4. Exigir

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Notas:
Música: Chasing Cars - The wind and the wave (Tem que ser nessa versão)
Local da imagem: Casa da Camila - Cleveland, Ohio.
Ps.: o momento do play da música ficará explicito.
deixe-a tocando até o momento que for dito.
Ps2.: greys feelings.

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Lauren Jauregui's point of view

Devastada. Era a única palavra que me veio na cabeça quando cheguei à casa de Camila ontem a noite. Sua feição estava nitidamente marcada pelo cansaço e pela falta de sono. Grandes bolsas roxas estavam embaixo dos seus olhos, assim como seu cabelo parecia não ser hidratado há algum tempo. Mas ainda sim, era a mesma Camila doce de sempre. Não me preparei para a sua reação ao me ver, muito menos para a forma desolada como ficou. Tudo estava bagunçado em Camila, menos a sua casa, que parecia impecável. Talvez ela não tivesse tido muita atividade por aqui.

Olhei no relógio e já eram 7:30h da manhã, apesar de não ter pregado o olho, Camila adormeceu na porta mesmo, após desidratar-se chorando. Tive que levá-la para sua cama, da qual eu não demorei muito para achar, lá permaneci sentada ao seu lado. A casa tinha os cômodos grandes, mas ainda era compacta. O suficiente para uma pessoa morar sozinha. Conclui meu pensamento e levantei, pensando se seria melhor preparar o café ou comprá-lo. Achei a segunda opção mais prudente, não queria ser invasiva na casa da minha cunhada. Ela ainda era a minha cunhada, não é?

Após andar por cinco minutos pelas ruas que eram aconchegantes com o meu conjunto de moletom que havia trocado no meio da noite, encontrei uma padaria e pedi alguns pães, croissants, bolo e adereços. Não sabia exatamente do que ela gostava, apesar de saber que se fosse de comer, estaria ótimo para ela. Quando voltei à sua casa e abri a porta, vi uma Camila despedaçada olhando em minha direção e talvez um pouco confusa.

— Bom dia, Camz. - Falei, fechei a porta atras de mim e segui em sua direção. — Dormiu bem? Está bem ou precisando de alguma coisa?

Perguntei um pouco preocupada demais, o seu estado de ontem me deixou realmente alerta ao que ela pudesse falar ou fazer. Ela continuou me olhando sem dizer nada.

— Eu trouxe algumas coisas aqui, pensei em preparar o café, mas sou um desastre nisso então fui até a padaria. Como não sabia do que você gostava, fui pegando um pouco de...

Não consegui concluir a minha fala pois no segundo seguinte, Camila estava com os braços ao redor do meu corpo e me apertava como se sua vida dependesse daquilo.

— Ei, Camz, o que houve? - Soltei as compras no chão e a abracei de volta. A ouvi fungando e passando a mão no rosto em seguida, como se limpasse uma lágrima. — Você pode falar comigo, tudo bem? Mas se quiser apenas chorar, você pode também.

Ela acenou fraco e se afastou, não estava com o rosto banhado em lágrimas, apenas com os olhos e o nariz vermelhos.

— Eu só queria... te agradecer. Você ontem me libertou de uma prisão que eu nem sabia que estava. Acho que também tirou as algemas que eu não havia visto que tinham sido colocadas. Eu sempre fui grata a você, Lauren. Hoje ainda mais.

E sorriu. Um sorriso triste, mas que eu soube no fundo do meu ínfimo que era sincero, assim como seu agradecimento. Pus a sua mão direita entre as minhas duas mãos, formando uma concha, e a apertei. Em um silencioso "não há o que agradecer".

— Vamos comer? Eu acho que estraguei seus planos de uma pizza ontem, guardei-a no forno. - Disse rindo fraco e logo pegando as sacolas e levando-as em direção à cozinha.

— Eu não estava muito animada em comê-la mesmo, então não tem problema. - Ela riu fraco de volta.

Arrumei a mesa com tudo o que havia trazido, preparei um suco de laranja e sentamos em silêncio para comer. Enquanto mastigava um pedaço do bolo de chocolate, senti os olhos de Camila em mim. Mas eles não estavam me avaliando ou interrogando, talvez apenas sondando (?), ela queria dizer alguma coisa. Resolvi deixa-la tomar seu tempo e quando estivesse preparada, falaria. Terminamos o nosso café da manhã e eu fui lavar a louça enquanto ela guardava as sobras, e então ela começou a falar.

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