Capítulo 2 - Mundo azul

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Mantive meus olhos fechado tentando me acalmar. O orgulho resmungava cada vez mais forte, teria que fazer algo. Ergui minhas mãos me virando lentamente, o homem manteve a arma apontada, agora ia em meu peito.

-Não se mexe.- empurrou o metal contra meu peito, tentando me intimidar.

-Já trabalhou na Diamond Corp não?- abaixei minhas mãos olhando o bandido encapuzado, sua voz era familiar.

-Não nos conhecemos.- disse com a voz meio trêmula, percebi que as mãos dele também estavam. Pude por fim olhar a arma, não passava de uma pistola.

-Sua arma não está engatilhada.- minha expressão logo mudou, era como se rebaixasse o assaltante.

-Menti...-

-Atira.- induzi.

-Você que pediu.- ele fechou os olhos e apertou o gatilho, como o esperado, não atirou.

-Me dê isso.- estendi a mão.

-Não.- tentou apertar novamente.

-Geovani, me dê essa arma.- já havia me lembrado de quem era o homem.

-V-você sabe?- confuso e trêmulo colocou a arma em minha mão.

-Sua voz não me engana, e você ainda fede.- puxei a parte de cima da pistola, destravando a mesma, agora apontei para a cabeça dele. -Fuja.- assustado o homem correu, até sumir de vista.

Por precaução retirei o cartucho, estava sem balas. Dessa vez a sorte esteve do meu lado. Sinceramente, eu chutei que ela não estava engatilhada. Bom, acho que os fatos contribuíram. Minhas pernas pareciam não querer obedecer meus comandos, estavam um pouco trêmulas. Entrei no carro, coloquei a arma e a bolsa no banco de trás. Levei as mãos ao volante respirando fundo. E pensar que em poucos segundos atrás eu poderia estar morta, ou até mesmo com o orgulho ferido, o que sinceramente era pior.

Engatei a ré e senti o carro bater em algo. Só o que faltava. Meu estado não estava muito bom pra dirigir, eu confesso, acho que precisava descansar. Rapidamente sai do carro para ver no que bati. Me deparei com uma cena horrível. Blue estava deitada ao chão, como consegui atropelar ela? Minha nossa, poderiam achar que estou querendo ficar com a empresa só pra mim. Não era má ideia, porém não gosto de levantar suspeitas. Pelo jeito não havia sangue, talvez ainda estivesse viva, era uma pena.

-Ydi.- se virou de barriga pra cima, levando a mão na cabeça.

-Cada vez me dá um apelido diferente?- reclamei.

-Doeu.- estendi a mão, ajudando a mesma a levantar. -Onde está com a cabeça?-

-Quer que eu te leve pro hospital?- ela parecia com dificuldade de ficar em pé.

-Estou bem, só foi o susto. Queria saber como você está?-

-Ótima, por que não estaria?- estranhei a pergunta dela.

-Vi um assaltante sair correndo daqui. Mete medo até nele?- riu, novamente levando a mão na cabeça.

-Estava sem balas, não se preocupe. Vou levar você pra casa, vamos.- ajudei ela a entrar no carro.

-Gosta mais que lhe chame de Yedi ou Ydi?- falou baixo.

-Odeio os dois apelidos.- reclamei finalmente retirando o carro do estacionamento, paguei para o porteiro e acelerei.

-Vai ser Ydi então.- um sorriso apareceu aos lábios dela.

-Onde você mora?- não quis ir muito rápido, minha mente parecia um vulcão em erupção, eram coisas demais acontecendo, isso atrapalhava minha rotina.

Entre DiamantesOnde histórias criam vida. Descubra agora