- Pode deixar, vovó. Até mais.

Dou um beijo em sua testa e saio de casa, abrindo e fechando o portão, indo para o calçadão da orla e atravessando a enorme avenida, entrando na estação de metrô até o subsolo, pegando o trem até o shopping principal de Busan.

[...]

Ando depressa pelos corredores claros e limpos do shopping até o boliche. Assim que paro diante da fachada com letras em neon, olho para o interior do estabelecimento, tentando identificar Jimin entre tantas pessoas. Checo meu relógio e vejo que estou poucos minutos adiantada mas, assim que me viro para dar uma volta no shopping até que seja a hora certa, trombo com um menino.

- Me desculpe - digo.
- Sirena e sua grande mania de atingir pessoas inocentes - diz o menino com a familiar voz de Jimin. Ele sorri para mim.

Antes que eu possa abrir a boca, ele levanta seu indicador para que eu não fale e abre os braços, olhando para o além acima de sua cabeça.

- Antes de mais nada, quero meu abraço de aniversário - ele diz.
- Era exatamente isso que eu ia fazer agora.

Damos um abraço apertado e, quando nos separamos, parabenizo-o.

- Onde está o pessoal? - pergunto.
- Eles vão chegar daqui uns 15 minutos, mas minha convidada favorita já chegou, isso que importa.

Dou um sorriso tímido e ele pega minha mão, me levando para dentro do boliche, indo para a pista que tinha reservado mais cedo. Eu me sento um dos bancos em volta do aparato das bolas, e logo Jimin volta com duas latas de Coca.

- Aceita? - ele pergunta.
- Obrigada - digo aceitando.

Nós conversamos e, entre nosso diálogo, Jimin menciona três vezes que adorou meu suéter e minha bota e que estou muito bonita esta noite. Em todas as vezes, ele sorria enquanto o elogio molhava seus lábios, fazendo-me corar. Logo, dez minutos voam enquanto conversamos.