Capítulo 11 (Kol Albuquerque)

3 0 0
                                    


Kol Albuquerque

Vale do Ninguém, 1960

(Semanas depois de Elijah chegar)

Pelos meus cálculos, está para completar o quarto ano que estou nesse inferno, que tão carinhosamente apelidei de “meu inferno particular”. Mas claro que sei, esse lugar não é apenas meu inferno, e sim, de todos que estão aqui comigo.

Sei que aparento só um garoto de dezesseis anos, só que vivi mais nessa terra com dezesseis anos do que qualquer humano.

Descobri um mundo diferente, quando eu acabara de completar dez anos vivido, só que por fora eu aparentava cinco. Foi nesse ano, que fui adotado, logo depois de passar por quinze orfanatos, dezessete tutores e cinco adoções. Eu mal imaginava que aquele ano seria o último, sem compreender o que eu era. Mais o que realmente não imaginaria que a pessoa, em que me adotaria era um jovem de dezessete anos.

Elijah, ele me adotou, me treinou e mesmo assim fui capturado, e olha que tenho apenas trinta e dois anos vivido nessa terra. E ele com seus mais de cem anos, foi capturado, vejo que realmente, quando os ancestrais e humanos entram de acordo com suas ações, tudo pode acontecer.

E quando minha fonte me informou, que Elijah já estava aqui a algumas semanas. Juro que foi apenas naquele momento, tive a certeza que ele estava aqui.

Porém, o que antes era apenas esperança em que eu espalhava. Agora que ele está aqui, o que antes era apenas minhas palavras, agora viraram ações. Junto com Elijah, agiremos. Eles tornaram esse lugar pior que o próprio inferno. E nos, seremos o inferno em pessoa, desses desgraçados.

Estou cansado do que fazem aqui. Mas apesar de tudo que fazem aqui, tenho apenas uma coisa para fazer hoje, dormir e esperar que a hora certa chegue.

---------------------------------X---------------------------------

Na manhã seguinte

Sempre tive alguns problemas com o sono, nunca consegui dormi mais de cinco horas consecutivas, pelo menos não depois de descobrir que sou filho de Érebos, a personificação das trevas e da escuridão. E foi nessa mesma época, que descobri, que além de filho de primordial, sou acima de tudo, o herdeiro de Fobos, a personificação da covardia e o medo. Mais a única coisa que me salvo, de não entrar em delírio, por falta de horas dormidas. Foi por conta de um truquezinho que aprendi com Hipnos, o que irritantemente me chama de mano.

E se aprendi algo com tudo que sou, é que há coisas que não escolhemos ser, mais sim, nascemos sendo. E o que aprendi vivendo dois anos, como se tivesse vivido apenas um? Aprendi, que a única coisa, que ajuda nas horas em que devia estar dormindo, é que entrar em forma é o melhor passa tempo para mim.

Então aqui estou, terminando minha serie matinal de abdominais, quando a porta da minha humilde sela particular se abriu, revelando um daqueles brutamontes mascarado.

- Cobaia 0.6.7.5.5. De pé! – Ele começa, mais como a maioria dos Albuquerque, com problemas com autoridades, eu apenas continuo fazendo minhas abdominais.

Mais depois de algumas abdominais, sinto uns três pontas pés, seguidos por gritos autoritários, que me mandava levantar. E cada chute que esse imbecil me dá, cada vez fica mais violento.

Até que faço sinal de rendição com as mãos e me levanto.

- Clama aí, cara. Eu já estou de pé. – Eu olho para seu fardamento e vejo que seu número de identificação, é diferente do que estou acostumado. – Vejo que o soldado 1.5.7.8.3 Já não é mais meu responsável, não é mesmo 6.6.6?

Ao perceber que eu sabia da troca de guardas, ele força uma risada e me leva forçado para a área de “socialização”, o que é melhor do que ficar em uma cela, sozinho.

---------------------------------X---------------------------------

Faz cerca de uma hora, que estou na “área de socialização”, que na verdade é um complexo de seis prédios, um playground e uma área gramada que serve de campo de futebol, e algumas vezes de campo de fuzilamento, para aqueles que não serve mais.

Apesar de vivermos em uma “prisão”, lá de vez em quando eles bancam o cientista, e para alguns resultados eles precisam saber como afetaria a sociedade. Então eles nos jogam aqui e observam.

O bom deles terem nos colocados aqui foi, que apesar de nós observarem por câmeras, e essas têm algumas falhas, alguns pontos cegos. E isso prova de algum jeito esse lugar tem que ter uma saída.

E o bom, é que com os pontos cegos das câmeras, podemos fazer reuniões secretas, e é exatamente o que vou fazer agora, vou me encontrar com algumas pessoas de confiança e também irei me encontrar com meu primo.

- A estrela dessa festa chegou!! – Falo entrando na sala e pouco tempo depois caio no chão, levando socos pesados, mas ao mesmo tempo suportáveis, pois sei que um certo vampiro Original, não pretende me matar.

Com violência Mike – um dos prisioneiros que é vampiro – tira meu primo em cima de mim e o prendeu com um outro vampiro para que não avançasse novamente em mim.

E logo após terem tirado Elijah de cima de mim, levanto e pato de leve na minha roupa, para tirar a poeira que Elijah trouxe para mim.

- Pode soltar meu primo, Mike! – Dou a ordem, mas ele não aceita e mantem Elijah preso, mas logo vejo sua cara de quem vai aprontar.

- Pode deixar priminho, sei me virar. – Ele fala e logo imagino o que vem por aí, algo engraçado com certeza é.

Então foi aí que vi, aquele olhar, seguido de um sorriso sínico, que conheço há muito tempo. E aquele simples ato, antecedeu algo rápido, mas surpreendedor. Que em questão de segundos, ele com movimentos tão precisos, fez com que os dois, caíssem aos seus pês, e o deixando como se nunca tivessem sido capturados. Então dei uma risada forçado.

- Vocês são tolos demais. – Começo – Não sabem identificar um original, quando vê um?

- Vocês devem me conhecer, de outras formas – começa – Os latinos e o FBI, – Ele olha para o pessoal que é latino ou do FBI, e logo sei que ele fez o seu dever de casa -  devem me conhecer com “La muerte russa”. Os russos – ele se vira para três caras no fundo da sala, que se surpreendem quando ele começa a falar em russo – Deve me conhecer como embaixador da morte.

Ele dá aquela pausa, mais sei que o melhor está para vir, porque os russos, latinos e o FBI, não são nada em comparação aos vampiros e lobisomens.


Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: May 29, 2018 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Vale Do NinguémOnde histórias criam vida. Descubra agora